Embrapa do AM treina fiscais fitossanitários de PE e RN para identificar doenças da bananeira
Engenheiros agrônomos que atuam na defesa fitossanitária dos estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte participam na Embrapa Amazônia Ocidental, em Manaus (AM), de curso sobre doenças que tem afetam gravemente os cultivos de bananeira em vários estados do País. O objetivo do curso é capacitar engenheiros-agrônomos e responsáveis pela defesa fitossanitária para identificação e caracterização das doenças sigatoka-negra e moko da bananeira. "O diagnóstico correto de cada doença é o primeiro passo para definir as medidas adequadas para o controle", explica o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental e doutor em Fitopatologia, Luadir Gasparotto, que ministra o curso, de 5 a 7 de outubro, em parceria com o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e doutor em Biotecnologia, Rogério Eiji Hanada.
Os agrônomos que participam do curso são da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro) e Secretaria de Estado de Agricultura, de Pecuária e da Pesca do Rio Grande do Norte (Sape).
O curso "Diagnose e controle da sigatoka negra (Mycosphaerella fijiensis) e do moko (Ralstonia solanacearum) da bananeira", conta com aulas expositivas, aulas práticas no campo e em laboratório e visita a área de agricultores. No conteúdo são abordados sintomas e sinais das doenças, formas de infecção e ainda outras doenças que podem ser confundidas com estas, além de outros assuntos relacionados ao controle.
Mycosphaerella fijiensis é o nome do fungo agente causal da doença Sigatoka negra e Ralstonia solanacearum, raça 2, é o nome da bactéria que causa a doença Moko da bananeira. Ambas doenças são graves problemas para a cultura da bananeira, causando perdas de produção e prejuízos econômicos, mas podem ser evitadas com práticas de manejo ou no caso da Sigatoka negra, também com cultivares resistentes.
Sigatoka negra
A doença sigatoka-negra acarreta prejuízos que chegam à perda total da produção e a principal forma de prevenção é o plantio de cultivares que são geneticamente resistentes ao fungo causador da doença.
A Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas-BA) lançou diversas cultivares de bananeira resistentes a essa doença, recomendadas para várias regiões do Brasil.
Para o Amazonas são recomendadas 12 cultivares de banana com resistência a sigatoka-negra. Entre elas, a Embrapa Amazônia Ocidental desenvolveu a BRS Conquista, que apresenta resistência também a sigatoka-amarela e mal-do-Panamá, que também pode e vem sendo plantada em vários estados do País.
Quem tem preferência por continuar plantando algumas cultivares de banana que são suscetíveis ao fungo da sigatoka-negra, tem a alternativa de manter produtividade no bananal com a aplicação periódica de fungicidas.
Para viabilizar o plantio de cultivares suscetíveis ao fungo adotando esse tipo de controle químico, a Embrapa Amazônia Ocidental desenvolveu um equipamento e técnica chamada, "aplicação de fungicida na axila da 2ª folha da bananeira para o controle da sigatoka-negra", que reduz o número de aplicações e a quantidade de fungicida aplicado, reduz riscos na aplicação e oferece maior controle e eficiência na aplicação em locais específicos da planta. Durante o curso também haverá demonstrações da técnica simulando a aplicação com o equipamento.
Moko da bananeira
No caso do Moko, a disseminação da bactéria ocorre com o plantio de mudas infectadas ou com uso de ferramentas que tiveram contato com plantas afetadas pela doença. Outro meio de disseminação são os insetos que visitam as inflorescências da planta, como a abelha arapuá e vespas.
Para o Moko da bananeira até então não existem materiais genéticos resistentes. Mas existem recomendações de manejo para evitar a ocorrência da doença. O primeiro passo é o produtor verificar a procedência das mudas e garantir que são plantas sadias. Uma das medidas para controle do Moko é a rápida identificação da doença e eliminação tanto das plantas que apresentam os sintomas e quanto das que estão próximas delas, e dependendo da incidência é preciso manter inspeções regulares para essa eliminação. Há outras medidas de controle que se somam a essa, relacionadas à desinfestação de ferramentas, à retirada do coração do cacho da bananeira após emergir as pencas para evitar a transmissão por insetos, entre outras práticas.
Cursos para defesa fitossanitária
Nos últimos anos, a Embrapa Amazônia Ocidental vem realizando este curso sobre as doenças da bananeira para técnicos que atuam em diversos estados das regiões brasileiras. Já participaram técnicos da Paraíba, Ceará, Maranhão, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, entre outros. Esta atual edição do curso é uma realização da Embrapa Amazônia Ocidental, com apoio do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e dos Governos dos Estados do Rio Grande do Norte e de Pernambuco.
Estados e municípios interessados em solicitar futuros cursos sobre diagnose das doenças da bananeira para agrônomos e técnicos da defesa fitossanitária podem entrar em contato com o Setor de Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia (SIPT), pelo e-mail cpaa.sipt@embrapa.br ou raimundo.rocha@embrapa.br . O supervisor do SIPT da Embrapa Amazônia Ocidental, Raimundo Rocha, é coordenador do curso.
Entre as sugestões de consulta sobre o assunto, existem alguns livros relacionados à cultura da bananeira, que tem a autoria de pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental, entre eles o recém lançado livro de bolso "Manual de Identificação de Doenças e Pragas da Cultura da Bananeira", que pode ser adquirido no site da Livraria Embrapa.
Fonte: Embrapa
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