sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Nova uva brasileira conquista mercado inglês

A cultivar permite a programação da produção para que coincida com as janelas de mercado de outros países exportadores e com preços mais vantajosos


Uma novidade lançada em 2012 no Brasil já ganhou os paladares do mundo. Uma uva preta, com sabor especial, bom equilíbrio entre açúcar e acidez e sem sementes está fazendo sucesso na Europa e conquistou o exigente mercado britânico. A BRS Vitória é a primeira cultivar brasileira de uva sem sementes tolerante ao míldio, principal doença fúngica que ataca as videiras no país. A resistência permite a redução das aplicações de agroquímicos no parreiral.

A nova cultivar, desenvolvida especialmente para as condições climáticas do Brasil, é recomendada para regiões de clima tropical úmido, como no Sudeste, e tropical semiárido. Por aqui, a produção desse tipo de uva tem se destacado nos municípios de Petrolitana (PE) e Juazeiro (BA). Com planejamento da época da colheita, os produtores trabalham com duas safras anuais e conseguem programar a produção para que coincida com as janelas de mercado de outros países exportadores para a Europa com preços mais vantajosos. No Brasil, a cultivar já chegou às principais redes de supermercados de grandes cidades do país

De acordo com o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, João Dimas Garcia Maia, um dos coordenadores do Programa de Melhoramento Genético, com irrigação e uso de produtos para promover brotações, é possível escalonar podas durante o ano todo e proporcionar as colheitas para o melhor período do mercado. “Nas condições tropicais, a diminuição na duração do ciclo possibilita deixar as plantas em repouso por cerca de 30 a 40 dias entre os sucessivos ciclos além de aumentar o acúmulo de açúcares durante a maturação resultando em uvas mais doces,” conta Maia.

O sabor diferenciado da nova uva trouxe uma importante vantagem competitiva à balança comercial brasileira já que possibilita exportações de uva entre abril e dezembro para boa parte do mercado britânico. Além disso, a tolerância ao míldio também resultou em vantagens econômicas e ambientais. Segundo Maia, essa é uma característica que está sendo priorizada no desenvolvimento de novas cultivares de uva. “Ser tolerante possibilita uma produção mais sustentável, pois se pode reduzir cerca de 20%as aplicações de fungicidas, trazendo benefícios aos viticultores, ao meio ambiente e também aos consumidores”, enumera.

De acordo com a pesquisadora e coordenadora do Programa, Patrícia Ritschel, a BRS Vitória já foi aprovada para o plantio nas principais regiões produtoras de clima tropical e subtropical como São Paulo, Paraná, Minas Gerais além do próprio Vale do Submédio do São Francisco . Segundo Patrícia, a equipe está trabalhando no sistema de manejo para que produtores da região Sul também possam começar a produzir. “Estamos ajustando algumas questões de controle de produção e época de colheita, mas acreditamos que em regiões de clima mais úmido como no norte do Paraná ou no Rio Grande do Sul, o ideal será a utilização do cultivo protegido, para evitar problemas como a podridão-da-uva-madura”, detalha.

Os cuidados no manejo dessas cultivares no campo, definição do ponto ideal de colheita, sistema de embalagens, classificação e resfriamento pós-colheita, associado a uma boa rede de distribuição tem posicionado bem as cultivares da Embrapa no mercado, tornando possível aos consumidores conhecer as novas uvas e impulsionar a sua demanda.

Programa de Melhoramento Genético de Uva

Desde 1977, dando sequência às primeiras iniciativas da antiga Estação Experimental de Caxias do Sul, a Embrapa Uva e Vinho conduz um Programa de Melhoramento voltado à obtenção de cultivares para processamento (vinho e suco) e para mesa. Os pesquisadores buscam desenvolver novas cultivares com melhor adaptação às diferentes condições edafoclimáticas das regiões onde a videira é cultivada no Brasil. Os melhoristas almejam elevadas qualidade e produtividade, alta tolerância às doenças que atacam a cultura, como o míldio e o oídio, e materiais voltados a diferentes finalidades (mesa, suco e vinho).

O Programa utiliza métodos clássicos de melhoramento com manutenção de um Banco de Germoplasma,acervo que reúne cerca de 1,4 mil tipos de uva, entre espécies cultivadas e silvestres, variedades, clones e seleções. Estão em fase de teste três seleções para vinho, três seleções para suco, e 38 seleções de uvas de mesa.

Em cerca de três anos, a Embrapa iniciará uma nova etapa de teste de validação com novas cultivares de uvas sem sementes, incluindo seleções de cachos mais soltos e com bagas maiores, para diminuir a demanda de mão de obra e uso de reguladores de crescimento. Nesse grupo, que está em processo de limpeza de viroses, há uvas brancas, vermelhas e pretas de diferentes sabores.

Câmara Setorial da Citricultura discute mitigação de cancro cítrico e desoneração do suco de laranja

A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Citricultura do Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAPA) realizou, nesta quinta-feira (18), em Brasília, a terceira reunião de 2016, com a participação de representantes da citricultura de vários estados.

A necessidade de uma nova legislação para o cancro cítrico e a queda do consumo de suco de laranja dominaram a pauta da reunião.

A mudança da legislação de controle do cancro cítrico, que tem sido discutida ao longo desse ano, ganhou novo apoio. O setor produtivo de limão se manifestou a favor de uma nova abordagem de controle da doença e de comércio das frutas cítricas.

De acordo com o presidente do sindicato rural de Taquaritinga, Marco Antonio dos Santos, no primeiro semestre as exportações de limão somaram U$S 80 milhões, mas a expansão da doença coloca em risco o comércio com o exterior, o que afetaria sobretudo os pequenos produtores da fruta.

Por decisão unânime de seus membros, a Câmara Setorial irá enviar ao MAPA, onde a nova legislação passa por avaliação, uma recomendação para que a liberação do sistema de mitigação de risco (SRM), uma proposta que prevê que os produtores tomem medidas rígidas de prevenção e fiscalização de produção nas áreas mais atingidas pelo cancro cítrico. 

O presidente da CitrusBr, Ibiapaba Netto, mostrou a situação do suco de laranja, desde os estoques até a queda de consumo da bebida no mundo. De acordo com o executivo, medidas como a isenção ou diminuição de impostos sobre o suco de laranja e o aumento da participação do suco natural nas bebidas prontas, como néctares, podem ajudar a estimular o consumo e teriam impacto positivo para a produção. Na próxima semana Netto deverá levar ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, uma proposta nesse sentido, na qual teve o apoio da Câmara Setorial.

O sistema de monitoramento de psilídeo (inseto transmissor do HLB/greening), chamado Alerta Fitossanitário – Psilídeo, também foi tema de uma apresentação feita pelo engenheiro do Fundecitrus, Ivaldo Sala. A ferramenta, desenvolvida pelo Fundecitrus, tem auxiliado os citricultores paulistas e do Triângulo Mineiro a controlar o HLB em suas propriedades e na região.

A iniciativa foi apreciada pelos representantes de outros estados que propuseram expandir o sistema para todo País com ajuda do MAPA. 

A reunião teve ainda um panorama da citricultura baiana, apresentado pelo representante do estado, Geraldo Almeida Souza.

Fonte: Fundecitrus

Grupo traça plano para reduzir agrotóxicos na comida

Criado há dois anos, o Comitê de Sustentabilidade da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) trabalha para incentivar seus associados a se tornarem referência no assunto. A entidade estimula a reciclagem e o uso consciente de recursos naturais, que, consequentemente, colaboram para a redução de custos nas empresas e contribuem para uma melhor qualidade de vida de toda a sociedade. "Incentivamos os associados para que produzam ações, mesmo que individuais, para termos uma cadeia mais produtiva e consciente", afirma o diretor do comitê e gerente de relações institucionais do Walmart, Eduardo Cidade.

Neste ano, em que se comemora os 35 anos da Expoagas, o grupo assumiu o desafio de qualificar os fornecedores de produtos hortifrutigranjeiros para os supermercados do Rio Grande do Sul. Está sendo elaborado um plano de ação conjunto, que visa construir estratégias de qualificação da produção e de fornecimento de alimentos seguros aos consumidores gaúchos.

