sábado, 19 de dezembro de 2015

Excesso de chuvas provoca perdas na agricultura de SC; Maçã e uva foram mais afetadas

Secretaria da Agricultura e da Pesca divulga relatório de perdas devido ao excesso de chuvas entre os meses de setembro e novembro deste ano. O estudo realizado pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa/Epagri) avalia as principais culturas afetadas com a estimativa de perdas na safra 2015/16. 

A produção de milho foi uma das mais afetas, com uma redução de área plantada de 4,22% e a produção deve diminuir 3,94%. Isso representa uma quebra de 117 mil toneladas em relação ao que era esperado da colheita. A região mais afetada foi Ituporanga onde houve uma redução de 58% da produção e 55% de produtividade. 

Os produtores de soja sentirão menores impactos, apesar do atraso no plantio, o grão tem se desenvolvido normalmente. Porém, o excesso de chuvas e a pouca luminosidade causaram a redução da produtividade e, consequentemente, da produção esperada para a safra 2015/16. As estimativas são de que o estado colherá 7% a menos do que o esperado, o que representa cerca de 159 mil toneladas. 

A cultura do trigo também sofreu nesta última safra com geadas, granizo e o excesso de chuvas. Os prejuízos não são somente na quantidade produzida, mas também na qualidade do grão colhido. A estimativa é de que a produção tenha uma redução de 26%, com um rendimento médio reduzido em 24%. A quebra na produção em Canoinhas e Curitibanos ultrapassa os 40%. 

Nas regiões de Ituporanga e de Rio do Sul, a produção de cebola foi a mais afetada com uma redução na produção e na produtividade maior do que 50%. Se considerarmos o estado todo, a safra será 30% menor do que o esperado. 

Na produção de frutas, as culturas mais afetas são maçã e uva. Os produtores de maçã podem ter até 23,6% da safra comprometida, uma redução de 146 mil toneladas. As uvas viníferas também podem ter uma produção 31% menor do que o esperado, principalmente nas regiões de Joaçaba, Lages e Rio do Sul.

Programas emergenciais

Para auxiliar os produtores rurais do Alto Vale do Itajaí, que tiveram grandes prejuízos devido ao excesso de chuva, a Secretaria da Agricultura criou dois Programas Emergenciais. Através deles, o Governo do Estado irá subsidiar a aquisição de sementes de arroz e de soja.

Com um investimento de R$ 300 mil, a Secretaria irá subsidiar metade do valor do saco de semente de arroz e a outra metade será paga pelo agricultor com o que for produzido na próxima safra. Ao todo serão 11.340 sacas de 30 quilos e o limite é de 35 sacas por produtor.

A Secretaria da Agricultura irá apoiar ainda a aquisição de sementes de soja para a substituição das lavouras perdidas. Com um investimento de R$ 550 mil, a Secretaria irá subsidiar 30% do valor do saco de semente de soja e a outra parte será paga pelo agricultor com o que for produzido na próxima safra. Ao todo serão 14 mil sacas de 50 quilos e o limite é de oito sacas de soja por produtor.

Citros/Cepea: preço cai após 11 semanas em alta; exportação está firme

A demanda no mercado paulista de laranja in natura continuou baixa. Segundo colaboradores do Cepea, a proximidade das festas de final de ano limita a procura pela fruta, que não é considerada típica para o período. Assim, depois de 11 semanas em alta, produtores reduziram um pouco os valores pedidos, na tentativa de aumentar a atratividade aos compradores. Na parcial da semana (segunda a quinta-feira), a pera tem média de R$ 17,95/cx de 40,8 kg, na árvore, recuo de 0,2% ante a semana passada.

Quanto às exportações brasileiras de suco de laranja, depois de alguns meses em baixa, seguem firmes em recuperação. Em outubro, o volume em equivalente suco concentrado e congelado aumentou 74% e, em novembro, 13%, ambos no comparativo com igual mês do ano passado. Esse resultado corrobora as expectativas iniciais de agentes de que as exportações brasileiras nesta safra sejam semelhantes às de 2014/15.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil enviou a todos os destinos 118,3 mil toneladas de suco de laranja concentrado e congelado em novembro, elevando para 439,9 mil toneladas o volume de julho a novembro, apenas 3% a menos que o do mesmo período da safra 2014/15. Em receita, o acumulado está em US$ 716,3 milhões, queda de 14%, mas em Reais há aumento de 34%, com a soma em R$ 2,6 bilhões.

