sexta-feira, 19 de junho de 2015

Para evitar perdas em pomares de caqui, Emater/RS-Ascar repassa orientações sobre antracnose

Foto: Divulgação Emater/RS
A fim de levar informações aos produtores de caqui da Serra gaúcha sobre o controle de uma doença que foi identificada em 2011 na região, a antracnose, a Emater/RS-Ascar vem promovendo reuniões com agricultores em alguns municípios. Nesta sexta-feira (19/06), o encontro será em Pinto Bandeira, no salão da comunidade da Linha 28, a partir das 14h. Neste município, são cultivados em torno de 100 hectares de caquizeiros, com uma produção de 1.500 toneladas. 

Historicamente, o cultivo do caquizeiro sempre foi considerado fácil, pois não necessitava de tratamentos intensivos (quase não existiam pragas e doenças) e produzia bem. Contudo, o aparecimento da doença, que afeta especialmente a variedade kyoto (chocolate preto), a preferida da população do Sul do país, surpreendeu e desestimulou os produtores. Conforme o agrônomo da Emater/RS-Ascar Enio Ângelo Todeschini, essa tradicional cultura da Serra vem apresentando uma considerável redução na área cultivada, a cada ano, pois muitos produtores estão erradicando as plantas ou deixando de implantar novos pomares. De acordo com o agrônomo, essa redução na área já se fez sentir nessa safra. “Com menor produção, aumentou a procura pela fruta, que atingiu valores muito acima da média”, afirma Todeschini.

O agrônomo explica que a antracnose afeta todos os órgãos aéreos do caquizeiro, podendo deformar a planta e reduzir a produtividade por perda de brotos, queda prematura de folhas e depreciação visual da fruta (mancha), inviabilizando o comércio da produção. De acordo com ele, os agricultores vêm tratando a fruta depois que a doença já está instalada, realizando somente tratamentos foliares, o que geralmente não traz resultados satisfatórios, pois são necessários cuidados durante o ano todo. “O produtor precisa fazer um conjunto de práticas culturais que se somam”, explica o agrônomo. Segundo ele, agora, com a colheita encerrada na região, os produtores que ainda têm frutas remanescentes nas plantas, contaminadas, devem coletá-las e enterrá-las. A partir de julho, devem fazer os tratamentos de inverno com caldas específicas e, na fase vegetativa, não podem exagerar na aplicação de adubo nitrogenado. Além disso, de outubro a janeiro precisam realizar a poda verde e os tratamentos foliares durante todo o ciclo vegetativo.

“Com esse manejo, o produtor poderá manter esse tradicional cultivo, importante para a diversificação das propriedades, a geração de renda e a manutenção das famílias e, principalmente, dos jovens no meio rural”, conclui. 



Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Caxias do Sul
Jornalista Rejane Paludo
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quinta-feira, 18 de junho de 2015

Workshop Internacional sobre Ameaças Fitossanitárias



Nos últimos dez anos, pelo menos 35 novas espécies de pragas foram detectadas no Brasil, algumas das quais causaram prejuízo expressivo para o país.Para discutir essa situação, a SBDA - Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária vem realizando desde 2012 uma série de workshops que, entre outras, apontaram as demandas de aprimorar a vigilância internacional e de aumentar a capacidade de detecção e resposta diante de eventos de invasão biológica. Buscando aprofundar a discussão sobre esses assuntos, a SBDA, em parceria com a Associação Nacional de Defesa Vegetal e o Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento convidam para um evento internacional, a ser realizado em São Paulo, SP, no dia 30 de junho de 2015. Serão convidados palestrantes de organismos internacionais e de outros países para, em debate com lideranças brasileiras, identificarem caminhos que possam levar ao aprimoramento da Defesa Vegetal no Brasil. 
O presidente do Instituto Brasileiro de Frutas, Moacyr Saraiva Fernandes, será um dos palestrantes.


Programação

8h30. Abertura

9h às 10h15:
Debate: O papel da Convenção Internacional de Proteção Vegetal (CIPV) e dos Organismos Regionais de Proteção Fitossanitária (ORPFs) no contexto mundial e novas discussões sobre pragas de preocupação nacional. Maria Peralta Otonello (CIPV)

10h15 às 11h30:

Debate: Impactos econômicos da entrada de novas pragas. Silvia Helena Galvão de Miranda (USP), Luiz Neri Ribas (Aprosoja), Moacyr Saraiva Fernandes (IBRAF), Gutemberg Barone (MAPA)

11h30 às 12h10:

Palestra: Tefritídeos de importância econômica para frutas ornamentais tropicais e a importância de sua regulamentação em trânsito internacional. José Perdomo (Crop Life)

12h10 às 13h:
Business lunch

13h às 13h40:
Mesa-redonda: Prospecção de novas tecnologias em função de ameaças fitossanitárias. Serviço de inspeção de cargas no Porto de Valência e sua eficácia na prevenção de entrada de pragas. Alejandro Lorca Ruiz

13h40 às 14h20h: 
Lições aprendidas na estruturação do sistema de vigilância e prevenção de pragas no Chile. Marco Muñoz (SAG)

14h20h. Lançamento e distribuição do livro "Defesa Vegetal no Brasil"


Local:

WTC Events CenterAvenida das Nações Unidas 12551/12559 12551 , Ballroom
Brooklin Paulista
São Paulo, SP

Informações:

(31) 3466-2161 ou consultoria@defesaagropecuaria.com

Inscrições pelo site:
http://www.defesaagropecuaria.net/

Inscrições Gratuitas - Vagas Limitadas



Brasil e Argentina “trocam” suspensões de embargos

Governo brasileiro anunciou ter liberado frutas argentinas e ter recebido a liberação do país vizinho para a carne bovina


O Ministério da Agricultura (MAPA) anunciou nesta quarta-feira (17/6) que foi suspenso o embargo à importação de maçãs, peras e marmelos da Argentina. Em nota oficial, o Mapa informou que as autoridades do país vizinho demonstraram como é feito o controle sanitário dos produtos excluindo a motivação para que fosse mantida a suspensão.