O Comitê da Agas convidou representantes de entidades e órgãos públicos para, juntos, discutirem medidas que ajudem os agricultores a reduzir o uso de agrotóxicos nas frutas, verduras e legumes fornecidos ao mercado. "O produtor sabe produzir, mas é preciso ter um plano de ação para aprimorar a gestão da propriedade dele", diz Cidade. O trabalho do grupo está adiantado e, durante a Expoagas 2016, que está ocorrendo no Centro de Convenções da Fiergs, em Porto Alegre, deve ser realizada mais uma reunião técnica e assinado o Termo de Cooperação. "Se tudo der certo, nossa intenção é que o plano seja colocado em prática ainda neste ano", afirma o diretor.

Para integrar o grupo de trabalho técnico da Agas foram convidados representantes da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), da Secretaria da Agricultura Pecuária e Irrigação, da Emater/RS-Ascar, da Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, da Ceasa, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Sebrae-RS e varejistas. O diretor técnico da Fepagro, Carlos Oliveira, aprovou a iniciativa de reunir setor público e privado para debater um tema que atinge toda a sociedade. "Assim, cada instituição pode contribuir para melhorar ainda mais a qualidade dos alimentos produzidos e ofertados no Rio Grande do Sul", diz ele.

Segundo o gerente comercial da WQS Certificações - empresa de São Paulo que coordena o Projeto 3P do Grupo Walmart -, André Tanzi, o perfil dos produtores de hortifrutigranjeiros do Estado é formado por produtores da agricultura familiar, e 46% dos fornecedores têm rendimentos anuais de até R$ 100 mil. "Esse percentual é muito maior do que nos demais estados em que trabalhamos", avaliou.

Já a diretora da Food Design - empresa de consultoria especializada para a cadeia de alimentos -, Ellen Lopes, garante que a segurança dos alimentos não pode ser uma vantagem competitiva, mas uma responsabilidade compartilhada por todos os envolvidos da cadeia de produção e distribuição.

Agas incentiva uso consciente de lâmpadas e sacolas plásticas

O uso consciente de energia e das sacolas plásticas é tema que está sempre em pauta dentro da entidade. Na edição do ano passado da Expoagas, foi lançado um plano para o correto descarte de lâmpadas fluorescentes por gerador domiciliar. Um Termo de Cooperação com o Centro de Apoio Operacional de Defesa do Consumidor e da Ordem Econômica do Ministério Público do Rio Grande do Sul foi assinado para auxiliar na execução e divulgação do projeto.

A Agas promoveu ações para orientar os consumidores a devolverem suas lâmpadas fluorescentes, após o uso, em pontos de coleta, e não descartem o produto como resíduo urbano comum. Além do consumidor, o Comitê de Sustentabilidade também investe em ações de conscientização com os empresários e fornecedores. "Durante um seminário, que começou em 2015 e se estendeu neste ano, abordamos com os varejistas como reduzir custos e aproveitar as energias renováveis que estão disponíveis no mercado", conta o diretor do Comitê de Sustentabilidade, Eduardo Cidade.

Outro tema importante, que envolve diretamente a relação supermercadista e consumidor é a redução do uso de sacolas plásticas. A Agas conta com a campanha "Sacola bem utilizada ajuda o meio ambiente", lançada em parceria com o Ministério Público Estadual e a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), para diminuir o uso de sacolinhas no Estado.

"Fizemos um trabalho intenso e permanente de conscientização com consumidores e varejistas. Algumas redes dão desconto para quem não usa a sacola plástica, enquanto outras apostam nas sacolas retornáveis", conta Cidade.

O diretor explica que a campanha das sacolas foi deflagrada a partir de uma pesquisa que a Agas encomendou em 2012 e que mostrou que 83% dos consumidores gaúchos eram contra o fim da distribuição de sacolas plásticas nos supermercados.

"Por ser uma questão cultural e que está intrínseca no cotidiano das pessoas, optamos por fazer um trabalho gradativo de educação e conscientização, reduzindo os impactos que as sacolas causam no meio ambiente e otimizando o seu ciclo de vida útil", completa.

Além da campanha institucional, outras iniciativas com este objetivo são reconhecidas pela entidade e premiadas no Ranking e no Carrinho Agas. Também são promovidos cursos para empacotadores, para que eles saibam aproveitar toda a capacidade das sacolas.

Programa ABC liberou R$ 2 bi em crédito no ano-safra 2015/2016

Recursos foram destinados ao uso de tecnologias de baixa emissão de carbono


O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) destinou R$ 2 bilhões em crédito rural, no ano-safra 2015/2016, para o Programa ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono). Essa linha financia tecnologias como a Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD), Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), Sistema Plantio Direto (SPD), Tratamento de Dejetos Animais (TDA), Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) e Florestas Plantadas (FP).

Lançado em julho de 2010, o ABC já investiu R$ 13,2 bilhões em um total de 28,5 mil contratos com produtores rurais, que abrangem 6,8 milhões de hectares. O programa promove a sustentabilidade da agropecuária brasileira e está alinhado à Política Nacional de Mudanças sobre o Clima, assinala a Coordenação de Manejo Sustentável dos Sistemas Produtivos da Secretaria de Mobilidade Social, do Produtor Rural e do Cooperativismo.

Na comparação entre 2015/2016 e 2014/2015, houve retração no volume de contratações do ABC. No período anterior, os contratos somaram R$ 3,6 bilhões. Segundo a Coordenação de Manejo Sustentável dos Sistemas Produtivos, a queda para R$ 2 bilhões se deve à elevação nas taxas de juros da linha de crédito. Outro fator que também contribui para esse resultado foi o aumento do custo de produção.

Em compensação, o ciclo 2015/2016 teve elevação de 34% no valor médio dos contratos quando comparado com o de 2014/2015. O estado de São Paulo, por exemplo, apresentou incremento de mais de 5.500% no valor contratado para o Tratamento de Dejetos Animais. No Maranhão, houve crescimento de 1.100% no montante de contratação para Florestas Plantadas. Já Roraima aumentou em 1.400% a área de Recuperação de Pastagens Degradadas. A Região Norte registrou acréscimo de mais de 200% no valor contratados para Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta. 

A meta do Plano ABC é atingir, com suas tecnologias, 30 milhões de hectares até 2020. A Recuperação de Pastagens Degradadas representa 50% desse total (15 milhões de hectares). Até 2015, a RPD já alcançou cerca de 41,3%, conforme dados do Mapa e do Banco Central (BC).

Ainda segundo as estatísticas do Ministério da Agricultura, a iLPF tem compromisso 13% do total do uso de tecnologias do ABC e já atingiu 6,3%. O Sistema Plantio Direto também superou a projeção: ele representa 27% e chegou a 36,7%. A tecnologia de Florestas Plantadas tem meta total de 10% e alcançou 15,8%.

Região Sul se prepara para colher frutas e grãos

No Brasil, devido a grande extensão territorial e diversidade climática, sempre é tempo de plantar e colher. Na região Sul, por exemplo, os agricultores familiares se preparam para colher as culturas típicas de inverno. Entre os principais grãos estão o trigo, a canola e a cevada, que começam ser extraídos em setembro. No caso das frutas, são destaque do segundo semestre as de caroço, sendo a principal o pêssego, que começa a ser colhido no final de outubro. Além desses produtos, no final de novembro será a vez da batata, cebola e alho. 

Também é tempo de plantar. A partir de setembro é feito o plantio do arroz, sendo o Rio Grande do Sul o maior produtor nacional do grão, que será colhido a partir de fevereiro. Já as hortaliças não têm época determinada – elas podem ser plantadas e colhidas o ano todo. “Só no Rio Grande do Sul são mais de 70 tipos de hortaliças”, afirma o engenheiro agrônomo Antônio Conte, da Emater/RS, que presta atendimento de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) aos agricultores familiares do estado. “Damos orientações específicas para cada cultivo”, diz. Mas uma orientação é consenso, segundo ele. “Manter a conservação do solo, com cobertura de palhas é uma prática comum”, explica, ao garantir que a iniciativa assegura a qualidade da terra.

As frutas seguem a regra das hortaliças. De acordo com Antônio Conte, as que são cultivadas no Sul são as típicas do clima frio. “São frutas como maçã, pêssego, nectarina e uva, que são cultivadas principalmente no inverno”, exemplifica. A colheita se dá ao longo do ano, cada uma respeitando as especificidades de cada localidade. Em setembro começa a colheita do morango. “A produção de morango de dias neutros se estende até maio do ano que vem. Ela diminui um pouco o volume da colheita em janeiro e fevereiro, mas continua até fim de abril e inicio de maio”, explica Antônio Conte. Já a uva, fruta símbolo da região Sul, tem a colheita iniciada em dezembro. 