Fonte: Cepea/Esalq

Orçamento de 2016 prevê R$ 841 milhões para seguro rural

O Congresso Nacional aprovou nesta quinta-feira (17) a proposta do Orçamento de 2016, que prevê R$ 3 trilhões para despesas. Desse total, R$ 841 milhões se destinam ao Programa de Subvenção ao Seguro Rural, com aumento de 110% em relação à previsão inicial. O texto agora vai à sanção da presidenta Dilma Rousseff.

Os números finais do projeto, relatado pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR), somente foram conhecidos na sessão desta quinta, depois que todas as mudanças aprovadas, por meio de destaques de parlamentares, foram incorporadas no texto.

Com a aprovação do volume de recursos para o Programa de Subvenção ao Seguro Rural de 2016, milhares de produtores rurais poderão ser beneficiados, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Dos R$ 841 milhões, R$ 400 milhões são da proposta orçamentária do Executivo e outros R$ 350 milhões virão do remanejamento da ação orçamentária Subvenção Econômica para a Garantia e Sustentação de Preços na Comercialização de Produtos Agropecuários, um dos componentes da Política de Garantia de Preços Mínimos. Os R$ 91 milhões restantes foram assegurados por emendas do deputado Ricardo Barros.

A garantia dos recursos é uma conquista dos agricultores e da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA). Nos últimos dias, os produtores e a FPA intensificaram as negociações e receberam o apoio dos ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Fazenda, que autorizaram o remanejamento verbas para o Mapa para o próximo ano.

Faturamento da agropecuária aumenta 73% em 10 anos

A atividade rural brasileira colheu bons resultados nos últimos 10 anos. De 2006 a 2015, o valor bruto da produção (VBP) da agropecuária cresceu 73%, saltando de R$ 284 bilhões para R$ 492 bilhões, segundo a Coordenação-Geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola (SPA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Nesse período, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor teve aumento anual de 3,7%, acima do PIB da economia, que cresceu 3,3% ao ano. Entre os cinco estados que tiveram maior variação positiva do VBP, dois são do território do Matopiba: Tocantins e Piauí. 

Dos R$ 208 bilhões de crescimento do VBP, nesses 10 anos, R$ 128 bilhões se referem às lavouras, ou 64% do total. Em 2006, elas somavam R$ 186 bilhões e passaram para R$ 314 bilhões em 2015. Já a pecuária contribuiu com R$ 79 bilhões, o equivalente a 36%. Em 2006, o VBP do setor era de R$ 98 bilhões e chegou R$ 177 bilhões em 2015, conforme os dados apurados pela Coordenação-Geral de Estudos e Análises da SPA.

Numa lista de 24 atividades, 17 apresentaram variação elevada do VBP entre 2006 e 2015. Nesse grupo, o menor aumento do VBP foi o da banana, de 34%, e o maior, o do tomate, de 147%. Tomate, algodão herbáceo, soja, uva e ovos foram os produtos que mais se destacaram. “Isso se deve ao desempenho da produção e à elevação de preços reais desses produtos”, assinala o coordenador-geral de Estudos e Análises da SPA, José Gasques.

Nesse mesmo grupo de 24 itens, arroz, fumo e café tiveram pequena elevação do VBP nos últimos 10 anos. Outros três – mandioca, feijão, cacau, mamona e laranja – apresentaram queda no valor bruto da produção. “As comparações foram feitas entre os três anos iniciais da década (2006-2008) e os três últimos (2013-2015), o que evita pontos isolados que alterem a interpretação dos resultados”, esclarece Gasques.

Estados e regiões

Ainda de acordo com a Coordenação-Geral de Estudos e Análises da SPA, também houve mudanças expressivas na participação das regiões na formação do VBP da agropecuária nesses 10 anos. O Centro-Oeste teve incremento de 21,5% para 27%, o Sul passou de 29,3% para 29,4% e o Norte de 5,3% para 5,4%. Enquanto isso, a contribuição do Sudeste caiu de 31% para 26%, e a do Nordeste, de 11,9% para 9%.