A importação das frutas foi suspensa em março sob a alegação de inconformidade no sistema sanitário argentino com as normas em relação à praga Cydia Pomonella, erradicada no Brasil no ano passado. Em função disso, o Ministério da Agricultura solicitou informações ao governo do país vizinho.

Em troca, a Argentina retirou o embargo à carne bovina brasileira, que vigorava desde 2012. O Brasil não exporta o produto para o mercado argentino, mas a suspensão representava o que o Ministério chama, em nota, de “atestado comercial negativo”. De acordo com o governo brasileiro, o Serviço de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina “reconheceu que casos atípicos de BSE (Encefalopatia Espongiforme Bovina), cientificamente demonstrados, podem ocorrer em qualquer parte do mundo” e não têm relação com o risco da epidemia da vaca louca.

Arábia Saudita

Ainda em relação ao setor de carne bovina, o Ministério da Agricultura informou nesta semana, que seus técnicos começaram a coletar as informações adicionais pedidas pelo governo da Arábia Saudita como condição para retirar o embargo ao produto. Foi feito também um pedido de análise da possibilidade de ampliar o comércio de carne de aves com o país do Oriente Médio.

Na semana passada, representantes do serviço sanitário saudita relataram, em reunião com representantes do governo brasileiro, as visitas que fizeram aos estados do Pará, de Mato Grosso e Pernambuco para avaliar estabelecimentos de carne bovina. De acordo com o comunicado do Mapa, a missão também visitou seis unidades avícolas, um laboratório e uma granja para coletar informações e avaliar o controle em relação à exportação de carne de aves.

Fonte: Globo Rural

Dólar fecha no menor nível em quase um mês

Banco Central dos Estados Unidos reduziu previsões para o país e manteve inalteradas as taxas de juros



No dia em que o Federal Reserve (Fed), Banco Central americano, reduziu as previsões de crescimento para os Estados Unidos, o dólar caiu no Brasil e fechou no menor nível em quase um mês. O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 3,058, com queda de 1,21% (R$ 0,037). A cotação encerrou no valor mais baixo desde 21 de maio (R$ 3,043).

A moeda iniciou o dia em alta, mas começou a cair no início da tarde. A queda se intensificou a partir das 14 h, quando o Fed decidiu manter próximos de zero os juros básicos americanos. Na mínima do dia, por volta das 15h, o dólar chegou a ser vendido a R$ 3,058.

Nesta quarta-feira (17/6), o Fed manteve inalterados os juros básicos dos Estados Unidos, mas reduziu a previsão de crescimento e aumentou a estimativa de desemprego para a maior economia do planeta. O atraso na recuperação da atividade econômica aumenta as chances de o Fed atrasar o início do aumento dos juros norte-americanos.

Juros baixos em países desenvolvidos como os Estados Unidos aumentam o fluxo de capitais para economias emergentes como o Brasil. A entrada de recursos pressiona para baixo a cotação do dólar.

Fonte: G1 - Globo Rural

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Nomeada coordenação-geral da Campanha Nacional de Erradicação do Cancro Cítrico

Maior produtor e exportador de suco de laranja do mundo, com embarques de 1,93 milhão de toneladas em 2014, o equivalente a US$ 1,97 bilhão, o Brasil investe cada vez mais na sanidade de sua citricultura. Dentro dessa estratégia, uma das ações mais relevantes é a Campanha Nacional de Erradicação do Cancro Cítrico (Canecc), desenvolvida desde 1974. Esta semana, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) nomeou técnicos de seu quadro e representantes dos órgãos estaduais de defesa fitossanitária e do setor privado para compor a coordenação-geral da Canecc.

Entre as ações voltadas à erradicação do cancro cítrico - doença causadora de grandes prejuízos financeiros à citricultura -, está a fiscalização dos viveiros produtores para garantir que apenas mudas sadias possam ser produzidas e comercializadas. Interligada a esse trabalho está a fiscalização nas barreiras rodoviárias.

“Uma das formas mais comuns de propagar o cancro cítrico é por meio de mudas não fiscalizadas, que podem ser produzidas com materiais contaminados. Por isso, reforçar esse trabalho nos estados é uma das ações que o Mapa e os órgãos estaduais priorizam para impedir o comércio clandestino de mudas”, diz o coordenador-geral da Canecc, o fiscal agropecuário Ricardo Raski.

De acordo com Raski, outro eixo que a coordenação-geral da Canecc pretende dar ênfase é o trabalho de educação sanitária. Isso visa a alertar diferentes segmentos da sociedade sobre o risco que o cancro cítrico representa para a geração de renda e empregos na citricultura brasileira.

Doença

Nomeada na última segunda-feira (15) por meio de portaria publicada no Diário Oficial da União, a coordenação-geral da CANECC é encarregada ainda de divulgar as propriedades interditadas por causa da doença e quais foram desinterditadas pela fiscalização dos órgãos estaduais.

O cancro cítrico é provocado por uma bactéria que penetra nos tecidos dos ramos, das folhas e dos frutos pelas aberturas naturais das folhas e frutos ou por ferimentos causados por espinhos, material de colheita e também o trânsito de veículos em áreas com pomares contaminados. A bactéria se espalha pelo pomar e pode se deslocar por dezenas ou mesmo centenas de metros e infectar novas plantas e pomares.

Fonte: Agrolink

Dívidas do Pronaf poderão ser quitadas com descontos até o final de junho

Assentados da reforma agrária, beneficiários do Banco da Terra e Crédito Fundiário, com operações do Pronaf "A" e "A/C" contratadas até 2010 e que estavam inadimplentes em 2013 têm uma última oportunidade de quitar os valores devidos em condições especiais. A resolução do Banco Central do Brasil Nº 4.347/2014 garante o desconto de 80% para pagamentos até o dia 30 de junho. 