Inverno

Este ano, o inverno rigoroso favoreceu o cultivo de frutas como a uva, maçã, ameixa, pêssego, kiwi e caqui. Segundo Antônio Conte, essas frutas precisam de um regime de dormência durante o inverno. “Esse frio que está ocorrendo com intensidade no Rio Grande do Sul é uma condição favorável para que essas espécies entrem em um novo ciclo a partir do mês de setembro para apresentar produção no fim do ano e no semestre que vem”, explica. São plantas que precisam da ocorrência do frio para produzir uma safra boa”, acrescenta. “Este ano o inverno foi bem definido e isso foi bom para essas culturas”, destaca. 

Assistência 

O agricultor familiar que vai plantar e precisa de orientações pode contar com o os serviços de Ater. O objetivo da assistência é melhorar a renda e a qualidade de vida das famílias rurais por meio do aperfeiçoamento dos sistemas de produção, de mecanismo de acesso a recursos, serviços e renda, de forma sustentável. O serviço é oferecido pela Secretaria de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário em parceria com empresas públicas de Ater.

A família de Luís Carlos Laux, que tem uma propriedade em Serão Santana (RS), sabe bem a diferença que faz para a melhoria da produção quando se recebe assistência técnica. Ao lado da mulher, Eliane Hollas, e da filha, Lizandra Hollas Laux, ele tem investido na plantação de frutas depois de ter sido beneficiado na Chamada Pública do Programa Nacional de Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco. “Plantamos sete variedades de pêssego e já estamos colhendo. É muito bom ver as terras se transformando a cada época do ano. Antes, eu abria a janela e só via fumo. Agora eu vejo flores, frutas, e cada mês a propriedade está de um jeito”, comenta Eliane. 

A filha, que saiu para estudar Tecnologia de Alimentos no Instituto Federal de Bento Gonçalves, voltou no começo deste ano para a fazenda. Agora sonha em montar uma agroindústria e beneficiar não só o pêssego, mas outras frutas que a família pretende cultivar na propriedade. “Quando se faz geleias e doces no lugar onde são colhidas, dá para aproveitar tudo, inclusive as frutas com pequenos defeitos”, diz Lizandra. Luís Carlos Laux conta entusiasmado que quer aumentar a parreira para colher mais uvas e que vai plantar também laranja. “O Clair Schäffer (técnico da Emater-RS) ajudou principalmente no começo. É difícil saber o que plantar, em que apostar, como adubar. Mas depois que a gente organiza, dá certo”, disse o agricultor familiar. 

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Inovação será centro de debates do Congresso Internacional de Citros em setembro

A busca por inovação e soluções mais eficazes e sustentáveis para o controle das doenças e pragas da citricultura será discutida no Congresso Internacional de Citros (ICC), que ocorre de 18 a 23 de setembro, em Foz do Iguaçu/PR. Workshops e palestras irão abordar estratégias eficazes para manter a sanidade do pomar como o uso de feromônios sexuais e o controle biológico, medidas bem-sucedidas e com menor impacto ambiental.

De acordo com Ademerval Garcia, ex-presidente do Fundecitrus e que faz parte da comissão de honra do ICC, os vários workshops são uma oportunidade para a troca de informações e experiências sobre tópicos de interesse dos vários públicos presentes no Congresso. “O tema principal, da Inovação, é muito oportuno porque a importância de fatores exógenos, como ambiente e sustentabilidade estão a exigir novos conhecimentos e nova postura da atividade”, diz.

O Fundecitrus atua nessas linhas de pesquisa desde 1996, quando começou a participar dos estudos com o bicho furão que resultou na descoberta dos hábitos do inseto, seu ciclo de vida e no isolamento de seu feromônio sexual. Esforços que culminaram em uma armadilha, disponível para o citricultor desde 2001, de baixo custo e alta eficiência no monitoramento para o controle de bicho furão.

Quando a larva minadora começou a trazer sérios problemas devido ao impacto na severidade do cancro cítrico, no final da década de 90, o Fundecitrus iniciou estudos quanto à viabilidade de importar dos EUA seu inimigo natural, e em meados de 1998 chegava ao Brasil o primeiro lote da vespinha Ageniaspis citricola, parasitóide da larva minadora.

Mais recentemente, em março de 2015, o Fundecitrus iniciou o seu maior projeto na área, com a inauguração do laboratório de Controle Biológico, em Araraquara/SP, onde funciona uma biofábrica de criação de Tamarixia radiata, com produção média de 100 mil vespinhas por mês, que são liberadas em locais onde não há controle químico de psilídeo, inseto transmissor de HLB.

Fonte: Fundecitrus

Exportações brasileiras caminham para novo recorde em 2016

Nos últimos 17 anos, o volume exportado pelo agronegócio cresceu 318%


As exportações brasileiras do agronegócio seguem em expansão, sinalizando novo recorde em termos de volume para 2016. Cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostram que, no primeiro semestre deste ano, a quantidade embarcada (medida pelo IVE-Agro/Cepea) cresceu 25% em relação ao mesmo período de 2015. O faturamento obtido com as vendas externas atingiu US$ 45 bilhões, aumento de 4% em igual comparativo. Em Reais, a alta foi de 8%.

Segundo o Cepea, grande parte dos produtos acompanhados teve as vendas externas ampliadas, com destaque para as de milho e etanol, que subiram expressivos 131,1% e 100,9%, respectivamente. Também tiveram incremento no volume exportado a carne suína (55,78%), algodão em pluma (42,9%), açúcar (21,17%), soja em grão (19,6%), madeira (18,54%), carne bovina (16,82%), farelo de soja (15,11%), suco de laranja (14,35%), carne de aves (13,79%), celulose (5,06%) e óleo de soja (1,96%). Apenas café e frutas apresentaram queda nos embarques, de 8,99% e 6,67%, nessa ordem.

O bom desempenho é observado mesmo com a queda dos preços em dólar e com a valorização do Real frente às moedas dos principais parceiros comerciais do Brasil. A atratividade das exportações brasileiras do agronegócio (IAT-Agro/Cepea), preços em reais, caiu quase 12% no comparativo dos semestres.

O câmbio real do agronegócio (IC-Agro/Cepea, calculado com base numa cesta de 10 moedas) teve alta de 0,4% na comparação da média do primeiro semestre de 2016 com a dos seis primeiros meses do ano passado, enquanto os preços em dólares (IPE-Agro/Cepea) caíram pouco mais de 12%. Dos produtos analisados pelo Cepea, o grupo de frutas foi o único que não apresentou redução nas cotações em dólares.

Nos últimos 17 anos (comparando-se a média do primeiro semestre de 2016 com a de todo o ano de 2000), o volume exportado pelo agronegócio cresceu expressivos 318% e o preço em dólar dos produtos embarcados subiu 52%. A taxa de câmbio efetiva real do agronegócio se valorizou 44% na comparação da média do primeiro semestre de 2016 com a de 2000. A moeda nacional se manteve mais estável em termos reais de 2011 a 2014, com tendência a maior desvalorização em 2015, voltando a subir no primeiro semestre de 2016. Os preços internalizados (em Reais) das exportações recuaram aproximadamente 16%, permanecendo abaixo da média de 2015.

Segundo o Cepea, o ambiente econômico interno mais favorável à retomada da confiança deve manter o Real valorizado, limitando a atratividade das vendas externas brasileiras. No segundo semestre, as atenções se voltam ao desenvolvimento das safras nos Estados Unidos e aos possíveis impactos do clima sobre a oferta dos produtos agrícolas.


O papel dos fertilizantes na competitividade agrícola será tema de congresso promovido pela ANDA

Evento ocorrerá em São Paulo na próxima segunda-feira (29) e reunirá especialistas para analisar a importância dos fertilizantes na manutenção da produtividade do agronegócio brasileiro


Com o objetivo de debater o decisivo papel dos fertilizantes no incremento da produtividade do agronegócio brasileiro, a ANDA – Associação Nacional para Difusão de Adubos promoverá, na próxima segunda-feira (29), em São Paulo, o 6º Congresso Brasileiro de Fertilizantes. Tendo como tema principal “Competitividade”, o evento vem se consolidando como um dos mais importantes do segmento do agronegócio no Brasil e está atraindo o interesse de empresários, executivos, especialistas, agrônomos e demais profissionais da área, assim como autoridades e políticos sintonizados com o segmento que tem se mantido como principal alicerce da economia brasileira.