Na classificação do VBP por unidades da Federação, entre 2006 e 2015, destacam-se estados do Norte, Centro-Oeste e Nordeste, além do Distrito Federal. Os cinco primeiros colocados são Amapá, DF, Mato Grosso, Tocantins e Piauí. “No caso do Amapá e do Distrito Federal, a base pequena é um dos motivos do elevado aumento do valor bruto da produção”, observa Gasques. 

Ressalta-se, também, o fato de Tocantins e do Piauí estarem entre os primeiros colocados do ranking do VBP. “Esses dois estados integram, com o Maranhão e a Bahia, o território do Matopiba, que é uma região de grande potencial da expansão agropecuário”, enfatiza Gasques. Para ele, também é importante observar que nenhuma unidade da Federação apresentou redução do VBP nesses 10 anos. 

Cresce a participação do agronegócio na balança comercial brasileira

O agronegócio brasileiro representou 45,9% da balança comercial brasileira no acumulado entre dezembro de 2014 e novembro de 2015. O percentual é maior que o registrado no ano passado, quando a participação do setor foi de 43%.

A grande presença do setor nas exportações, a maior dos últimos cinco anos, revela que, apesar de os preços das principais commodities terem caído, o volume exportado pelo Brasil cresceu.

A secretária de Relações Internacionais do Agronegócio, Tatiana Palermo, prevê participação ainda maior no balanço final do ano. Até novembro, o valor exportado em produtos agropecuários acumulava US$ 88,13 bilhões.

“A agropecuária é um dos setores mais competitivos da nossa economia. Vamos completar dezembro com uma participação ainda maior, acima de 47% da balança comercial. Isso significa que quase metade de todas as exportações brasileiras são do agronegócio”, destacou a secretária.

China

Os dados - extraídos da AgroStat Brasil a partir de informações do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - mostram ainda que o volume exportado no mesmo período cresceu 13% em relação a 2014, com destaque para a carne de frango e a soja. Nos últimos 10 anos, o volume de produtos brasileiros embarcados para outros países cresceu 76%.

O maior parceiro comercial do Brasil é a China, responsável pela compra de 25% de tudo o que é exportado. Em seguida, estão a União Europeia (20%), os Estados Unidos (7%), o Japão (2,7%) e a Rússia (2,5%). Outros países representam 41,4% das vendas.

Os principais produtos que impulsionam a balança do agronegócio são o complexo soja, as carnes, os produtos florestais, o complexo sucroalcooleiro e o café (nesta ordem).

Preços

Como consequência da queda dos preços das commodities no mercado internacional, a cotação dos produtos brasileiros exportados diminuiu em 19% na comparação com 2014. Porém, o ganho dos produtores brasileiros continuou crescendo, o que pode ser constatado quando se analisa os valores em reais. De dezembro de 2014 a novembro deste ano, o setor vendeu R$ 298 bilhões, aumento de 12,4% em relação a 2014. Para 2016, a Secretaria de Relações Internacionais (SRI) prevê alta ainda maior, de 15,2%.

“Aumentamos nossos volumes, mas os preços caíram 19%. Ao mesmo tempo, vimos um crescimento enorme nos valores em reais, mostrando que a atividade é bastante lucrativa para o nosso produtor”, observou a secretária.

Mais dados e gráficos sobre exportações do agronegócio podem ser acessados aqui.

Na contramão dos cortes, agricultura projeta mais recursos para o seguro rural

O agronegócio brasileiro torce para que os cortes realizados pelo governo federal no orçamento 2016 não atinjam drasticamente o setor. Diante da previsão inicial de R$ 400 milhões para o seguro rural, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tentar viabilizar mais recursos, para chegar ao montante de R$ 1 bilhão, suficiente para cobrir 20 milhões de hectares. Do contrário, as culturas que mais exigem proteção, como soja, feijão, trigo e milho safrinha, estarão ameaçadas de ficarem descobertas a partir do ano que vem.