De acordo com o assistente técnico regional em crédito fundiário e reforma agrária da Emater/RS-Ascar, Luís Fernando Fabrício, todos os beneficiários do Pronaf A e A/C que possuem dívidas devem ficar atentos. "É muito importante que aproveitem a oportunidade para regularizar sua situação e continuar tendo acesso aos créditos e políticas públicas do governo federal", alerta ele.

Já aqueles que aderiram ao parcelamento de suas dívidas do Pronaf "A" e "A/C" até o final de 2014 devem procurar a agência do Banco do Brasil, onde o crédito foi contratado, para formalizar a renegociação ou os novos contratos até o mesmo prazo: 30 de junho.

Também devem procurar a agência do Banco do Brasil as famílias que contrataram em grupo e ainda não conseguiram individualizar suas dívidas. O não pagamento dos valores acordados implica na inscrição do agricultor na Dívida Ativa da União.

Os agricultores assentados podem acessar a Sala da Cidadania pela internet (http://saladacidadania.incra.gov.br), bastando informar seu CPF e data de nascimento. O sistema poderá solicitar a atualização de outros dados pessoais, antes de informar a opção de liquidar a dívida com desconto de 80%, em parcela única.

Além do acesso virtual pela Sala da Cidadania, as agências do Banco do Brasil também podem ser procuradas, assim como os escritórios das empresas prestadoras de assistência técnicas contratadas pelo Incra/RS. Dúvidas podem ser esclarecidas pelos telefones (51) 3284-3362 / (51) 3370 / 3371.

Os beneficiários que, por qualquer motivo, não conseguirem identificar sua dívida pela Sala da Cidadania, devem se dirigir a agência do Banco do Brasil, onde o crédito foi contratado. 


Fonte: Emater - RS

Mercado financeiro prevê inflação de 8,79% este ano, informa Banco Central


A projeção de analistas do mercado financeiro para a inflação subiu pela nona semana seguida. Desta vez, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 8,46% para 8,79%, este ano. Para 2016, a estimativa segue em 5,50%. As estimativas são do boletim Focus, publicação semanal feita pelo Banco Central (BC) com base em projeções de instituições financeiras para os principais indicadores da economia.

O IPCA – produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – é o indicador oficial do governo para aferição das metas inflacionárias. O índice mede a variação do custo de vida das famílias com chefes assalariados e com rendimento mensal compreendido entre um e 40 salários mínimos mensais.

A expectativa de mais inflação veio depois da divulgação do IPCA pelo IBGE, na última semana. O índice em maio ficou acima da expectativa do mercado financeiro, que previa 0,55%. No mês passado, o IPCA ficou em 0,74%. A inflação acumulada em 12 meses chegou a 8,47%, a maior desde dezembro de 2003, quando registrou 9,3%

A inflação este ano deve estourar o teto da meta que é 6,5%. O próprio BC reconhece que não deve entregar a inflação na meta este ano, ao projetar o IPCA em 7,9%.

Para tentar frear a alta dos preços, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC tem elevado a taxa básica de juros, a Selic. No último dia 3, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a Selic pela sexta vez seguida para 13,75% ao ano. Com o reajuste, a Selic retornou ao nível de janeiro de 2009. Para as instituições financeiras, a Selic vai chegar ao final de 2015 em 14% ao ano.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
Embora ajude no controle dos preços, o aumento da taxa Selic prejudica a economia, que atravessa um ano de recessão, com queda na produção e no consumo.

A expectativa das instituições financeiras para a retração da economia, este ano, passou de 1,30% para 1,35%. Essa é a quarta piora seguida na estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Para o próximo ano, a projeção de crescimento passou de 1% para 0,9%. Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve ter uma queda de 3,20%, este ano e crescimento de 1,6%, em 2016.

A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que foi alterada de 7,05% para 7,08%, este ano. Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa passou de 6,88% para 6,94%, em 2015. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) subiu de 8,35% para 8,39%, este ano.

A projeção para a cotação do dólar segue em R$ 3,20, ao final de 2015, e em R$ 3,30, no fim de 2016.

Fonte: Jornal do Brasil

Comissão de Agricultura aprova facilidades para produtor familiar comercializar suco de frutas

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural aprovou na última quarta-feira (10) proposta que simplifica os canais de comercialização de polpa e suco de frutas produzidos em regime familiar. Pela proposta, o procedimento para o registro e os requisitos de rotulagem dos produtos serão simplificados, conforme regulamento posterior.

medida está prevista no Projeto de Lei 7083/14, do deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), que também permite a celebração de convênios com o governo federal para que a atividade fiscalizatória fique a cargo de órgãos e entidades estaduais e municipais.

Nesse ponto, a proposta altera a Lei dos Sucos (8.918/94), que hoje delega a fiscalização ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ou ao órgão estadual credenciado.

Cooperativas

O relator na comissão, deputado Luiz Nishimori (PR-PR), recomendou a aprovação da matéria com modificação que restringe a aplicação da proposta às cooperativas e associações formadas exclusivamente por agricultores familiares. “Além de viabilizar maior ganho social e econômico para os agricultores familiares, a emenda vai facilitar a fiscalização”, explicou Nishimori.

Na avaliação do relator, os convênios que visam à fiscalização por órgãos estaduais e municipais são adequados em razão de essas instituições estarem mais perto do local de produção.

Importância

Luiz Nishimori destacou a importância de incentivar a agricultura familiar brasileira, em razão de ela contribuir para a melhoria das condições sociais, econômicas e ecológicas do País. “A agricultura familiar é responsável por grande parte de nossa segurança alimentar e pela permanência do homem no campo”, afirmou.

Por outro lado, ele reconheceu que hoje o agricultor familiar não possui condições de enfrentar o processo para constituição empresarial e comercialização da polpa e do suco de frutas.

O relator ressaltou ainda o fato de o projeto manter a exigência de um responsável técnico pela produção, a fim de garantir a qualidade do alimento.

Tramitação

O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.