No Painel que abre o evento, o ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, André Nassar trata do tema Competitividade da Agropecuária Brasileira no Atual Cenário. Na sequência será feito o lançamento da Nutrientes Para a Vida (NPV), uma iniciativa mundial, criada nos Estados Unidos e já implantada em vários outros países, cuja missão é esclarecer e informar a sociedade brasileira, com base em estudos científicos, sobre a importância e os benefícios dos fertilizantes na produção e qualidade dos alimentos, bem como sobre sua utilização adequada.

Fundamentada em critérios científicos comprovados, a NPV estimula e promove a “Gestão 4C dos Nutrientes”, pautada em quatro princípios básicos: fonte certa, dose certa, época certa e local certo, de maneira a assegurar que não haja problemas de desequilíbrio no solo. O Painel no qual será feito o lançamento da iniciativa terá como palestrantes: José Luiz Tejon, diretor do Núcleo de Estudos de Agronegócio da ESPM; e Luis Ignácio Prochnow, coordenador do Grupo de Trabalho Nutrientes Para a Vida (NPV) e diretor do Programa IPNI no Brasil.

Entre os painéis, será prestada uma homenagem ao professor, executivo e empresário Wladimir Antônio Puggina, feita pelo presidente do Conselho de Administração da ANDA, George Wagner Bonifácio e Sousa. No decorrer dos trabalhos, o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), Daniel Latorraca Ferreira falará sobre Perspectivas para a Agropecuária Brasileira para os Próximos Cinco Anos. No encerramento, o consultor Ivan Wedekin, diretor da Wedekin Consultores e presidente da Câmara de Crédito e Comercialização do MAPA, trata do tema Crédito Rural: Oportunidades, Riscos e Competitividade no Agronegócio.

Serviço
6º Congresso Brasileiro de Fertilizantes
Data – 29 de agosto de 2016 - Local – Renaissance São Paulo Hotel – Alameda Santos, 2233 – São Paulo
Horário – das 9h00 às 18h30 - Mais informações: www.anda.org.br

Plano do Brasil para desburocratizar agropecuária prevê ganhos R$1 bi/ano em eficiência

O Ministério da Agricultura lançou nesta quarta-feira o "Plano Agro +", que prevê a eliminação de entraves burocráticos que trarão ganho de eficiência de 1 bilhão de reais por ano para o agronegócio do país.

O plano vai resultar, por exemplo, no fim da reinspeção em portos e carregamentos de produtos agropecuários oriundos de unidades com Sistema de Inspeção Federal (SIF). Na primeira fase do programa, o governo quer implementar 69 medidas para melhorar eficiência do setor.


Fonte: Reuters

terça-feira, 23 de agosto de 2016

IMA reforça vigilância para evitar a entrada de bananas com sigatoka negra em Minas Gerais

A ação mais recente refere-se à intensificação da fiscalização, barreiras sanitárias e documentos


Minas Gerais é o terceiro maior produtor nacional de bananas e desde 2005 não tem registros de sigatoka negra, uma praga que acomete as plantações trazendo prejuízos para as lavouras e para os produtores rurais. Visando manter essa condição, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realiza uma série de ações preventivas relacionadas à entrada em Minas de carregamentos de bananas vindo de outros estados.

Um conjunto de ações preventivas relacionadas à entrada em Minas de carregamento de banana procedentes de outros estados vem sendo realizado. A ação mais recente, implementada a partir deste mês, refere-se à intensificação da fiscalização, barreiras sanitárias e documentos que acompanham os carregamentos de vegetais, conhecidos como Permissão de Trânsito Vegetal (PTVs).

A intensificação das ações preventivas deve-se ao registro recentes de casos da doença em plantações da Bahia e do Espírito Santo. Agora, as mercadorias procedentes desses estados, é oriunda de propriedade que adotou o sistema de mitigação de riscos para sigatoka negra do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O engenheiro agrônomo da Gerência de Defesa Vegetal (GDV) do IMA, Leonardo Henrique Martins do Carmo, explica que até então as PTVs que acompanhavam os carregamentos de banana procedentes destes dois estados traziam a informação que estavam livres da doença. Desde já, o status está revogado e, obrigatoriamente, ES e BH deverão informar que as bananas originam de propriedades que adotaram as ações de manejo fitossanitário do Mapa.

Leonardo do Carmo ressalta que esta é mais uma ação preventiva e que o IMA já realiza, trimestralmente, levantamentos nas regiões consideradas áreas livres de sigatoka negra no estado.

O diretor-geral do IMA, Marcílio de Sousa Magalhães, ressalta a importância das ações de vigilância permenante realizadas pelo Instituto relacionadas não apenas à prevenção contra sigatoka negra, mas a todas que têm o objetivo de proteger as lavouras mineiras como um todo. "Minas é um importante celeiro agrícola do Brasil e os trabalhos de defesa sanitária vegetal são importantes para manter esse status."

Fonte: Hoje em Dia

Tecnologias e equipamentos focam otimização de recursos e desempenho no campo

As empresas de máquinas e equipamentos agrícolas vem apostando em tecnologias que possam otimizar e reduzir custos de produção, proporcionando uma rentabilidade maior ao produtor. A Jacto, atenta a esse cenário, leva para EXPOINTER, feira que acontece em Esteio-RS entre 27 de agosto a 4 de setembro, um portfólio focado na diminuição de desperdício de produto, tempo e trabalho e que os produtores tenham opções para aumentarem o potencial produtivo das culturas.

Complementando a família dos pulverizadores automotrizes, a empresa apresenta dois grandes lançamentos: o Uniport 2530 e o Uniport 4530. Esses produtos aumentam a oferta aos clientes e tornam o portfólio da Jacto ainda mais completo. “Foram desenvolvidos pensando em rendimento, economia e tecnologia, fatores muito importantes para o desempenho do trabalho no campo”, explica Marcus Portari, gerente de produto da linha de pulverizadores automotrizes e adubadoras.

Na linha de pulverizadores tratorizados, o destaque é o Condor 800 AM 18. Novidades em bicos de aplicação e a nova versão do Sistema Otmis Maps Telemetria para Agricultura de precisão, bem como a versão Otmisnet Mobile também serão apresentadas com exclusividade no evento.

Confira os destaques:

+ Lançamento Uniport 2530 e Uniport 4530: A Jacto reforça sua tradição e inovação em pulverização com a apresentação de dois novos modelos da sua família de pulverizadores automotrizes: o Uniport 4530 e o Uniport 2530. O modelo Uniport 4530 possui reservatório de 4500 litros e barras de pulverização de 36 metros. É a primeira máquina desse porte no Brasil. O seu peso, com os reservatórios vazios, é de apenas 10.500 kg e apresenta excelente rendimento operacional, pulverizando até 80 hectares por hora.

Quando comparado com equipamentos que possuem reservatório de 3000 litros e barras de 30 metros, o Uniport 4530 apresenta aumento do rendimento operacional em até 30% e redução do amassamento em até 17%. O consumo de combustível de 0,40 a 0,70 L/ha chega a ser até 35% menor quando comparado com outras máquinas do mercado.

Já o Uniport 2530 foi formatado para trabalho nas mais diversas condições de terreno, pulverizando em rampas de até 30%. É uma máquina leve, com potência e baixo consumo de combustível. Possui reservatório de 2500 litros e 30 metros de barra. O vão livre fixo é de 1,60 metros. O chassis possui alta flexibilidade e resistência para as mais diversas condições de terreno. A cabine apresenta excelente amplitude visual, com ar condicionado e banco com suspensão pneumática.

+ Condor 800 AM 18: a tradicional família de pulverizadores Condor amplia sua linha de produtos com o lançamento do novo Condor 800 AM 18. Suas barras de 18 metros com acionamento hidráulico proporcionam alta capacidade operacional, sendo 17% mais rápido no mesmo tempo de cobertura da área de atuação e reduzem perdas de amassamento dos cultivos em até 22%. 

