terça-feira, 17 de novembro de 2015

Inovação biotecnológica reduz custos de produção no campo

Para minimizar os custos e o uso de agroquímicos, engenheiro agrônomo produz e vende vespas que agem como defensoras da lavoura


(Foto: Divulgação/BUG)
Os defensivos agrícolas representam um importante componente nos custos dos produtores rurais no Brasil.Para se ter uma ideia, só nos últimos dez anos, o preço de químicos usados para combater doenças na lavoura aumentou cerca 70%. Buscando alternativas para driblar esta despesa, o engenheiro agrônomo Diogo Rodrigues Carvalho, fundador da BUG Agentes Biológicos, criou uma tecnologia eficiente, baseada no controle biológico, para minimizar a incidência de pragas na lavoura.

A empresa, que fica em Piracicaba, no interior de São Paulo, produz e comercializa vespas habituadas a ingerir parasitas que afetam as principais culturas do país. “No cultivo da cana-de-açúcar, o produto consegue reduzir os índices de infestação da praga em até 1%”, afirma Carvalho.

“Nosso controle não substitui totalmente a aplicação do inseticida, mas vai diminuindo sua força com o tempo e permite que o produtor controle o tamanho da população de lagartas”, diz ele. A empresa conseguiu reduzir em 60% o uso de agrotóxicos em duas áreas de teste em campos de soja na região de Balsas, no interior do Maranhão.

Hoje, a BUG trata cerca de 6 000 hectares por dia. A tecnologia desenvolvida pela empresa é aplicada nas principais culturas do país, como cana-de-açúcar, soja, milho e feijão. Também é utilizada em lavouras de tomate, melão, maracujá e abacate. “Por causa da mecanização e da automatização de algumas etapas, conseguimos produzir em larga escala e fazer com que o produto chegue com custo acessível para nossos clientes”, afirma Carvalho.

A BUG desenvolveu um sistema de controle de qualidade na produção dos insetos. “Avaliamos características como capacidade de voo, eclosão, peso de pupas e porcentagem de deformação”, diz Carvalho. Também são introduzidos periodicamente indivíduos selvagens na criação de laboratório, com o objetivo de aumentar a variabilidade genética das populações.

Com uma produção de 91 bilhões de insetos por ano, a BUG foi eleita a mais inovadora do Brasil pela revista americana Fast Company em 2012. “Com o produto, a produtividade no campo tem um grande crescimento e os custos com controle de pragas caem consideravelmente”, diz Carvalho.

Fonte: Globo Rural

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