Avaliação é de pesquisadores do INPA. Cajá apresentou o maior teor de fibra alimentar (4,65 gramas para cada 100 gramas da fruta)
Dentre as frutas estudadas, o taperebá, também conhecido como cajá, apresentou o maior teor de fibra alimentar
(4,65 gramas para cada 100 gramas da fruta).
Foto: Luciula Yuyuma/Inpa
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As frutas da Amazônia podem contribuir para compor uma alimentação adequada em fibra alimentar e com baixa densidade energética.
A conclusão é dos pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), após vários estudos com as frutas: abiu (Pouteria caimito), bacuri (Platonia insignis), carambola (Averrhoa carambola), ingá-cipó (Ingá edulis), mapati (Pouroma cecropeaefolia) e o taperebá (Spondias mombim).
Dentre as frutas estudadas, o taperebá, também conhecido como cajá, apresentou o maior teor de fibra alimentar (4,65 gramas para cada 100 gramas da fruta), sendo considerado um valor alto quando comprados com outros frutos hipocalóricos como o abacaxi (1 grama) e a manga (2,6 gramas). O mapati, uma espécie de uva da Amazônia, apresentou o menor teor de fibra (0,84 gramas para cada 100 gramas da fruta).
Conforme o pesquisador relata, os resultados apontam que os frutos analisados podem ser considerados hipocalóricos por apresentarem baixos teores energéticos. “Isso se associa ao fato de possuírem baixo teor de gordura e alta quantidade de água”, explicou o pesquisador.
As fibras alimentares são substâncias filamentosas curtas ou longas, derivadas de polissacarídeos formadores das moléculas de celulose, que está presente, principalmente, nos vegetais e atua na formação da parede celular das plantas. Quando digerimos vegetais (folhas, legumes, frutas) nosso organismo não digere a celulose, porém, é muito importante para o bom funcionamento dos intestinos e composição do bolo fecal.
O estudo, que foi publicado na revista Food and Nutrition Sciences, foi realizado pelos pesquisadores Jaime Paiva Lopes Aguiar e Francisca das Chagas do Amaral Souza, do Laboratório de Físico-Química de Alimentos, vinculado à Coordenação de Sociedade, Meio Ambiente e Saúde (CSAS/Inpa). Os pesquisadores realizaram estudos para avaliar as características físico-químicas e os teores de fibra alimentar nos frutos regionais “in natura”.
Benefícios
Aguiar revela que estudos recentes têm demonstrado que dietas ricas em fibras protegem contra a obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer. “A utilização de fibra alimentar, associada a outros dietéticos, pode contribuir com o tratamento de algumas doenças”, diz o pesquisador.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo diário de 25 a 30 gramas de fibras para adultos, o que equivale a duas colheres de sopas. O pesquisador explica que as fibras alimentares são classificadas conforme a sua solubilidade em água, em fibras solúveis e insolúveis. Ele explica ainda que as fibras solúveis são compostos orgânicos que se dissolvem na água e possuem funções específicas no organismo humano como: prolongar o tempo de trânsito intestinal do alimento, retardar o esvaziamento gástrico, diminuição da glicemia (concentração de açúcar no sangue) e na redução dos níveis de colesterol “ruim” (gordura) sanguíneo.
Já as fibras insolúveis, o pesquisador explica que são aquelas que não se dissolvem nem mesmo durante a mastigação e possuem como principais funções diminuir o tempo de trânsito intestinal, aumentar o bolo fecal e auxiliar na redução da ingestão calórica, pois oferecem alto poder de saciedade.
Para o pesquisador, no Brasil, são poucas as Tabelas de Composição de Alimentos disponíveis, no que se refere à fibra alimentar. Dentre eles, Aguiar destaca a Tabela de Menezes & Lajolo (2000) e Mendez et al. (1995). No Amazonas, os trabalhos disponíveis sobre a composição de fibras nos alimentos são do próprio pesquisador (2010).
A Tabela de Composição de Alimentos da Amazônia contém informações nutricionais dos alimentos da região e serve como uma ferramenta para auxiliar os profissionais de Saúde, em especial, os nutricionistas, no estabelecimento de dietas adequadas aos indivíduos. A tabela está na sua 3ª edição e é distribuída para hospitais, universidades, indústrias, entre outros.
Fonte: Portal Amazonia
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