+ Novas famílias de bicos: as novas famílias de bicos fazem parte de um portfólio amplo e versátil, disponibilizado para auxiliar ao agricultor com soluções eficazes e econômicas e que atendam aos mais diversos problemas fitossanitários. Destaque para o JFC – CONE CHEIO, um dos modelos de bicos mais aguardado dos últimos anos, que foi desenvolvido para aplicações em pulverizadores de barras com bicos espaçados a 0,35m e 0,50m, proporcionam excelente distribuição e uma ótima deposição de agroquímicos no terço inferior das plantas (baixeiro). Esta opção de bico é indicada para aplicações em áreas de alta densidade foliar. Entre outras opções de bicos apresentadas estão o JTT, JGC o JGT.

+ Agricultura de precisão: a Otmis – a marca da Jacto exclusiva para Agricultura de Precisão – apresenta uma nova versão do sistema Otmis Maps Telemetria. Entre as muitas possibilidades dessa poderosa ferramenta, destacam-se a certificação da aplicação de agroquímicos conforme o programado, no volume de aplicação desejado e também checando se as condições climáticas estavam adequadas, como temperatura e a umidade relativa no momento da aplicação.

Entre outros acompanhamentos, a ferramenta permite calcular o desperdício com agroquímicos devido à sobreposição e é possível saber exatamente qual o rendimento operacional de cada pulverizador que está trabalhando no campo. A cada 5 segundos o sistema Otmis Maps Telemetria registra as condições de trabalho e deslocamento do pulverizador Uniport 3030 enviando-as para um servidor onde o cliente tem acesso exclusivo, de qualquer lugar que ele estiver, através da Internet.

Outra novidade é a versão Otmisnet Mobile para smartphones na plataforma Android, com monitoramento online e indicadores operacionais. O serviço Otmisnet Mobile é um aplicativo que pode ser usado pelos clientes Jacto para acompanhar em tempo real o trabalho das máquinas Uniport 3030, trazendo informações, alertas e indicadores que podem contribuir com a melhoria da gestão operacional.

Alimentos pró-bióticos regionais podem apresentar vantagens para o consumidor

Alimentos funcionais enriquecidos com pró-bióticos – as bactérias "do bem" – poderiam apresentar melhores efeitos se os microrganismos utilizados fossem isolados nas regiões habitadas pelos consumidores. Isso porque essas bactérias seriam mais adaptadas ao ecossistema intestinal das pessoas. Essa hipótese é defendida pelo professor do Instituto de Lactologia Industrial (Inlain) da Argentina, Gabriel Vinderola. A ideia está motivando pesquisadores a explorar melhor o potencial pró-biótico de uma coleção de Microrganismos de Interesse da Agroindústria mantida no Laboratório de Microbiologia da Embrapa Agroindústria Tropical, em Fortaleza (CE).

A coleção, com 2.073 acessos, contém bactérias lácticas e microrganismos deterioradores e patogênicos isolados de alimentos, principalmente derivados lácteos, ao longo de dez anos. O material, caracterizado e congelado a -80°C, guarda um tesouro com potencial para desenvolvimento de novos produtos como pró-bióticos para uso alimentício, fermentos para laticínios e princípios ativos de interesse para as indústrias química e farmacêutica.

De acordo com Vinderola, estudos recentes indicam a necessidade de diversificar as bactérias pró-bióticas utilizadas nos alimentos, isolando microrganismos do mesmo ambiente dos consumidores. O cientista argentino é especialista no desenvolvimento de alimentos funcionais suplementados com pró-bióticos (Bifidobacterium e Lactobacillus).

Vinderola explica que, como os hábitos alimentares das pessoas interferem na microbiota intestinal, além de as cepas locais serem mais adaptadas ao ecossistema intestinal, também são mais adaptadas aos alimentos que fazem parte dos hábitos alimentares dessas pessoas. Isso facilitaria a obtenção de novos produtos, que além de mais adaptados ao organismo das pessoas, seriam mais facilmente incorporados à rotina alimentar.

Os alimentos pró-bióticos estão presentes no mercado há cerca de 20 anos, principalmente nos laticínios, como leites fermentados. Os principais produtos são elaborados por grandes empresas internacionais, com pequena variedade de microrganismos isolados em poucos países. "No Brasil se consome grande quantidade de sucos. Eu poderia pensar que os pró-bióticos, quando são isolados de pessoas daqui, e colocados em alimentos que fazem parte dos hábitos alimentares dos brasileiros, talvez possam ter um efeito diferente, mais bem adaptado ao ecossistema intestinal", acredita.

O especialista esteve no início de agosto na Embrapa Agroindústria Tropical ministrando curso sobre a incorporação de pró-bióticos em alimentos para 188 profissionais e estudantes das áreas de microbiologia e tecnologia de alimentos. O curso faz parte das estratégias para explorar melhor o potencial da Coleção de Microrganismos da Interesse da Agroindústria. Pesquisadores da Embrapa selecionaram bactérias com potencial para produção de queijos com pró-bióticos e fermento para produção de queijo coalho, em pesquisas que ainda estão em andamento. Mas o potencial é muito maior.

A pesquisadora da Embrapa Laura Bruno acredita que se possa incorporar pró-bióticos a sucos e outros produtos que são objeto de pesquisa na Empresa. Ela diz que as cepas bacterianas da coleção são únicas e precisam ser mais bem estudadas, pois podem se apresentar mais adaptadas às condições locais.

Conforme Vinderola, a pesquisa com pró-bióticos está sempre muito perto de chegar a novos produtos. "Até agora são principalmente os laticínios que incorporaram pró-bióticos, mas eu vejo que no Brasil há consumo de frutas e sucos no café da manhã, o que é uma oportunidade para se colocar pró-bióticos nesse tipo de alimento e levar à população microrganismos que oferecem benefícios à saúde", defende. Ele salientou ainda que o Brasil possui uma diversidade biológica enorme, a qual é preciso conhecer, conservar e explorar.

O professor é também pesquisador do Inlain, centro ligado à Universidad Nacional del Litoral e ao Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicet) da Argentina. Ele está no Brasil como professor visitante especial no projeto Bactérias Pró-Bióticas para Alimentos: Microbiologia, Tecnologia, Funcionalidade e Inovação", financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O projeto é coordenado pela Professora Ana Paula Trovatti Uetanabaro, da Universidade Estadual de Santa Cruz, no Município de Ilhéus (BA).

Mais bactérias que humanos

O corpo humano apresenta mais bactérias no intestino e na pele do que células em todo o corpo. O número de microrganismos em uma pessoa é maior que o de pessoas no planeta, e boa parte deles protege o hospedeiro, que os herda principalmente da mãe durante o parto natural e a amamentação. A flora bacteriana está relacionada à modulação do sistema imunológico, ao processo de digestão e à produção de substâncias necessárias à boa saúde das pessoas.

Conforme o professor Gabriel Vinderola, estudos têm associado o tipo de flora intestinal dos indivíduos a doenças como autismo, obesidade e depressão. "Temos algumas bactérias no intestino que consomem uma substância que estabiliza o humor. Essa poderia ser uma das causas da depressão", exemplifica.

A área mais explorada em estudos científicos com bactérias intestinais, de acordo com Vinderola, é a que associa a flora intestinal das pessoas à obesidade. Esses trabalhos apontam que o perfil de bactérias intestinais de uma pessoa obesa é diferente do de uma pessoa magra.

As pesquisas que relacionam a flora bacteriana à cognição ainda são incipientes, porém há algumas evidências sobre a relação de bactérias com o autismo. "Em um desses estudos, a microbiota de uma criança autista foi transferida para um camundongo que não tinha microbiota e esse camundongo apresentou comportamento de autista. Então, aparentemente, as moléculas que essas bactérias produzem no intestino e chegam ao cérebro vão determinar o comportamento do ser humano", analisa.

O especialista salienta que esses estudos reforçam a importância do consumo de pró-bióticos e de fibras alimentares. "Cada pessoa tem que cuidar de sua microbiota, consumindo fibras. As fibras alimentares são o alimento de nossa microbiota, por isso temos que consumir muita verdura e muita fruta, para alimentar essas bactérias do nosso intestino", recomenda.