Por Noéli Nobre
Agência Câmara de Noticias - Câmara dos Deputados

Empresas brasileiras do agronegócio faturam mais de US$ 11 milhões na Expo Aladi 2015


Vinte e quatro empresas do setor de agronegócios apoiadas pelos projetos da Apex-Brasil participaram da macro rodada de negócios Expo Aladi. O evento foi realizado em Buenos Aires, nos dias 4 e 5 de junho, e o resultado de US$ 11,22 milhões em expectativas de negócios foi 30% superior ao esperado para o encontro. Ao todo, as exportadoras fizeram 223 contatos comerciais, sendo 208 deles novos contatos.

“Os resultados superaram todas as nossas expectativas, e representam um grande interesse dos compradores latino-americanos no mercado brasileiro ligado à cadeia produtiva de agricultura e pecuária”, afirma o coordenador de Promoção de Negócios da Apex-Brasil, Rafael Prado.

Ao todo, 350 exportadoras dos países integrantes da Aladi somados a 20 participantes de outras nações da América Central e Caribe estiveram no evento, que contou também com 170 empresas compradoras. A feira, organizada este ano pelo governo argentino, reuniu representantes de entidades governamentais e empresariais para a divulgação da oferta de exportação estabelecida pela rede de acordos comerciais da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi).

A próxima edição da Expo Aladi será realizada na cidade de Torréon, no México, dos dias 19 a 21 de outubro de 2016.

Fonte: Apex-Brasil

Maçãs produzidas na Europa têm alto nível de pesticidas, aponta relatório

Greenpeace analisou frutas provenientes de 12 países europeus.
Pesticidas mais encontrados foram o fungicida boscalida e o DDT.


Foto: Larissa Paim/G1


Coquetéis de pesticidas continuam sendo utilizados pelos produtores de maçãs de vários países europeus, em especial pelos agricultores que abastecem os grandes mercados atacadistas - afirmou nesta terça-feira (16) o Greenpeace em relatório.

A ONG analisou 85 amostras - 36 de água, 49 do solo - recolhidas nos pomares de 12 países europeus entre os maiores produtores de maçã, tendo como alvo aqueles que abastecem o varejo. Em média, 75% das amostras (78% para o solo, 72% para a água) "continha resíduos de pelo menos um" dos 53 pesticidas identificados.

"Pelo menos 70% dos pesticidas identificados apresentam uma toxicidade global aumentada para a saúde humana e a fauna selvagem", afirma o Greenpeace, denunciando um "peso tóxico" imposto pela "produção em escala industrial".

O número de pesticidas mais alto foi detectado nos solos de Itália, Bélgica e França. Na água, os países mais comprometidos foram Polônia, Eslováquia e Itália, segundo o relatório.

Os pesticidas encontrados com maior frequência no solo são o boscalida, "um fungicida presente em 38% das amostras", e o DDT (26% das amostras).

Em relação à amostra de água, os pesticidas mais frequentemente identificadas são boscalida (em 40% das amostras) e clorantraniliprol, inseticida também encontrado em 40% das amostras.

Fim ao uso

O relatório denuncia o "coquetel de pesticidas" e "mostra a realidade do uso extensivo, sistemático e 'multipropósito' de pesticidas na produção agrícola convencional", declarou à AFP Anaïs Fourest, encarregada do setor de agricultura no Greenpeace.

O Greenpeace pede aos estados-membro da União Europeia que "ponham progressivamente fim ao uso dos pesticidas químicos de síntese na agricultura" e sustentem "alternativas não-químicas para lutar contra os parasitas, em particular práticas agrícolas ecológicas".

A publicação deste relatório visa "interpelar os mercados atacadistas", como a campanha "pesticida zero" recentemente lançada pela ONG na França para tentar convencer as seis principais redes de distribuição francesas (Auchan, Carrefour, Casino, Leclerc, Intermarché, Magasins U) a apoiar os agricultores que se comprometem a produzir sem pesticidas.

Resíduos de pesticidas estão presentes em quase metade dos alimentos consumidos na Europa, mas a maioria dentro dos limites legais e provavelmente sem nenhum efeito sobre a saúde, garantiu em março a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos. As maçãs estão entre as frutas com maior presença de resíduos.


Fonte: G1

terça-feira, 16 de junho de 2015

Embrapa desenvolve produtos a base de camu-camu para estimular consumo da fruta

Foto: Compota de camu-camu
(Divulgação Embrapa)
Um projeto da Embrapa Roraima pode trazer grandes avanços para o aproveitamento das fruteiras amazônicas, em especial o camu-camu ou caçari, fruta com maior teor de vitamina C do mundo. É o trabalho ‘Domesticação, melhoramento e valoração de fruteiras nativas da Amazônia', que tem entre seus planos de ação pesquisas para viabilizar o consumo do camu-camu em diversas formas.

Uma das ações de destaque do projeto são os trabalhos com a tecnologia de pós-colheita, entre eles, a análise sensorial das receitas que já foram desenvolvidas pela pesquisa. Nesta fase, são avaliadas as características nutricionais e sensoriais dos produtos a base de camu-camu, como geleias, licores, picolé, chocolates e frutas cristalizadas.

Os testes de análise sensorial estão sendo realizados em diversos pontos de Boa Vista, capital de Roraima, durante o mês de junho. O trabalho é necessário para que haja uma diversidade nos grupos de provadores e identificação das preferências dos consumidores.

Segundo o coordenador do projeto, o pesquisador da Embrapa Roraima da área de Fruticultura, Edvan Chagas, o esperado é que ao final dos testes, as receitas e produtos com maior aceitação sejam disponibilizados para as agroindústrias da região.

O agrônomo explica que a fruta, embora ainda pouco conhecida, pode ser cultivadas para consumo in natura ou para processamento, o que já acontece em países como o Peru. Para Edvan, essa etapa da pesquisa é muito importante, pois agrega valor aos produtos e incentiva o consumo do camu-camu, fruta 10 vezes mais rica em Vitamina C que a acerola.

