domingo, 20 de dezembro de 2015

Agricultura de Jundiaí busca se reinventar para o futuro

Em uma pacata propriedade rural de 30 hectares no bairro Champirra, em Jundiaí, o produtor Moacir Mazzi cultiva 180 mil pés de uva, o que lhe rende 78 mil caixas recheadas do fruto ao ano. Apesar da plantação ter atingido seu ápice no passado, quando 400 mil pés estavam espalhados pelo local, o desafio de Moacir nos dias atuais é manter a colheita de bons frutos e aumentar a capacidade produtiva.

Para tanto, o agricultor aplica técnicas eficientes de manejo que reduzem a quantidade de mão de obra e o tempo de serviço na terra. Além disso, a Prefeitura de Jundiaí, por meio da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Turismo, busca estreitar o relacionamento entre a administração e o campo. Na tarde desta quinta-feira (17), o prefeito Pedro Bigardi (PCdoB) visitou, ao lado do secretário de Agricultura, Marcos Brunholi, a plantação de Moacir. “Estamos aqui para ouvir o produtor. O papel da secretaria tem sido dialogar e fortalecer o compromisso com a agricultura de Jundiaí”, disse o prefeito.

Segundo Brunholi, a visita é importante para mostrar à população que um trabalho de seriedade e destaque é desenvolvido nas terras cultivadas do município. “Em outra ocasião visitei a propriedade do Moacir e postei uma foto que tirei na rede social. A reação imediata de muitos foi perguntar se eu estava na Europa”, confessou.

O secretário reforçou que muitos jundiaienses não imaginam os grandes investimentos realizados pelos produtores. “Diversas pessoas não têm conhecimento da infraestrutura empregada no campo. Esse fator é fundamental para os bons resultados apresentados pelos nossos produtores. Acredito que vivemos num momento de reinvenção da agricultura.” Técnica - Membro da quarta geração da família Mazzi que atua no campo, Moacir se adaptou, em 2008, para não perder a luta contra as pragas. “Trouxemos a técnica do plantio das videiras no sistema Y para nos livramos da pérola (da terra)”, relembra, em referência à peste que ataca os parreirais.

Nesse sistema, as uvas crescem suspensas e distantes do solo, o que impede o acesso dos micro-organismos que vivem na terra. Além disso, a plantação em Y colabora ao reduzir a mão de obra e aumentar a capacidade produtiva.

“Antigamente, eu precisava de 15 homens para o trabalho que hoje é realizado por quatro pessoas”, explica. Como a distância entre os corredores dos pés de uva é maior, um pequeno trator transita e facilita o manejo do fruto. “Nossa produção cresce entre 20% e 25% quando comparada com o plantio tradicional.” Enquanto o antigo sistema enchia até 60 caixas de uva em um dia, o novo rende 150. “Isso nos ajuda muito, ainda mais neste período. É agora que nós conseguimos a recompensa por todo o esforço do ano”, diz, em referência às vendas de Natal e Ano Novo.

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