Mapa busca parceiros para pesquisa sobre seguro rural

Foi divulgado hoje o regulamento com as regras para seleção de propostas de entidades de pesquisa para estudar as políticas de gestão de risco agropecuário. A parceria se dará por meio de acordo de cooperação técnica com o Departamento de Gestão de Risco e Recursos Econômicos da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “Queremos incentivar o intercâmbio de conhecimento e experiências técnicas entre nossa equipe técnica e as entidades de pesquisa científica sobre a gestão de risco agropecuário” diz o diretor da área, Vitor Ozaki.

As entidades interessadas devem apresentar plano de trabalho detalhado até 20 de outubro para o endereço eletrônico seguro@agricultura.gov.br. A partir da formalização do interesse, o projeto será avaliado pela equipe técnica do Mapa, que levará em conta a pertinência do tema para as atividades desenvolvidas pelo departamento.

“Buscamos parcerias que possam contribuir efetivamente para o aprimoramento e fortalecimento técnico dos instrumentos de gestão de risco – Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) e o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) –, além de estudos relacionados ao agrupamento temporal e espacial do risco climático”, complementa Ozaki.

Festival do Vinho Colonial acontecerá em quatro distritos de Bento Gonçalves

Nos meses de setembro e outubro, Bento Gonçalves promove a quarta edição do Festival Nacional do Vinho Colonial, evento que reúne gastronomia típica, vinho e cultura italiana e que integra a programação oficial do calendário de eventos do turismo do município.

O Festival Nacional do Vinho Colonial faz parte de um projeto iniciado em 2010, que busca valorizar a elaboração de vinhos coloniais através do resgate e da manutenção da tradição dos processos artesanais, além de agregar conhecimentos técnicos à vitivinicultura, atividade econômico-cultural importante no meio rural de Bento Gonçalves.

Através do projeto, que envolve entidades técnicas, governamentais e organizações de agricultores, interagindo junto aos vitivinicultores familiares, busca-se promover a melhoria da qualidade enológica do vinho elaborado para o consumo familiar.

Neste mês, técnicos da Emater/RS-Ascar, Embrapa e Instituto Federal do Rio Grande do Sul estão realizando as avaliações e seleção dos vinhos que irão participar do festival. Segundo o enólogo da Emater/RS-Ascar, Thompsson Didoné, até o momento foram analisadas 34 amostras de vinho branco, rose e tinto, destacando-se a qualidade dos produtos elaborados. ?Com certeza teremos ótimos produtos para degustar, com destaque para os vinhos brancos viníferas que estão com uma qualidade muito boa?, afirma. 

Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (54) 3452-2289, da Emater/RS-Ascar de Bento Gonçalves.

Datas do festival: 
03 de setembro
Horário: 19h
Local: Salão da Comunidade 8 da Graciema - Vale dos Vinhedos
Cardápio: Salame, copa, queijos, coxa e asa de frango assados, pão colonial, polenta brustolada, geleias, melado, grostoli, vinho colonial e suco de uva.
Informações: Juliano Zottis (54) 99464959 e Emater/RS-Ascar (54) 3452-2289


30 de setembro
Horário: 20h
Local: Salão Comunitário da Linha Paulina - Faria Lemos
Cardápio: Polenta recheada no espeto, vitelo assado, pien, salame, copa, queijos, pão colonial, picles, geleias, grostoli, sagu, creme, vinho colonial e suco de uva.
Informações: Leandro Moro (54) 91465623 e Emater/RS-Ascar (54) 3452-2289

14 de outubro
Horário: 20h
Local: Salão Comunitário de Tuiuty
Cardápio: Leitão assado, polenta brustolada, salame, copa, queijo, torta tirolesa, pão colonial, geleias, vinho colonial e suco de uva.
Informações: Vinicius Cainelli (54) 99921187 e Emater/RS-Ascar (54) 3452-2289

22 de outubro
Horário: 20h30
Local: Salão Comunitário de São Pedro
Cardápio: Salame colonial assado, leitão assado, polenta mole com molho, salame, codeguin, copa, queijo, cuca, pão colonial, geleias, vinho colonial e suco de uva.
Informações: Gilmar De Toni (54) 99442865 e Emater/RS-Ascar (54) 3452-2289



Fonte: Emater - RS

Brasil recicla 94% das embalagens de defensivos agrícolas

Neste 18 de agosto o Brasil comemora com muito orgulho o Dia Nacional do Campo Limpo. Isso porque o país é líder mundial na ranking de reciclagem de embalagens vazias de defensivos agrícolas. De acordo com o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), somente no ano passado, 45,5 mil toneladas de embalagens vazias tiveram destino ambientalmente correto por meio do Sistema Campo Limpo (SCL), montante que representa 94% do total das embalagens primárias comercializadas em 2015. Para se ter uma ideia, o Brasil está na frente de países como a França, com a reciclagem de 77% de suas embalagens e também do Canadá, com 73%. Os Estados Unidos vêm em 9º lugar, com 33%.

“Celebramos esse dia como uma forma de valorizar o comprometimento da agricultura com a preservação do meio ambiente e chamar a atenção para fomentar essa cultura”, afirma o analista técnico da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Marco Oliveira.

O ramo agropecuário no Brasil compreende um universo de mais de 1,5 mil cooperativas e quase um milhão de cooperados. Das 111 centrais de recebimento de embalagens pelo país, 5% delas são gerenciadas por cooperativas. No Paraná, estado que possui algumas das maiores e mais fortes cooperativas agrícolas do país, o trabalho da Coamo é destaque nacional.

Com cerca de 28 mil cooperados, a Coamo devolveu mais de um milhão de embalagens vazias até agosto deste ano, sendo 95% desse material encaminhado para a reciclagem e os 5% restantes incinerados. “Os recursos empregados para a destinação correta das embalagens vazias são viáveis graças a parcerias. Acredito que nosso grande diferencial em relação ao que existe no Brasil é que estruturamos postos de recebimento em cada unidade onde a cooperativa possui um depósito de embalagem. Facilita muito para todo mundo, especialmente o agricultor”, afirma o chefe do Departamento Administrativo e Meio Ambiente da Coamo, Dalma Lucio de Oliveira.

De acordo com o coordenador regional de operações do inpEV, Fábio Macul, o inpEV possui atualmente mais de 400 unidades de recebimento de embalagens em todo o Brasil, gerenciadas por cerca de 260 associações de revendedores, sendo que algumas delas são cogerenciadas pelo inpEV, e também trabalha com as unidades itinerantes para atingir lavouras mais distantes e pequenos produtores rurais. “O Paraná com toda certeza se destaca nesse trabalho das unidades móveis”, explica Macul.

Redução

No primeiro semestre de 2016, no entanto, em decorrência dos problemas climáticos que afetaram a safra brasileira de grãos (excesso de chuvas na região sul e seca na região do centro-oeste e no Matopiba), o Sistema Campo Limpo retirou dos campos do Sul cerca de 5.746 toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas, volume 9% menor em relação ao primeiro semestre de 2015. No Brasil, houve uma queda de 6% na destinação do material no semestre, que reduziu de 24,6 mil toneladas para 23,1 mil.

Além disso, segundo a inpEV, a expansão do plantio da variedade de soja Intacta, que reduz a aplicação de produto, e o aumento do contrabando de agrotóxicos, também foram fatores que tiveram impacto sobre a redução no volume de defensivos agrícolas usado em campo este ano.

Sistema Campo Limpo

O Sistema Campo Limpo é gerenciado pelo inpEV, instituição que representa as indústrias fabricantes e/ou registrantes de defensivos agrícolas e que têm o dever, estabelecido por lei, de promover a correta destinação das embalagens vazias desses produtos (logística reversa). Participam do programa mais de 100 empresas e nove entidades representativas do setor, distribuidores e agricultores.

Os produtores rurais adquirem os defensivos agrícolas em aproximadamente cinco mil distribuidores e cooperativas e se responsabilizam pela lavagem e inutilização das embalagens pós-consumo para, então, enviá-las às unidades de recebimento. Os estabelecimentos comerciais e as cooperativas, por sua vez, devem dispor de local adequado para o recebimento das embalagens. De lá, as embalagens seguem para seu destino final, que pode ser a incineração ou a reciclagem. Aos fabricantes compete promover sua destinação final adequada, o que exerce por meio do inpEV. Os poderes públicos, nas esferas municipal, estadual e federal, respondem pela fiscalização do Sistema e pela orientação e licenciamento das unidades de recebimento, além do apoio às ações educativas.