O Plano Trienal do Seguro Rural (PTSR) 2016-18, anunciado no final de novembro, prevê até R$ 400 milhões para o benefício em 2016, contra os R$ 800 milhões previstos em 2015. O valor avança em 2017 e 2018, chegando a R$ 425 mi e R$ 455 milhões, respectivamente.

Para a Comissão Nacional de Política Agrícola Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), as mudanças nas normas do programa são prejudiciais aos produtores. A nova versão do PTSR impacta negativamente o mercado de seguros agrícolas, pois “impedirão que muitos produtores rurais de trigo, milho segunda safra, feijão e frutas tenham acesso ao seguro agrícola”, diz o documento da entidade.

Origem dos recursos

Mas a tarefa do Mapa para inflar substancialmente o montante do seguro rural no próximo ano não será fácil, principalmente diante da política de ajuste fiscal do governo federal. O órgão realizando remanejamentos para aumentar a verba. Além do dinheiro já garantido no orçamento, R$ 350 milhões serão deslocados de outra área da pasta e mais R$ 100 milhões de emendas parlamentares.

Nas contas do Mapa, os outros R$ 150 milhões terão origem da venda de estoques de café e milho da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo o órgão, apesar de não estarem definidos os volumes a serem comercializados, esses estoques não são necessários no país. Dados da Conab mostram que o governo mantém estoques de cerca de 1,5 milhão de toneladas de milho e cerca de 1,6 milhão de sacas de 60 kg de café.

Os preços de referência do milho no mercado brasileiro atingiram esta semana o maior patamar em três anos, em meio à forte demanda para exportação e à elevada cotação do dólar frente o real. O café arábica acumula alta de 5% em 12 meses, mas quase duas vezes mais valorizado que no fim de 2013. A União tem despesa anual de 200 milhões de reais para manter os estoques.

DuPont e produtores testam Tyvek® na uva do Vale do São Francisco

Foto: Divulgação Agrolink
Primeiros resultados apontam viabilidade do produto na proteção de lavouras contra a chuva e o sol e na melhora da qualidade dos frutos. Testes realizados nas fazendas Área Nova e Vale Verde, ambas em Petrolina (PE), terão continuidade nos próximos meses

Um evento realizado no CIB - Centro de Inovação Brasil, da DuPont, na cidade de Paulínia (SP), analisou resultados parciais de ensaios que a companhia e produtores de uva realizam em conjunto na região do Vale do São Francisco. O estudo busca comprovar a eficácia do produto Tyvek® na proteção de lavouras contra chuvas, raios solares e outros efeitos externos que causam danos às plantas e aos frutos.

Tyvek® é um produto com múltiplas aplicações, atualmente utilizado em roupas de segurança e proteção, embalagens e na indústria gráfica, por exemplo. É definido pela DuPont como um material não-tecido de alta resistência, composto por 100% de fibras de polietileno de alta densidade. Resistente à água e ao mesmo tempo respirável, Tyvek® é ainda altamente refletivo, segundo a DuPont.

“Não é papel, é mais forte, unindo as melhores características de um papel, de um filme sintético e de um tecido. É possível perfurá-lo e dobrá-lo com precisão. Tyvek® apresenta uma textura natural e suporta ambientes difíceis e extremos”, explica Júlio Tabegna, gerente de tecnologia da DuPont.

De acordo com a companhia, os testes em andamento estão baseados no programa global de inovação da DuPont e têm foco na contribuição de Tyvek® à produção de uva de alta qualidade nas safras do Vale do São Francisco. A DuPont adianta que há indicativos de que o emprego de Tyvek® na cobertura de lavouras contribui para prolongar o período da safra e o amadurecimento da fruta.

“Há fortes evidências de que Tyvek® é eficiente na proteção das lavouras contra ventos, mudanças bruscas de temperatura, chuvas, radiação excessiva e ataques de insetos e fungos”, destaca Angela C. Vargas, engenheira de desenvolvimento e aplicação da DuPont.

“O objetivo da DuPont no médio prazo é a certificação de Tyvek® como uma tecnologia de fomento à qualidade da uva e à rentabilidade do produtor do Vale do São Francisco”, reforça Luiza Cantanhede, executiva de marketing da companhia. 

São parceiros da DuPont no desenvolvimento do projeto Tyvek® Uva o consultor e produtor Newton Shun-Iti Matsumoto e o produtor Eduardo Shoiti Nakahara.

