sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Castanha na roça: expansão e renovação de castanhais nativos

Foto: Marcelino Carneiro Guedes
O Dia de Campo na TV vai mostrar o Sistema Castanha na Roça como uma alternativa viável para a recuperação dos castanhais do sul do Amapá. A castanheira, árvore símbolo da Amazônia, se destaca na floresta pela beleza e imponência, podendo chegar a 50 metros de altura. Apesar de estar presente em diversos países da América do Sul, como Bolívia e Suriname, a castanha está ameaçada, por causa do envelhecimento dos castanhais e pela dificuldade de regeneração em florestas maduras. A regeneração natural de castanheiras é maior em áreas de roçado e capoeira, originados da agricultura itinerante. A agricultura itinerante de corte e queima tem papel importante para a formação de novos castanhais.

O trabalho de conservação de castanheiras envolve toda a comunidade local para a implantação de novos castanhais, por meio do Sistema Castanha na Roça para expansão e renovação de castanhais nativos. Na Resex Cajari, jovens estão se unindo a antigos saberes e conseguindo bons resultados com técnicas inovadoras de produção de mudas de qualidade, que estão ajudando a recuperar áreas com baixa regeneração natural, que precisam ser enriquecidas com mudas de castanheiras selecionadas.

O Castanha na Roça é desenvolvido em duas vertentes: na capoeira abandonada e na roça. Nas duas, o trabalho começa com a quantificação e o inventário das castanheiras, quando cada castanheira é georreferenciada com GPS, um sistema de navegação via satélite operado por meio de um aparelho semelhante a um celular. Dessa forma, é feito o mapeamento de todas as castanheiras na área de capoeira ou de roça. As árvores são marcadas com tinta vermelha, na altura da medição do diâmetro, com fita zebrada e piquetes em seu entorno. Depois, é feita a avaliação da intensidade de brotação, do diâmetro à altura do peito, e da altura de cada castanheira

Pesquisas da Embrapa Amapá na Reserva Extrativista do Cajari, desde 2006, confirmam que as capoeiras associadas com agricultura apresentam maior densidade de regenerantes de castanheiras do que a floresta madura com castanhais. A quantidade de castanheiras jovens não reprodutivas na capoeira foi três vezes superior à da floresta. As castanheiras jovens têm grande potencial de rebrota, mesmo quando queimadas. Porém, quando uma castanheira jovem é cortada e queimada, ela perde todo o crescimento acumulado durante o período de pousio da capoeira, e tem de reiniciar seu desenvolvimento com uma nova brotação.

Nesse contexto, o objetivo do Castanha na Roça é conservar as castanheiras presentes nas capoeiras que são cortadas para plantio, mantendo as castanheiras intactas no meio da roça, ao mesmo tempo em que se cultiva a área para produção agrícola. O programa vai apresentar as técnicas aplicáveis para essa proteção. O enriquecimento com mudas de castanheira-da-amazônia, nas roças que já têm castanheiras oriundas de regeneração natural, deve ser realizado com a ocupação dos espaços vazios, sem as árvores. Dessa forma, as castanheiras ficarão distribuídas na área, respeitando a distância mínima de 10 metros até outra castanheira mais próxima.

O Dia de Campo na TV "Castanha na roça: expansão e renovação de castanhais nativos" foi produzido pela Embrapa Informação Tecnológica (Brasília/DF) em parceria com a Embrapa Amapá (Macapá/AP), unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Além do tema principal o programa aborda outros assuntos nos quadros – Agência Embrapa de Notícias, Sempre em Dia; Repórter em Campo; Na Mesa; Quem quer ser cientista; Minuto do Livro e Ciência e Tecnologia em Debate.

Assista ao programa (horário de Brasília):
TV Câmara – sábado, às 7h, e reprise domingo no mesmo horário
NBR (TV do Governo Federal) – sexta-feira, a partir de 19h30


Fonte: Embrapa

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