O projeto ‘Domesticação, melhoramento e valoração de fruteiras nativas da Amazônia' foi iniciado em 2009 e envolve várias instituições de pesquisa, ensino e extensão do Brasil e do exterior. O trabalho tem por objetivo prospectar, coletar e conservar algumas fruteiras nativas, buscando tecnologias que permitam a rápida propagação e domesticação, bem como o seu consumo, tudo de maneira sustentável, contribuindo para o cultivo comercial e o desenvolvimento da fruticultura regional.

Conheça o Camu-camu

O camu-camu ou caçari, como é conhecido na Região Norte, é uma espécie tipicamente silvestre, que brota em áreas alagadas, mas com um grande potencial econômico. A fruta possui casca roxa, opaca e grossa e é riquíssima em Vitamina C. Apesar do elevado potencial nutricional, o camu-camu ainda é pouco utilizado pela população da região por apresentar sabor ácido e gosto adstringência.

A fruta cresce em arbustos ou pequenas árvores e se encontra disperso em quase todo o Estado de Roraima. Contudo, a utilização da fruta ainda se limita a confecção de iscas para o tambaqui. No Peru, o camu-camu já é bastante usado no preparo de sucos, geleias, sorvetes e doces.


Por Clarice Rocha (MTb 4733/PE)
Embrapa Roraima

Cientista revoluciona ao encontrar molécula no abacate que combate a leucemia e pretende lançar medicamento em breve

Cientistas acreditam que o abacate pode ajudar na luta contra o câncer.


Foto: Freepik
Um novo estudo revelou que a gordura da fruta pode combater a Leucemia Mieloide Aguda (LMA), uma forma rara e mortal da doença.

Os pesquisadores canadenses disseram que as moléculas de gordura do abacate atacam diretamente as células-tronco da leucemia, a raiz da doença, à medida que crescem em células anormais do sangue.

Mundialmente, existem poucos medicamentos que combatam as células-tronco da leucemia. Em função dos resultados, os pesquisadores esperam criar uma droga derivada do abacate, com intuito de aumentar significativamente a expectativa e a qualidade de vida em pacientes com LMA, uma doença devastadora e fatal dentro de apenas cinco anos, em 90% dos pacientes com mais de 65 anos.

Em pessoas saudáveis, as células estaminais na medula óssea, crescem e se dividem para formar células vermelhas de sangue plenamente desenvolvidas, plaquetas e glóbulos brancos. Em pacientes com LMA, este processo dá errado. Em vez de formar células vermelhas do sangue saudáveis, muitas células de leucemia anormais são formadas. Estas são células imaturas, que não são capazes de se desenvolver em células sanguíneas de funcionamento normal.

Os pesquisadores descobriram que a molécula de gordura do abacate, chamado avocatin B, é capaz de interromper este processo, tendo como alvo as células-tronco sanguíneas saudáveis, ainda capazes de crescer.

"A célula-tronco é realmente a grande responsável pelo desenvolvimento da doença e a razão da recaída de tantos pacientes com leucemia. Temos realizado vários testes para determinar como esta nova droga funciona em um nível molecular, confirmando que ele atinge seletivamente as células estaminais, deixando as células saudáveis ​​ilesas”, disse Paul Spagnuolo, da Universidade de Waterloo, no Canadá.

“A avocatin B não só elimina a fonte de LMA, como também seus efeitos seletivos, diminuindo a toxicidade ao corpo”, completou Spagnuolo, que fez uma parceria com o Centro de Comercialização de Medicina Regenerativa (CCRM), em Toronto, Canadá, e entrou com um pedido de patente para o uso de avocatin B para tratar LMA.

A droga ainda precisará passar por longos teste, antes de ser aprovada para uso em clínicas de câncer, mas Spagnuolo já está realizando experimentos para preparar a droga para um ensaio clínico de Fase I. Esta será a primeira rodada de ensaios em que as pessoas diagnosticadas com LMA terão acesso à droga.

A pesquisa foi publicada na revista Cancer Research.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Maçã argentina- Pomo da discórdia

Suspensão da compra pelo Brasil de maçã da Argentina pode ser foco de nova crise entre os 2 países.


O governo brasileiro suspendeu a importação de maçãs argentinas e promete só rever a decisão se o país vizinho, parceiro do Mercosul, levantar o embargo à carne brasileira vigente desde 2012.

O episódio ganhou contornos de crise e pode contaminar outros setores nos quais há instabilidade nas relações de comércio bilateral, como a indústria automotiva.

Tudo começou quando, no início do ano, agentes sanitários brasileiros identificaram 15 carregamentos de maçã provenientes da Argentina com a presença de uma doença que o governo considera já erradicada no Brasil, a Cydia pomonela, conhecida como traça da maçã.

O Brasil propôs a realização de inspeções para avaliar o sistema de mitigação de risco adotado pelo vizinho, mas ficou sem resposta das autoridades de lá por semanas.

Em março, o embargo às maçãs foi formalizado. Só então a Argentina apresentou dados comprovando medidas para resolver a praga e regularizou a situação. O embargo, porém, não foi retirado.

Segundo a Folha apurou com diplomatas que negociam o caso, o Ministério da Agricultura brasileiro resolveu só reabrir as compras de maçãs se houver o fim do embargo argentino à carne bovina brasileira.

Apesar de não ser um tradicional comprador de carne brasileira --a Argentina é um dos líderes mundiais de produção de carne bovina--, o país vizinho impôs, em 2012, um embargo ao Brasil, quando exames de laboratório detectaram em um animal a presença do agente causador do mal da vaca louca.

Na ocasião, diversos países suspenderam as importações da carne brasileira, mas esses mercados já começam a ser recuperados. A China liberou recentemente o comércio. Os Estados Unidos devem fazê-lo em breve.

Nesta sexta-feira (12), negociadores brasileiros e argentinos ainda tentavam resolver o impasse.

