quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Tucumã pode ser usado para substituir dendê na culinária


Pesquisa da Embrapa analisa potencialidades da fruta.
Tucumã também pode ser usado para produção do biodiesel.


O tucumã, fruto bastante conhecido na região amazônica, pode ser encontrado em várias espécies na natureza. Devido às diversas utilidades do fruto, técnicos e pesquisadores da Embrapa passaram a estudar os cachos que o Tucumanzeiro do Pará exibe na floresta, analisando diversas características, como peso, quantidade e espessura da fruta. Com o levantamento, iniciado há 20 anos, foi descoberto o potencial do tucumã para diversos setores. O azeite extraído da fruta pode até mesmo substituir o azeite de dendê na culinária.

O tucumã também tem potencial para a agricultura e para a produção do biodiesel. No momento de colher os cachos é preciso atentar para muitos detalhes. O assistente de pesquisa, Antônio Costa, explica que sobe na árvore e checa as ramificações, onde nascem as flores. "Tem que ter flores femininas, senão a raquila seca e não dá fruto", descreve.

O trabalho de seleção dos melhores frutos e vegetais é possível também desenvolver sementes melhores para o cultivo. Assim, eles buscam tornar os tucumanzeiros produtivos, com mais frutas e polpa. "Elas vão gerar frutos que tenham próximo de 80% ou mais de rendimento de frutos, acima de 66% de polpa por frutos e teor de óleo até um pouco mais que o dendê", afirma a engenheira agrônoma Socorro Padilha.

A espécie ainda está em domesticação no que se refere à transformação da polpa em azeite, mas não para Luís Moraes, que tem experiência de 30 anos no assunto. A extração do líquido é realizada quase que exclusivamente no Brasil pela fábrica dele, em Ananindeua. O azeite do tucumã tem mais gordura insaturada, que é a gordura boa, se comparado ao dendê. Outra vantagem é o fato de ser mais suave e interferir menos no sabor dos alimentos.

Produção
Por ano, uma indústria compra entre 100 e 200 toneladas de tucumã. Lá, o fruto passa por um processo de beneficiamento. A polpa é retirada por meio de máquinas. Depois, a massa seca é transformada em pó e colocada em uma prensa. É neste processo que se extrai o azeite.

Cem quilos de polpa rendem 18 litros de azeite, cada um vendido em média a R$ 38. O azeite de tucumã é apenas um dos 16 tipos vendidos pela fábrica, e já se tornou a nova aposta para o mercado. "A indústria cosmética utiliza como antioxidante para cremes, óleo de massagens. Como alimentícia a gente costuma fornecer para os grandes chefs para eles darem um toque diferente", explica Luís Moraes, dono da fábrica.

Se depender das propriedades da fruta, o novo azeite tem tudo para se popularizar. Testes da Embrapa mostraram ainda que o azeite de tucumã tem mais gordura insaturada e menos gordura saturada do que o dendê, por exemplo, o que o torna mais saudável.

Fonte: G1 Pará

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