Representantes da Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação (CSEI) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) devem se reunir com o secretário de agricultura do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, para apresentar dados sobre as tecnologias de irrigação utilizadas no país e defender a eficiência desses métodos.
O encontro, agendado para a próxima semana, acontece num contexto de escassez de água em São Paulo e no momento em que a Secretaria de Agricultura está perto de anunciar uma restrição ao uso de água para a agricultura, com foco em plantações irrigadas nas bacias hidrográficas em situação crítica em relação ao abastecimento humano.
De acordo com a secretaria paulista, cerca de três mil propriedades rurais devem ser afetadas pela restrição prevista para as bacias do Alto Tietê e do PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), que abastece o sistema Cantareira.
João Rebequi, vice-presidente da câmara da Abimaq, diz que a entidade quer mostrar que o setor usa tecnologias que permitem um alto nível de eficiência, sem desperdício de água.
Ele reconhece que a restrição de água para irrigação em São Paulo deverá afetar os negócios das companhias do setor, muitas delas instaladas no Estado.
"A irrigação não é a vilã, nem o pivô central", afirma Rebequi. Ele assegura que tanto o pivô central quanto outros métodos de irrigação, como microaspersão e gotejo, têm o mesmo nível de eficiência de aplicação de 95% a 98%. Mas, embora não existam dados precisos, Rebequi admite que há no país alguns pivôs sem a manutenção adequada, que acabam tendo uma eficiência menor. Ele diz, no entanto, que alguns ajustes podem fazer com que esses pivôs passem a ter um melhor desempenho.
De acordo com levantamento de técnicos da Secretaria Estadual de Agricultura, somente no entorno da bacia do Alto Tietê, existem seis pivôs ineficientes. Nesse caso, Rebequi diz que a câmara se compromete a "calibrar" esses pivôs para que atinjam nível de eficiência adequado.
O representante da Abimaq acrescentou que o número de equipamentos sem manutenção no país é baixo, uma vez que o uso dessa tecnologia exige uma estrutura complexa. Antes de instalar um pivô, o produtor precisa realizar projeto para obter a outorga de uso da água dos rios. "É difícil não fazer a manutenção, pois se gasta mais energia".
Além disso, Rebequi afirma que os índices de irrigação ainda são pequenos no país em comparação com a área cultivada apenas 5,2 milhões de hectares irrigados para uma área estimada de 56 milhões de hectares plantados, conforme dados compilados pela Abimaq, com base em estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ele diz que existe potencial para chegar a 30 milhões de hectares. A câmara de irrigação da Abimaq reúne 40 empresas associadas.
Fonte: Valor Econômico/Diário de Mídia ABDI
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