quinta-feira, 23 de julho de 2015

Cai a produção de acerola no Sertão devido a tempo frio e falta de chuvas

Nos últimos anos, quase 500 hectares de acerola já foram erradicados.
Segundo agrônomo, principal motivo da redução é instabilidade do clima.


Acerola produzida em Petrolina
(Foto: Reprodução/ TV Grande Rio)
A falta de chuvas e recentemente o tempo frio prejudicou as plantações de acerola em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Com os prejuízos, muitos produtores têm erradicado a planta das propriedades e buscado outras alternativas de cultivo. Nos últimos anos, quase 500 hectares de acerola já foram erradicados no município.

Há mais de 15 anos, o produtor Jorge Mariano da Silva faz o cultivo de acerola. Em 2005, ele chegou a colher 80 mil quilos da fruta, e vendia a metade para o mercado nacional e a outra parte, para o exterior. Entretanto, no ano passado não foi possível colher nem 10 mil quilos da fruta.

Os preços da acerola continuam quase os mesmos: R$0,80 centavos o quilo da madura, e R$1,40 centavos o da verde. Mas com a queda na produção em Petrolina, o que é tirado no pomar só abastece feiras livres e quitandas da região.“Eu mesmo tenho erradicado a minha plantação com pena, porque algumas coisas que eu consegui foi com a acerola. Mas se eu continuar, eu vou perder o que eu consegui durante todo esse tempo”, ressalta Jorge.

No lote que fica no núcleo 4 do distrito de irrigação Nilo Coelho, existiam dois hectares com mais de mil e 200 plantas. No lugar delas o produtor agora está apostando na mandioca, batata-doce e na manga espada. “Por conta desse clima que tá frio e cinco anos sem chover caiu mais de 60% a produção. O fator mão de obra que a gente não tem nessa região, chega a época e 50% vai para o produtor e 50% para o colhedor de acerola. Os fretes também são caros para a gente deixar nas empresas e por conta disso tem se tornado uma cultura inviável”, conta.

Outro produtor José Arnaldo já teve 4 hectares de acerola. Eram mais de 2 mil e 500 pés. A nova aposta do produtor é o coco. “A gente espera ter um resultado melhor do coco, porque na verdade o coco promete, menor mão de obra e com a receita menor. Já a acerola é de péssima qualidade, pela questão da falta de mão de obra e da falta do resultado do preço, o que inviabilizou totalmente a cultura da acerola. A gente gastava R$1 real por quilo para produzir e vendia a R$0,70 centavos. Não tinha condições de continuar na cultura da acerola”, argumenta.

Segundo os dados do distrito de irrigação Senador Nilo coelho, quase 500 hectares de acerola foram erradicados no município nos últimos anos. Em 2012, existiam 1.494 pés. No ano passado, esse número caiu pra 1.248. Este ano não chega a 1.150.

Para o engenheiro agrônomo, Pedro Ximenes, o principal motivo da redução é instabilidade do clima. “A nossa região faltou chuvas em anos anteriores, prejudicando a produtividade. Mesmo sendo as áreas irrigadas, a chuva é importante para estimular a brotação de florescência na aceroleira. Especialmente esse ano, nesta época do ano, observamos que ocorreu uma drástica queda na produtividade pelo excesso de frio, causando o aborto das flores”, esclarece.

Fonte: G1

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