“O sistema funciona bem porque todos os elos da cadeia produtiva, agricultores, fabricantes e canais de distribuição, estão envolvidos e comprometidos com suas responsabilidades. Temos os mesmos objetivos”, afirma Macul.

A partir de 2002, quando o Sistema Campo Limpo entrou em funcionamento, a maior parte das embalagens passou a ter destinação correta. “Até então a legislação permitia que as embalagens pudessem ser enterradas, desde que em locais altos e longe de rios. Até nas embalagens dos produtos havia essa recomendação”, explica Oliveira. No entanto, a Lei nº 9.974/2000 exigiu que cada um dos agentes atuantes na produção agrícola do Brasil cumprisse um papel específico no processo de recolhimento e destinação final das embalagens vazias de defensivos agrícolas.

Podem ser encaminhadas para reciclagem 95% das embalagens colocadas no mercado, desde que tenham sido corretamente lavadas no momento de uso do produto no campo. As embalagens não laváveis (cerca de 5% do total) e aquelas que não foram devidamente lavadas pelos agricultores são encaminhadas a incineradores credenciados. “Temos 11 recicladores parceiros que transformam as embalagens em vários produtos como caixa de bateria para automóvel, conduite e tampa das caixas de óleo de lubrificante. Toda renda da venda das embalagens é revertida para os nossos projetos”, explica Macul.

“Nosso desafio é manter o trabalho constante e aprimorar nossas tarefas do dia a dia para melhorar o sistema”, explica Oliveira. 

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Extratos fenólicos e fibras do bagaço de uva como ingredientes bioativos em leite fermentado probiótico

O bagaço de uva resultante da produção de vinho e suco contém teor relevante de polifenóis e fibras alimentares benéficos à saúde humana, que podem ser recuperados por meio de processos de extração e utilizados como ingredientes em alimentos. A ingestão desses compostos pode promover o equilíbrio da microbiota intestinal, estimulando a atividade de microrganismos benéficos e contribuindo para a redução do risco de doenças. No mesmo sentido, a ingestão de microrganismos probióticos, veiculados por alimentos, tem impacto positivo sobre a composição e a atividade da microbiota intestinal. 

O projeto BIOLACT tem como objetivo a obtenção de extratos do bagaço de uva ricos em compostos fenólicos e fibras solúveis e sua aplicação na elaboração de bebidas probióticas à base de leite caprino fermentado e suco de uva, visando a obtenção de alimentos que congreguem diversos benefícios à saúde. Adicionalmente, serão avaliados os efeitos dos extratos e das bebidas sobre a microbiota intestinal e a geração de metabólitos bioativos in vitro, por meio de sistema simulador do ecossistema microbiano humano. As atividades do projeto estão sendo realizadas em parceria com a Faculdade de Ciências Farmacêuticas da UNESP e contam com o apoio da FAPESP. 

A pesquisa pretende gerar como principais produtos: (1) o processo de obtenção da bebida funcional; (2) o conjunto de informações sobre o conteúdo de compostos bioativos e o potencial funcional dos ingredientes derivados do bagaço de uva e da bebida desenvolvida. Ações visando a comunicação e transferência das tecnologias geradas também estão previstas no projeto.

Fonte: Embrapa

Relatório sobre renegociação das dívidas rurais deve ser votado nesta terça

Texto também prorroga até 31 de dezembro de 2017 o prazo para inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR)

A comissão mista que analisa a Medida Provisória (MP) 733/2016, que autoriza a liquidação e a renegociação de dívidas de crédito rural, tem reunião nesta terça-feira (23) para votar o relatório do deputado Júlio Cesar (PSD-PI).  A MP recebeu 161 emendas.
A medida beneficia agricultores do Nordeste e aqueles inscritos em dívida ativa da União. A liquidação das dívidas pode atingir até 95% do total, a depender do valor originalmente contratado e do período de contratação. A repactuação dos débitos tem prazo de dez anos, carência até 2020, descontos diferenciados para quem pagar em dia e encargos financeiros variáveis de 0,5% a 3,5% ao ano, conforme porte e valor de contratação do financiamento. A reunião da comissão, que é presidida pelo senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), está marcada para as 15h30, na sala 6 da Ala Senador Nilo Coelho.


Congresso discute questão das plantas daninhas resistentes aos herbicidas

Impossível discutir sobre plantas daninhas e não abordar um dos maiores fantasmas que ronda o assunto – A resistência aos herbicidas. O assunto causa alarde entre agricultores e muita preocupação entre pesquisadores e agrônomos, já que em situações de descontrole, as plantas invasoras podem causar perdas de mais de 90%. O resultado seria prejuízo certo num momento em que o setor agropecuário serve de esteio para a economia nacional. A solução? Conhecer o problema a fundo, seguindo o que a comunidade científica tem desenvolvido e recomendado em parceria com os profissionais do campo.

Para facilitar esse intercâmbio de informações, o XXX Congresso Brasileiro da Ciência das Plantas Daninhas, realizado em Curitiba, de 22 a 26 de Agosto, reúne as principais autoridades na pesquisa de plantas daninhas, juntamente com representantes da indústria privada, órgãos públicos e produtores rurais.

Caruru
O evento trará um amplo debate sobre o tema, com detalhes sobre as últimas espécies de plantas invasoras resistentes identificadas em solo brasileiro, como é o caso o Amaranthus palmeri, popularmente conhecida como Caruru. A principal planta daninha das áreas agrícolas dos Estados Unidos foi identificada no Mato Grosso, em áreas com rotação de culturas de soja, milho e algodão, em 2014.

De acordo com a circular técnica nº19/ano 2015, veiculada pelo Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMA-MT), quando a população de A. palmeri não é controlada, as perdas de rendimento das culturas podem atingir 91% em milho, 79% em soja e 77% em algodoeiro. Os dados são de lavoras nos Estados Unidos.

O Engenheiro Agrônomo, Dr. Anderson Luis Cavenaghi, professor da UNIVAG - Centro Universitário de Várzea Grande – MT e um dos profissionais que assina a circular acima mencionada, debate o tema durante o painel Novos problemas de resistência no Brasil - Folhas largas, que será realizado na quarta-feira (24), das 16h às 17h45.

"Para evitar que a planta se alastre, existem trabalhos de fiscalização das áreas, realizados pelo INDEA- MT e MAPA – MT, trabalhos de levantamento para identificar a espécie, e pesquisas realizadas por diferentes instituições, buscando avaliar os possíveis manejos para essa planta daninha. Por apresentar característica bastante agressiva esta espécie pode aumentar sua área de dispersão rapidamente. As propriedades infestadas relatam o aumento do uso de herbicidas e por consequência o aumento do custo de produção", alerta Cavenaghi.

Novas fronteiras – Buva e Amargoso
Consideradas o principal problema do sojicultor, as duas plantas tem expandido sua presença por todo o país. Apesar de preocupante, os pesquisadores afirmam que alternativas de controle implementadas com planejamento, focando em prevenção e seguindo as orientações corretamente, garantem o controle das plantas daninhas, que competem com a soja pela busca de nutrientes. 

"As medidas de prevenção e controle devem ser implementadas de forma profissional e com o devido planejamento. O planejamento é feito, na grande maioria das vezes, levando em consideração o custo imediato e deixando de lado o raciocínio do benefício a médio e longo prazo", explica o professor, Dr. Jamil Constantin, da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Como exemplos de alternativas eficazes "podemos utilizar herbicidas com diferentes mecanismos de ação, combinação de herbicidas com ação em pré e pós emergência, e consolidar sistemas produtivos que resultem em um ambiente desfavorável as plantas daninhas.", conclui o Dr. Jamil Constantin, que abordará mais detalhes sobre o tema durante a programação científica do CBCPD 2016, na quinta-feira, (25), das 16h às 17h45

Capim-branco
Outra planta daninha resistente que tem preocupado produtores e pesquisadores é o capim-branco (Chloris elata), registrado pela primeira vez em 2015, no estado do Paraná. "Nos últimos anos tem sido observado que algumas aplicações de glyphosate tem falhado no controle desta planta daninha. Assim, o uso frequente deste herbicida pode fazer com essa planta daninha represente um grande desafio para o produtor de grãos no Brasil. O problema também tem sido observado na cultura da cana-de-açúcar, principalmente em carreadores, canais de irrigação, onde o glyphosate não tem controlado a planta daninha com eficácia", explica o Prof. Dr. Pedro Jacob Christoffoleti , da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ. Christoffoleti participa do painel Novos problemas de resistência no Brasil – Gramíneas, na terça-feira (23) das 13h45 às 15h30.

