A fim de unificar todas as ações em busca de soluções para o endividamento dos produtores rurais atingidos por problemas climáticos, o Instituto Pensar Agropecuária (IPA), a pedido da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), está encabeçando uma articulação junto ao Ministério da Agricultura. Houve excesso de chuva no Rio Grande do Sul e seca nos estados do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e no Mato Grosso e em Goiás. A ação conta com a colaboração da Confederação da Agricultura e da Pecuária do Brasil (CNA) e de outras entidades do setor.
De acordo com o vice-presidente do IPA, Júlio Cézar Busato, foram realizadas reuniões com técnicos da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura para montar uma estratégia de trabalho. Segundo Busato, será pedida a prorrogação dos custeios de quem foi afetado na safra 2015/2016; o adiamento da parcela dos investimentos que vai vencer agora para o fim dos contratos; que os bancos não promovam ações de cobrança; e a busca de novos custeios. “Precisamos garantir que o agricultor plante a próxima safra”, explicou.
Busato esclarece que este apelo ao governo para a prorrogação dos financiamentos de custeio e investimentos se justifica porque são expressivos os prejuízos dos produtores que cultivam milho, soja e arroz, nas regiões do Centro-Oeste e Matopiba, principalmente, onde foi registrada quebra na colheita de milho e soja, e do Sul, no caso do arroz.
No caso da safra de milho, a quebra no Tocantins foi de 61,4%; 42,9% no Maranhão; e 25,3% no Piauí, segundo os dados divulgados na semana passada pela Conab. Os preparos para o próximo plantio que se inicia em outubro começam agora. No total da safra 2015/16, a redução foi de 11,1 milhões de toneladas de grãos em relação à produção anterior.
“O governo deve, sim, adotar medidas para aliviar essa vexatória situação vivida pelos agricultores, pois se trata de uma questão de justiça e não é muito o que estamos reivindicando. Com essa drástica quebra da safra, fortemente atingida por problemas climáticos, mostramos à área técnica do Ministério da Agricultura e do Ministério da Fazenda a necessidade de prorrogação das parcelas de custeio e investimentos. E se o governo não for compreensivo, será um transtorno para todos nós que pretendemos nos manter na atividade e seguir produzindo até mesmo para pagar esses empréstimos”, alertou Busato.
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