segunda-feira, 23 de maio de 2016

Embrapa cria tecnologia que diminui agrotóxicos nas lavouras

Pulverizador eletrostático já é usado por pequenos agricultores. Equipamento diminui o desperdício e aumenta a eficácia da aplicação.


Uma nova tecnologia desenvolvida pela Embrapa poderá trazer muitos benefícios para a agricultura brasileira. O pulverizador eletrostático visa diminuir a aplicação de agrotóxicos nas lavouras. A novidade já está sendo usada por pequenos produtores.

A agricultura brasileira é uma das maiores e mais produtivas do mundo e justamente por ser muito grande consome muita água, muita semente, adubo e agrotóxicos para combater doenças e pragas de todo tipo.

O agrônomo Marcelo Morandi, chefe da Embrapa Meio Ambiente, que fica em Jaguariúna, São Paulo, acredita que os agrotóxicos são ferramentas importantes para a agricultura. Só que muitas vezes esses produtos são usados de maneira errada ou em excesso, o que pode provocar uma série de problemas.

“Pode trazer contaminação de água, contaminação de solo, contaminação do aplicador, e até mesmo ter o resíduo no produtor que vai chegar até o consumidor. Poderíamos usar melhor essa ferramenta”, explica Marcelo.

A redução dos agrotóxicos pode ser feita de várias maneiras. A desenvolvida pela Embrapa é o pulverizador eletrostático, equipamento simples, de baixo custo e que pode ser usado por pequenos produtores. Quem acompanhou o desenvolvimento do produto foi o agrônomo Aldemir Chaim.

“Basicamente o pulverizador contém uma fonte. Essa alta tensão, segue por um fio vermelho que vai eletrificar o líquido na ponta do equipamento, que ao se romper, as gotas saem eletrificadas", conta Chaim.

Segundo Chaim, quando as gotas recebem uma carga elétrica, elas passam a funcionar como imãs, ou seja, ao invés de se dispersarem no ar, elas grudam nas superfícies das plantas, o que aumenta e muito a eficiência da aplicação.

“A planta vai atrair essa gotinha com grande intensidade e isso passa a ser diferente do processo convencional onde a gota é jogada na planta”, explica o agrônomo.

Segundo o agrônomo, na pulverização convencional, cerca de 70% do agrotóxico aplicado acaba no solo ou é levado pelo vento. No caso do pulverizador eletrostático, a conta é inversa. Cerca de 70% do produto fica grudado na planta. Outra vantagem da pulverização eletrostática é que o produto aplicado também se deposita na parte debaixo das folhas, o que é muito importante para o combate de diversas pragas e doenças.

A tecnologia já é usada na agricultura, principalmente nos Estados Unidos, mas em equipamentos motorizados de grande porte. Já o pulverizador da Embrapa é portátil, próprio para pequenos produtores. Com a bateria carregada, o equipamento funciona cerca de seis horas. Como segurança, o equipamento possui um fio-terra.

Fonte: Globo Rural

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