Com a proposta de sensibilizar e orientar o setor varejista, o pesquisador da Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), Marcos David Ferreira, e a engenheira de alimentos da Companhia Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), Fabiane Mendes da Camara, vão apresentar dicas de como manter a qualidade, diminuir perdas e estimular o consumo de frutas e hortaliças.
O setor é responsável por mais de 60 milhões de toneladas anualmente, o que leva o Brasil a ser um dos maiores produtores mundiais.
Os procedimentos para evitar perdas serão discutidos em palestra, a ser realizada no dia 1º de junho, na Associação Comercial e Industrial de São Carlos (Acisc), com entrada gratuita, mas com vagas limitadas. Os interessados devem fazer a inscrição com Vanessa Ronquim Martins pelo e-mail: vanessa@acisc.com.br
Além das orientações, serão apresentados aparelhos para uso no pós-colheita de frutas e hortaliças, como o wiltmeter, atmômetro e fruta eletrônica.
De acordo com Marcos David, a proposta da palestra é discutir o manuseio utilizado, possibilidades de modificações e inovações no mercado, que possam contribuir para a manutenção da qualidade das frutas e hortaliças no varejo, reduzindo o desperdício, conservando a qualidade e estimulando o consumo.
À frente do evento, Marcos David é um dos pesquisadores da Embrapa Instrumentação que vêm trabalhando na melhoria do processo de pós-colheita, tendo promovido diversas ações, como cursos e palestras e desenvolvido pesquisas na mensuração de danos físicos e qualidade na cadeia produtiva.
De acordo com o pesquisador, o Brasil se destaca como um dos maiores produtores de frutas do mundo, com produção de 43 milhões de toneladas/ano e 18 milhões de toneladas/ano de hortaliças, conforme dados de 2015. "Situações antes inimagináveis se tornaram realidade, como a produção e disponibilização de cenouras, alfaces, maçãs e até morangos para compra durante o ano todo", afirma.
Marcos David lembra que o Brasil possui grande diversidade e cada produto possui uma característica diferente do outro, sendo que alguns estragam mais rápido, outros menos. "Portanto, para cada um existe uma forma diferente de manusear e armazenar. Mas, todos são produtos vivos, nos quais a qualidade está diretamente ligada à forma que lidamos com eles", diz.
O pesquisador afirma que o Brasil têm tecnologias disponíveis, a maioria de baixo custo, mas pouco utilizadas, o que leva o País a atingir perdas de até 40% neste setor. "Dessa forma, é importante a junção de esforços entre instituições como a Embrapa, a Ceagesp e a ACISC para levar informações importantes a fim de contribuir para reverter esse quadro", conclui Marcos David.
Tecnologias
Wiltmeter
O aparelho mede a turgescência de folhosas, ou seja, a firmeza, a murcha das folhas. A turgescência das folhas é fator primordial de qualidade relacionado ao conteúdo de água e prejudicado pela perda dela. Essa medida, assim como a pressão sanguínea nas pessoas, indica o grau de saúde das plantas e seu comportamento frente às variáveis de clima, solo, temperatura, umidade de ar e disponibilidade de água. É simples, portátil, de fácil uso e rápido.
A tecnologia foi transferida para duas empresas - Marconi Equipamentos e Calibração para Laboratórios, de Piracicaba (SP), e Hidrosense Comércio de Sistemas para irrigação Ltda., localizada em Jundiaí (SP), e tem patente no Brasil e nos Estados Unidos.
Atmômetro
É um instrumento para medir a evaporação do ar, possibilitando medições no interior de embalagens, em armazéns e em ambientes de transporte e distribuição de frutas e hortaliças. É constituído de uma cápsula porosa, a qual se adiciona água antes de fechá-la com uma rolha, de modo a definir uma superfície evaporante cilíndrica e de área conhecida, cuja taxa de evaporação é medida por pesagem.
O Atmômetro possibilita o monitoramento e tomada de decisões relativas à gestão de balcões refrigerados, sistemas de refrigeração e umidificação, embalagens e modais de transporte; auxilia e facilita a comparação da capacidade de armazenamento entre espécies e variedades; possibilita leitura nos mais variados ambientes de manuseio.
Fruta eletrônica
A "fruta eletrônica" é um equipamento que simula uma fruta verdadeira, e é utilizado para mensurar a magnitude do impacto o qual o produto é submetido, ou seja, quando aplicado em situações, como colheita, manuseio em caixas, gondolas de supermercado, pode indicar os pontos mais críticos de frutas, e também de hortaliças, que estão sujeitas a maiores impactos, ocasionando danos significativos ao produto, o que pode causar uma deterioração mais rápida com consequente perda na qualidade. Por meio dessas informações, é possível realizar um diagnóstico da situação e propor modificações, com a melhoria do sistema.
Fonte: Embrapa
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