Matsumoto é um engenheiro agrônomo referenciado no agronegócio, além de sócio da Rupestris Consultoria e proprietário da fazenda Área Nova, de Petrolina (PE), com 40 hectares. Shoiti Nakahara, engenheiro agrônomo especializado em gestão empresarial, pertence à família controladora da fazenda Vale Verde, com 190 hectares, também em Petrolina (PE).

Maior polo de fruticultura irrigada do Brasil, o Vale do São Francisco fechou suas exportações em US$ 213 milhões no ano passado, ante US$ 220 milhões de 2013. Os embarques de uva caíram 11% em dólares, fechando em US$ 93 milhões, e 35% em quantidade, para 28 mil toneladas. Para a Câmara de Fruticultura do Vale do São Francisco, a principal causa dessa queda foi o clima nublado entre o final de 2013 e o início de 2014, que impactou negativamente na fertilização dos cachos e no desenvolvimento da fruta.

A região do Vale fica entre os estados de Pernambuco e Bahia e responde por 98% das exportações brasileiras de uva. Nos dias de hoje, contudo, a produção do Vale do São Francisco está mais voltada ao mercado interno do que ao externo. Divididos entre a manga e a uva, há aproximadamente 21 mil hectares cultivados na região. Em 2008, em torno de 60% da produção de uva eram destinados ao mercado externo, enquanto atualmente o volume exportado é da ordem de 20% a 30%.

Segundo a DuPont, novos ensaios de campo irão ocorrer em breve e a expectativa é divulgar os primeiros resultados consolidados da pesquisa no primeiro semestre de 2016.

Valor Bruto da Produção de 2015 alcança R$ 491,6 bilhões

A estimativa do Valor Bruto da Produção (VBP) para 2015 é de R$ 491,6 bilhões, pouco abaixo do que foi atingido em 2014 (R$ 492,2 bilhões). As lavouras tiveram redução de 1,4% este ano e somaram R$ 314,2 bilhões, enquanto que a pecuária teve um acréscimo de 2,26% e totalizou R$ 177,44 bilhões. O VBP consolidado deste ano será atualizado em janeiro de 2016.

Os preços agrícolas em 2015 estão sendo determinantes nos resultados do ano, ressalta o coordenador-geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques.

No grupo de 27 produtos agrícolas e da pecuária analisados neste levantamento, apenas sete apresentam preços maiores em relação a 2014. Entre eles, estão o algodão, cacau, café (arábica e conilon), cebola, feijão, pimenta do reino e carne bovina.

Cinco produtos tiveram desempenho favorável neste ano: cebola (174,6%), pimenta do reino (83,9%), mamona (80,5%), soja (5,2%) e milho (4,23%). Na pecuária, os resultados positivos estão sendo observados na carne bovina (7%), suína (2,36%) e de frango (2,35%).

Amendoim (-24,9%), laranja (-17,7%), uva (-16,3%), maçã (-15,8%), tomate (-15,5%), mandioca (-10,8%) e cana-de-açúcar (-10%) foram os produtos que tiveram as maiores quedas em faturamento.

De acordo com o levantamento da Coordenação-Geral de Estudos e Análises da SPA, os valores regionais mantêm a distribuição observada em meses anteriores. O Sul tem o maior VBP, com R$ 136,9 bilhões; Centro-Oeste, R$ 127, 3 bilhões; Sudeste, R$ 117,8 bilhões; Nordeste, R$ 44,6 bilhões e Norte, R$ 27,3 bilhões.

O Mato Grosso apresenta valor da produção superior ao de São Paulo, que tradicionalmente ocupa posição de liderança no indicador. Destaca-se, também o crescimento acentuado do VBP em estados do Norte como Tocantins, Pará e Rondônia.

De acordo com Gasques, ainda como estimativa muito preliminar, o VBP de 2016 está estimado em R$ 492,6 bilhões, pouco acima do de 2015.

Saiba mais

O Valor Bruto da Produção Agropecuária mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento.

Calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país, dos 27 maiores produtos agropecuários (entre culturas e carnes), o valor real da produção, descontada a inflação, é obtido pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV).