Começo do ano é época de pequi. O fruto é muito usado para temperar comida, principalmente em Minas Gerais, Goiás e no nordeste do Brasil. No Ceará, agricultores se mudam para perto dos pequizeiros para trabalhar na colheita do fruto.
A safra do pequi muda a rotina de muita gente em Jardim, no sul do Ceará. Todos os anos, a família de Iraci Bernardino migra para um acampamento no município vizinho de Barbalha. Cada um leva o que pode em uma caminhada de oito quilômetros.
“É o melhor tempo, a melhor época, é essa que a gente faz a mudança para o acampamento, porque significa mais pão na mesa, mais saúde, as crianças crescem mais, engordam, a gente para de sentir dor e sofrimento”, conta a agricultora.
Nos meses de janeiro e fevereiro a família participa da colheita do fruto. No acampamento é montada uma estrutura para acomodar os agricultores. A área faz parte da floresta nacional do Araripe, que pertence à União.
Cerca de 130 famílias garantem a renda com o extrativismo do pequi, pelo menos 20 delas vão para o acampamento.
A expectativa é que nesta safra sejam colhidas 200 toneladas do produto. O trabalho começa cedo. Em um dia, é possível catar até dois mil frutos. Pedro Martins conhece bem essa rotina há 70 anos.
“Todo ano eu venho colher pequi, há sessenta anos eu faço isso. Tudo o que eu tenho na vida se deve ao pequi, minha casa, comprei terreno, moveis, tudo com o dinheiro da venda da fruta”, conta
A venda de pequi é feita às margens da rodovia estadual 060. No início de safra, o cento custa R$ 10, no final da coleta o preço chega a triplicar. “Dá pra tirar cerca de R$ 60 a R$ 70 por dia”, diz o extrativista Odaílo Sousa.
Fonte: G1 -Globo Rural
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