Serviço:
XXX Congresso Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas - CBCPD 2016
22 a 26 de Agosto - Curitiba-PR - ExpoUnimed
É possível se inscrever no local.
Assessoria de Imprensa: (43) 9176-3374 / imprensa@cbcpd2016.com.br

Fonte: Embrapa

Integração em pesquisas fortalece medidas para melhorar qualidade da água em bacias hidrográficas

A qualidade da água em bacias agrícolas será tema de debate durante a 24ª edição do Agrinordeste, de 24 a 26 de agosto, no Centro de Convenções de Pernambuco, PE.

Conforme o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) Ricardo Figueiredo, "a qualidade da água fluvial tem sido afetada pela entrada de sedimentos e de elementos biogeoquímicos dissolvidos, tanto os de origem natural, pelo desequilíbrio ambiental, como os de origem antrópica decorrentes do uso de agroquímicos". Para ele, o enfrentamento desse fato requer respostas efetivas dos setores produtivo e governamental. "Soluções existem, mas precisam ser adotadas com urgência, pois de outro modo a crise hídrica até aqui experimentada tomará uma magnitude sem precedentes na nossa história", alerta.

Pesquisas sobre qualidade da água em bacias hidrográficas de uso agrícola enfrentam frequentemente outros desafios, além dos técnicos, como a falta e dispersão das informações sobre os diversos aspectos inerentes à caracterização ambiental destas bacias.

"Temos exemplos em países desenvolvidos que precisariam ser imitados em nossa nação para a formação dos bancos de dados necessários para tais pesquisas. O tema exige também um tratamento interdisciplinar envolvendo várias áreas do conhecimento. Outro ponto importante seria uma avaliação científica de médio a longo prazos do ambiente em diferentes tamanhos de bacias, dependendo da questão que se pretende abordar", explica Figueiredo.

O pesquisador acredita que a integração de equipes, e muitas vezes, de instituições é indispensável para o sucesso dessas pesquisas. "No entanto, muitos estudos desenvolvidos em nossa nação já diagnosticaram a necessidade de se buscar uma gestão no uso da terras e, no caso das bacias agrícolas, sistemas de produção mais sustentáveis. Temos cursos d'água com problemas de regulação de vazões que já não atendem as demandas da sociedade e a saúde do ecossistema está afetada", enfatiza.

O Agrinordese é realizado pelo Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco - Faepe, com o apoio do Sebrae, Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária - Sara, Senar-AR/PE e BNB. Completa 24 anos, trazendo informações relevantes para os que fazem o agronegócio na região, com painéis sobre apicultura, atualidades, bovinocultura de leite, caprinovinocultura, fruticultura, meio ambiente, recursos hídricos e turismo rural, com um total de 70 palestras.

A programação completa e informações sobre inscrições podem ser acessadas em http://www.agrinordeste.com.br/


Encontro aborda principais desafios para o manejo de doenças da bananeira


O pesquisador Miguel Dita da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), lotado na Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), buscou orientar e auxiliar os produtores do Espírito Santo, presentes na Semana Tecnológica do Agronegócio (STA), em 18 de agosto, em Santa Teresa, ES em manejo na produção de banana. O objetivo foi minimizar perdas com doenças e garantir o sucesso da sua atividade produtiva. Dita falou sobre doenças quarentenárias e em especial sobre a Fusariose da bananeira, também conhecida como mal-do-Panamá.

Conforme o pesquisador, com os problemas da seca e os bons preços da banana, muitos produtores estão começando a plantar mais ou se iniciar na atividade, não só como monocultura, mas também em consórcio com o café, que é a cultura que predomina em Santa Teresa. "Iniciar novos plantios requer especial atenção à seleção de variedades e qualidade do material de plantio, que deve estar livre de pragas e doenças", explica.

Já o pesquisador Wilson Moraes da APTA ministrou a palestra "Epidemiologia e manejo da Sigatoka negra", doença recentemente constatada no Espírito Santo e que vem preocupando grandemente os produtores daquele Estado.

A STA foi realizada de 17 a 20 de agosto. É uma iniciativa que reúne especialistas do agronegócio e produtores para debater sobre as novas tecnologias do mercado, e que busca contribuir para impulsionar a produtividade e a qualidade agrícola do Espírito Santo e de Minas Gerais.

Mais informações sobre a Semana em: http://www.sta.coop.br/#!programao/czgi

Fundecitrus realiza curso de HLB em Limeira nesta quinta

O Fundecitrus – Fundo de Defesa da Citricultura irá realizar o curso de “Gestão Estratégica de HLB”, em Limeira, na próxima quinta-feira (25). De janeiro a agosto, foram capacitadas 324 pessoas, em 11 cursos, realizados em municípios das principais regiões produtoras do parque citrícola de São Paulo e Minas Gerais. 

O HLB (huanglongbing/greening) é considerado a pior doença da citricultura, responsável por prejuízos no mundo todo. Somente no Brasil, provocou a eliminação de, pelo menos, 40,85 milhões de plantas no estado de São Paulo, além de ter dizimado a citricultura de regiões tradicionais no cultivo de laranja.

O objetivo do curso é levar a citricultores, engenheiros agrônomos e administradores as técnicas de controle da doença e como aplicá-las no campo, para que o manejo seja feito de maneira eficaz. O conteúdo foi elaborado pelos pesquisadores e engenheiros agrônomos do Fundecitrus e traz informações sobre o cenário e competitividade da citricultura, impacto de HLB na produção e qualidade da fruta, a situação da doença no estado de São Paulo, os cenários de manejo e os 10 mandamentos para controlar a doença, além de técnicas para fazer a coleta e organização dos dados de campo, planejamento e avaliação dos resultados do manejo.

A macrorregião Sul do parque citrícola, onde está localizado o município de Limeira, é a mais afetada pelo greening com 32,34% de plantas infectadas, de acordo com o levantamento amostral divulgado pelo Fundecitrus, em junho, mesmo sendo a que também apresentou a maior queda de incidência, com 10 pontos percentuais a menos do que no ano passado, quando foram registradas 42,5% das árvores de seus pomares com a doença.

A região foi a que registrou uma das maiores renovações de pomares, com o arranquio de 5.304 hectares e o plantio de 4.429 hectares de citros no último ano, segundo a Pesquisa de Estimativa de Safra (PES), realizada pelo Fundecitrus.

No parque citrícola a incidência de HLB, pela primeira vez desde a sua identificação em 2004, se manteve estável, com 16,92% das laranjeiras contaminadas. O número é semelhante ao do ano passado de 17,89% se considerar a margem de erro da pesquisa de um ponto percentual para mais ou para menos. O motivo da estabilidade é a alta taxa de eliminação de plantas doentes, tanto pela saída de pomares, que levaram ao encolhimento do parque citrícola em 2015 quanto por parte dos produtores que estão fazendo o manejo adequado de HLB.

O curso é gratuito e as inscrições podem aqui. 

Serviço:

Curso de gestão estratégica de HLB - Limeira/SP

Data: 25/08

Local: COOPERCITRUS – Av. Dr. Hipólito Pinto Ribeiro, 377 – Bairro dos Pires

Horário: às 8h30


Fonte: Fundecitrus

Citros/Cepea: Preços da laranja pera e da tahiti seguem em alta

A comercialização da laranja pera de mesa está limitada nesta semana. Apesar disso, os preços seguem sustentados pelo receio de escassez da fruta (por conta da grande absorção das indústrias). A média da pera, na parcial da semana (segunda a quinta-feira), foi de R$ 22,05/cx de 40,8 kg, na árvore, avanço de 4,2% frente à anterior.

No caso da lima ácida tahiti, segundo colaboradores do Cepea, previsões indicam chuvas nos próximos dias, o que pode interromper parcialmente a colheita da fruta. Esse cenário, por sua vez, pode reduzir a oferta e elevar ainda mais os preços da tahiti. Nesta semana, as altas cotações foram responsáveis pela redução da demanda no mercado interno. Na parcial, a média de comercialização da tahiti foi de R$ 60,92/cx de 27 kg, colhida, aumento de 2,7% em relação à da semana passada.

Fonte: Cepea/Esalq