Na avaliação do governo Dilma, esse embargo ao Brasil é político, e não técnico. Para auxiliares da presidente, a decisão argentina passa uma imagem ruim do país, pois parte de um de seus maiores parceiros comerciais e sócio no Mercosul.

Em conversas entre ministros dos dois países em Bruxelas na quinta-feira (11), a titular da Agricultura, Kátia Abreu, avisou que não fazia sentido para o Brasil o veto ao produto brasileiro. Procurada, a assessoria de imprensa da pasta não se pronunciou sobre o diálogo relatado à reportagem.

Em 2014, a Argentina vendeu para o Brasil quase 50 mil toneladas de maçãs frescas, cerca de US$ 52 milhões.

Fonte: Folha de S.Paulo - 13/06/2015

Preço da laranja cai, mesmo com maior demanda


Segundo o Cepea, indústrias ainda processam frutas próprias e produtores direcionam produto para o mercado de mesa

                                 Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo
O mercado de laranja in natura registrou aumento de demanda nesta semana, mas isso não foi suficiente para sustentar os preços. Foi o que informou na última sexta-feira (12/6) o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Na parcial desta semana, a laranja pera tem média de R$ 13,10 a caixa de 40,8 quilos, na árvore, queda de 5,4% ante a semana passada.

“A maior procura está atrelada ao clima mais quente dos últimos dias e ao período de recebimento de salários. Ainda assim, as cotações não tiveram sustentação, visto que as indústrias ainda não iniciaram o processamento das frutas de terceiros e, dessa forma, produtores que possuem laranjas prontas para a colheita a destinam ao mercado de mesa”, informam os pesquisadores, em nota.

Quanto às exportações brasileiras de limões e limas, seguem intensas em 2015. Segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), o Brasil exportou a todos os destinos 49,8 mil toneladas destas frutas in natura de janeiro a maio, o maior volume para o período. O aumento é de 6% frente ao mesmo período do ano passado e de 53% comparativamente à parcial de 2013.

Fonte: Globo Rural

Produtor colhe mamão 'gigante' de 6 kg em MT: 'vou dividir com vizinhos'

Fruta tem 64 centímetros de comprimento e, segundo professor, não é comum.
Ele disse ter dado atenção especial ao fruto ao perceber o crescimento.



Sitiante se orgulha ao mostrar fruto gigante.
(Foto: Roberto Aparecido Capeletto/ Arquivo pessoal)
O produtor rural Sebastião Horácio Capeletto, que vive em uma chácara no município de Diamantino, a 209 km de Cuiabá, colheu na última quarta-feira (10/06) um mamão bem maior que os de costume, com 64 centímetros de comprimento e 6,5 kg. De acordo com ele, a fruta foi uma das sobreviventes de uma ventania que só deixou dois frutos.

Ele disse que pretende dividir o mamão com os vizinhos. "Vou repartir [o mamão] e aquele que quiser a semente, darei de coração”, afirmou. O produtor contou ter recebido a semente da fruta de um sobrinho que mora em Maringá (PR) e plantou acreditando em uma boa safra.

Uma ventania que passou pela região há alguns meses e destruiu parte da árvore e a maioria dos frutos. “Depois disso, só sobraram dois mamões e o outro é bem menor que esse”, relatou.

“Ele começou a cresce e resolvi cuidar dele de maneira especial”, disse Sebastião, sobre o cuidado que passou a ter quando percebeu que a fruta vingaria. Na quarta-feira, ele decidiu colher o mamão especial e agora quer reparti-lo. “Já mostrei para alguns vizinhos e devo repartir a fruta. Coisas assim não podem ficar só para a gente".

Sebastião disse que, além da diversidade de plantas e árvores, cuida de alguns animais no sítio, como patos, cavalos, galinhas, perus e bois. Com os animais, ele conta que a única atividade que retira alguma renda é com a venda de carneiros.

De acordo com o filho do produtor, Roberto Aparecido Capeletto, o pai já praticou comercialmente a agricultura, mas atualmente, a atividade funciona apenas como um hobby. “Ele sempre foi do ramo [agricultura], mas de um tempo para cá só faz isso como ocupação para aliviar o stress”, pontuou. Ele disse que as frutas plantadas na chácara servem apenas para “dar aos amigos e alimentar os passarinhos”.

Roberto conta que o pai é curioso e anda à procura de coisas diferentes para cultivar. Dentre as peculiaridades da chácara, Roberto afirma que uma das bananeiras já brotou 368 bananas.

Segundo o professor de Agronomia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), João Pedro Valente, existem diversos tamanhos e formatos de mamão, mas que esse comprimento e peso não é comum. De acordo com ele, somente análises mais detalhadas podem apontar se esse caso é resultado de uma mutação ou de quimerismo.

O primeiro, como explica Valente, pode ser reproduzida tanto na natureza quanto em laboratório. É uma característica que pode ser replicada em outras gerações da espécie. O quimerismo, além de não ser passado adiante, é causado por um agente externo. “Esse deve ser o caso dessa fruta. Essas alterações são causadas por algum tipo de 'stress químico' ou radiológico, por exemplo”, avalia.

Fonte: G1

Brasil desperdiça 30% da produção nacional de frutas por ano

Produtos são bons para consumo, mas têm pequenas imperfeições. Com desperdício de um ano daria para encher 625 mil caminhões.


Imagine 625 mil caminhões lotados de frutas, legumes e verduras. Essa é a enorme quantidade de comida que os brasileiros jogam no lixo todo ano. São produtos bons para o consumo, que acabam descartados porque têm pequenas imperfeições.

Se a natureza cochilar um pouquinho, o prejuízo é certo. A alface americana não vai nem sair da roça para o seu Nelson não perder a viagem.

“Sem chance. Está pequeno”, avalia o produtor. “Isso tem perda em todas as produções. Tem gente na região que vai passar trator no mandiocal”.

