e o IBRAF , através de nosso Diretor de Relações Institucionais ,Carlos Alberto de Albuquerque, esteve presente no Lançamento do Plano Nacional de Exportações.
O governo federal anunciou nesta quarta-feira (24) o Plano Nacional de Exportações, que conta com cinco pilares para estimular as vendas externas de produtos brasileiros.
O objetivo do plano é incentivar, facilitar e aumentar as exportações brasileiras. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, enquanto o Brasil possui a sétima maior economia do mundo, ocupa a 25ª posição no ranking de países exportadores.
Os chamados pilares do plano de exportações são: acesso a mercados; promoção comercial; facilitação do comércio; financiamento e garantia às exportações; e aperfeiçoamento de mecanismos e regime tributários para o apoio às exportações.
Dados do MDIC mostram que, no Brics, o Brasil foi o país em 2013 com o menor percentual de exportações em relação ao PIB, com 27,6%, enquanto a África do Sul registrou 64,2%; a Índia, 53,3%; a Rússia, 50,9%; e a China, 50,2%.
“Resta a evidente oportunidade de se lançar uma iniciativa consubstanciada em um plano nacional. O mercado internacional nos oferece mais oportunidades do que riscos e temos espaço para ocupar. Há um PIB equivalente a 32 Brasis além das nossas fronteiras. Por outro lado, 97% dos consumidores do planeta estão lá fora”, declarou o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro Neto.
Segundo ele, o comércio internacional está distribuído em todas as regiões do globo. “Há oportunidades para produtos e serviços brasileiros em cada uma das regiões. O Brasil deve se integrar, especialmente às regiões com maior dinamismo”, acrescentou.
Pilares do Plano de Exportações
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, o “acesso a mercados” prevê que a política comercial seja focada na ampliação de mercados, por meio da remoção de barreiras e maior integração do Brasil em negociações sobre tarifários.
No caso da “promoção comercial”, o governo diz ter identificado 32 mercados prioritários para os produtos brasileiros. Esse mapa será utilizado para o Brasil elaborar as estratégias de exportação.
A “facilitação do comércio”, informou o MDIC, define como estratégia a desburocratização, simplificação e aperfeiçoamento dos processos aduaneiros com o objetivo de reduzir prazos e custos.
O plano prevê a eliminação completa do papel nos controles administrativos e aduaneiros em 2015 e o "redesenho" de todos os processos de exportação e importação até 2017. Há ainda a meta de reduzir os prazos de exportação de 13 para 8 dias e de importação de 17 para 10 dias, também até 2017.
De acordo com o governo, o item “financiamento e garantia às exportações” prevê o aperfeiçoamento dos atuais modelos de financiamento, o Programa de Financiamento às Exporações (Proex), o BNDES-Exim e o Seguro de Crédito à exportação.
O governo diz que haverá aumento da dotação orçamentária do Proex-Equalização (equalização de taxas de juros) em cerca de 30% neste ano, em relação a 2014, e atendimento de toda a demanda prevista para 2015.
"Quero ainda dizer que o ministro Levy e a equipe da Fazenda, trabalhamos juntos para o aproveitamento integral da dotação sem contingenciamento. Temos o compromisso de assegurar o crescimento da dotação e garantir o aproveitamento integral", declarou Armando Monteiro Neto.
Além disso, no caso do BNDES-Exim, está previsto o aumento de recursos na linha "pós-embarque" de US$ 2 bilhões para US$ 2,9 bilhões e ampliação do acesso da linha pré-embarque.
O governo também anunciou o que o seguro de crédito para exportação será simplificado e que haverá redução de prazo para caracterização do sinistro. De acordo com Monteiro Neto, serão ampliados os setores do seguro-performance. No caso do Fundo de Garantia às Exportações (FGE), o plano prevê a ampliação, em US$ 15 bilhões, o limite para aprovação de novas operações.
O último “pilar” do plano, “aperfeiçoamento de mecanismos e regimes tributários”, determina ao governo que busque simplificar o atual sistema tributário relacionado ao comércio exterior, “inclusive por meio de redução da acumulação de créditos tributários”.
O ministro do Desenvolvimento disse ainda que o governo quer reformar o PIS e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), com um novo formato já em 2016, de modo a introduzir um "crédito financeiro". Segundo ele, isso vai tornar o processo de crédito "muito mais fácil", de forma que as empresas possam compensar esses valroes de "forma mais automática" nos processos, sobretudo aquelas que têm "parcela expressiva" do faturamento voltado para a exportação.
Com ajuste fiscal, benefício para manufaturados diminuiu
Apesar do anúncio do plano de exportações, a nova equipe econômica anunciou, no fim de fevereiro, redução dos benefícios para exportadores de produtos manufaturados como parte do ajuste fiscal.
A alíquota do Reintegra, programa que "devolve" aos empresários uma parte do valor exportado em produtos manufaturados por meio de créditos do PIS e Cofins e que era consierado prioritário para os exportadores de produtos industrializados, caiu de 3% para 1%.
De acordo com o ministro da Fazenda, a renúncia fiscal com o Reintegra, neste ano, com a alíquota anterior, de 3%, seria de R$ 6 bilhões. Com a mudança, a renúncia anual caiu para R$ 3,5 bilhões por ano.
Exportações recuam há 3 anos consecutivos
Em 2014, as exportações brasileiras somaram US$ 225 bilhões, com média diária de US$ 889 milhões. Com isso, atingiram, pela média por dias úteis (conceito de comparação considerado mais adequado por economistas) o menor patamar desde 2010 - quando totalizaram US$ 201,9 bilhões, ou 804 milhões por dia útil.
De acordo com números oficiais, as vendas externas brasileiras, em seu valor total, recuam há três anos consecutivos, ou seja, desde 2012, e a expectativa é de que voltem a apresentar nova queda em 2015. Para este ano, a previsão do Banco Central é de que as exportações somem US$ 200 bilhões.
Fonte: G1