Pode ser um defeito mínimo, como pintinhas na casca, que a fruta já não tem mais valor comercial nenhum. É uma regra de mercado que, para o produtor, tem sabor de castigo, às vezes, até pior do que praga na lavoura.

É o caso da mexerica, que a Eliselma cultiva sem agrotóxicos.“De cada mil caixas, costuma jogar cem fora. É lixo mesmo. No ano passado, nós jogamos a metade da safra fora, mais ou menos a metade, não tinha comércio. A fruta ficou pequena. Ficou ótima, vermelhinha, doce. Mas não tinha tamanho. E é o tamanho que vende”, conta a produtora rural Eliselma Campos Amorim.

Ao todo, 625 mil caminhões é o que daria para encher com as frutas que o Brasil desperdiça em um ano. Isso representa 30% da produção nacional.

Pela estimativa da Embrapa, a perda de hortaliças é maior ainda. Para dar um exemplo bem prático, o Jornal Nacional colocou o desperdício na balança. Para uma salada de 2 quilos chegar à mesa de uma família brasileira, por exemplo, tem outra de 700 gramas que vai direto para o lixo. Ainda estamos muito longe do índice que especialistas consideram aceitável, de até 5% de desperdício.

“A gente está gastando água, recursos hídricos, e, no final das contas, parte desses recursos hídricos foi em vão, porque o produto não vai ser comercializado ou não vai ser consumido, vai ser jogado no lixo”, diz Antônio Gomes, técnico da Embrapa. 

“Tem muitas pessoas passando fome. Então, desperdício não pode”, diz uma mulher.

Fonte: G1 - via Jornal Nacional

Ultra-adensamento de plantio de citros pode quase dobrar produção

Plantar árvores de citros mais perto umas das outras aumenta a produção das safras iniciais em até 89% em relação aos espaçamentos tradicionais. Os resultados foram registrados em experimentos desenvolvidos pela Embrapa em parceria com a Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro (EECB), no interior paulista. O chamado adensamento se revelou extremamente importante para os produtores de São Paulo, onde se localiza o maior polo citrícola do Brasil, pois ajudou a compensar perdas causadas pelo huanglongbing (HLB), considerada a mais severa doença dos citros da atualidade.

Com base nesses resultados, pesquisadores da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) iniciaram uma nova geração de experimentos, com espaçamentos ainda menores, em São Paulo e em outras regiões do País. O objetivo é oferecer alternativas inovadoras e sustentáveis à citricultura, com possibilidade de ampliação dos lucros e redução dos custos de produção.

No momento, estão sendo testados nove arranjos diferentes, que vão do espaçamento 6m x 3m, utilizado no Nordeste, até 4m x 1m, ou seja, saindo de 550 plantas por hectare para 2.500. "Aumentamos cinco vezes a densidade para ver entre os dois extremos onde está o maior retorno de produtividade. Vamos agregar ainda a análise agronômica e de qualidade do fruto. Há mais de 30 anos, não há alteração nessa questão do espaçamento no Norte e no Nordeste do País", conta o pesquisador Eduardo Girardi, coordenador da carteira de pesquisas relacionadas ao HLB dos Citros.

Diante do HLB, que atinge os estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais, a prática permite maior competitividade e permanência na atividade para pequenos e médios produtores que possuem até 100 mil pés e representam cerca de 80% dos citricultores em São Paulo, segundo dados do Centro de Conhecimento em Agronegócios da Universidade de São Paulo (Pensa/USP). O uso da técnica ajuda a compensar a redução decorrente da erradicação obrigatória das plantas infectadas com HLB.

Plantios no Nordeste são incluídos na pesquisa

O projeto iniciado em 2014, com duração de quatro anos, estende os experimentos para o Nordeste e Norte, regiões ainda não atingidas pela doença. "Mesmo que em Sergipe, Bahia e Pará não exista o HLB, é interessante já avaliar o ultra-adensamento nessas situações, porque caso a doença entre nessas regiões, o clima e o solo são muito diferentes dos da citricultura paulista. Assim, nos antecipamos ao problema", explica Girardi. Além dos novos experimentos em São Paulo, Paraná e Minas Gerais, foram instaladas quadras experimentais de ultra-adensamento no estado da Bahia: litoral (Tabuleiros Costeiros), semiárido (Curaçá) e Chapada Diamantina (Mucugê). Em Sergipe, há ensaios na estação da Embrapa Tabuleiros Costeiros em Umbaúba. Os experimentos foram replicados no Pará, no município de Capitão Poço, região de alta produção de citros.

Os resultados dos experimentos em Sergipe, por exemplo, são considerados promissores pelo pesquisador da Embrapa Cláudio Leone, especialmente em relação ao bom desenvolvimento agronômico dos materiais plantados em diferentes densidades: "O pomar experimental com quase dois anos tem plantas vigorosas e bom aspecto fitossanitário. Outra relevante constatação é que o experimento está sendo conduzido em sequeiro [sem irrigação] e teremos inferências importantes sobre pomares nessas condições. A partir de quatro ou cinco safras regulares, poderemos indicar com mais segurança características sobre o comportamento das plantas no sistema adensado, proposta inovadora para a citricultura nordestina".

Produção mais de cinco vezes maior

Um dos parceiros mais antigos no desenvolvimento desses estudos é o produtor Henrique Fiorese, com propriedades em Olímpia e Colômbia (SP) que somam 200 hectares de citros. Há cerca de 20 anos, ele começou a adotar a prática do adensamento. "Você tem uma produtividade menor por planta, porém maior por área. A média de produtividade nossa em espaçamentos tradicionais era na faixa de 400 a 500 caixas por hectare. Hoje temos área que chegou a dar 2.800 caixas por hectare. Temos espaçamentos de 6 m x 2 m até 5 m x 2 m. O adensamento é o caminho hoje para a citricultura", afirma Fiorese, que também sofre com o problema do HLB. "A vantagem é que, com mais plantas, você arranca uma e outra automaticamente já ocupa esse espaço."

O pesquisador Eduardo Stuchi, responsável pelo campo avançado de Bebedouro da Embrapa Mandioca e Fruticultura, diz que a fala de Fiorese traduz o raciocínio do pomar adensado: da produção por área, não mais por plantas. "Antigamente se pensava muito em ‘quantas caixas havia por árvore'. Essa é a mudança de conceito: a produtividade é dada pela quantidade de fruta que você consegue colher em determinada área", afirma.

À frente desses estudos na EECB desde o início, Stuchi explica que nas décadas de 1970 e 1980 foram feitos vários experimentos, originalmente na região de Limeira (SP), que registra maior incidência de chuva. Havia a dúvida se na região mais quente, como é o clima do norte do estado, os pomares adensados teriam bom desempenho. Por isso, instalaram, no início da década de 1990, três experimentos na estação, que comprovaram a viabilidade da técnica mesmo em condições de estresse hídrico.

Avaliados em 15 safras, esses experimentos geraram resultados que impressionam. Os ganhos são significativos com o pomar mais adensado, principalmente nas primeiras etapas (ver gráfico). "Chega-se a ter até 89% a mais de produção quando você compara um pomar de 714 plantas por hectare [7m x 2m] contra um pomar de 238 plantas [7m x 6m], nas cinco primeiras safras. A vantagem dos plantios mais adensados se mantém até a décima safra. A partir daí [da 11ª a 15ª safra], verificamos um ‘empate'. Isso ocorreu porque não realizamos podas. Por esse motivo, os pomares mais adensados ficaram prejudicados por terem as plantas muito próximas e, por isso, recebiam menos iluminação. Mesmo assim, na média das 15 safras, a diferença foi de 20% em favor do mais adensado", explica Stuchi.

Aumento do número de podas

A necessidade de podas regulares é considerada um ponto negativo relacionado ao adensamento. De acordo com o consultor Leandro Fukuda, são desvantagens que devem ser contornadas com manejo e estratégias. "Os pomares adensados necessitam ser podados todo ano. Daí vem o grande paradigma da poda, que sempre vai provocar perda de frutos que estão na planta. É difícil para o citricultor compreender que está trabalhando com um sistema com produtividades muito maiores e, para fazer a manutenção, tem de perder de 100 a 150 caixas por hectare, já que quando a poda não é feita surgem problemas graves na condução do pomar", alerta o especialista.

Ele acrescenta que o adensamento veio contribuir para o resultado de viabilidade econômica dos novos projetos de citros. "Com a prática, temos conseguido fazer o payback [retorno financeiro] do projeto pelo menos dois anos antes. Além disso, os patamares de produtividade nos primeiros dez anos são maiores do que nos pomares não adensados. Depois, há a tendência de as produtividades dos adensados e convencionais ficarem mais próximas, mas ainda com vantagem para o adensado", afirma, em consonância com Stuchi.

Outra vantagem apontada por Fukuda é que, no pomar adensado, somente se recomenda replantios até os sete anos. "A partir daí, só erradicamos plantas, o processo inverso dos pomares convencionais. E isso é muito bom por conta da baixa contribuição das replantas que fazemos nos pomares quando estão mais velhos." Ele também ressalta a redução do uso de herbicida, pois, a partir do sexto ano, a aplicação do produto é feita somente em falhas na linha de plantio. "As pulverizações normalmente são feitas com pulverizadores atomizados, aplicando para os dois lados, e o uso de volume de calda é pouco menor", relata.

Combate ao HLB

Os estudos com ultra-adensamento de plantio de citros fazem parte de um conjunto de pesquisas para fazer frente ao HLB, doença para a qual ainda não foram identificadas variedades resistentes. "O objetivo é verificar o impacto que esse ultra-adensamento tem na disseminação da doença, ou seja, se o fato de usar mais plantas por hectare vai fazer com que o HLB se dissemine mais ou menos rapidamente. Existe uma percepção de que se você aumenta a quantidade de plantas por hectare, na medida em que há plantas doentes que serão perdidas, as outras que sobram vão compensar a perda. Por outro lado, talvez a proximidade das plantas facilite a disseminação pelo inseto-vetor. Queremos eliminar essa dúvida", explica Girardi.

Mas uma coisa é certa, segundo o pesquisador: aumentar a produtividade e antecipar a produção, ou seja, ter colheitas comerciais mais cedo, são fundamentais mesmo em um panorama sem o HLB. "Na presença da doença, em que o pomar tem a perspectiva de viver menos tempo, é importante produzir mais em menos tempo. Daí o adensamento apresenta-se como uma ferramenta prática, útil e efetiva para alcançar esse objetivo", observa. Ele diz ainda que a produtividade mínima hoje que se espera para a citricultura seja rentável gira em torno de 900 a 1.000 caixas de laranja (40,8 quilos) por hectare. "Nossa expectativa é, no fim desse projeto, mostrar que o adensamento é uma ferramenta importante de ganho de produtividade e de manejo em uma citricultura com HLB e que pode ser praticado em diversos ambientes e numa intensidade maior do que o setor hoje imagina ser possível", acredita.

O início da prática

O adensamento de plantio em citros foi uma das pesquisas mais importantes que o Centro de Citricultura Sylvio Moreira (CCSM) do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) realizou, pelo seu alcance social e retornos proporcionados aos citricultores, conforme destaca Joaquim Teófilo Sobrinho, engenheiro agrônomo e ex-diretor do CCSM. As pesquisas foram iniciadas em 1970.

"A produtividade média da citricultura não ultrapassava 700 caixas por hectare, antes do uso da nova tecnologia. Com o plantio mais adensado, o produtor começou a plantar 600, 700 ou mais plantas por hectare, dependendo da combinação copa/porta-enxerto [parte inferior que corresponde ao sistema radicular da planta]. Para produzir 1.000 caixas por hectare, bastaria produzir duas caixas por planta ou até menos, dependendo do número de plantas por hectare", salienta Joaquim.

Fonte: Embrapa