Colombo afirmou que medidas como a isenção do ICMS e o subsidio de parte do seguro agrícola auxiliaram o setor
Está oficialmente aberta a colheita da maçã em Fraiburgo, no Meio-Oeste de Santa Catarina. A solenidade que marcou o início da colheita no município, que é o segundo maior produtor da fruta no Estado, ocorreu nesta segunda-feira, 30, e contou com a presença do governador Raimundo Colombo. De acordo com informações da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM), a safra 2017 está sendo classificada como excelente e será, em média, 20% maior que a de 2016, com um potencial de colheita em torno de 1,2 milhão de toneladas no país, cerca de 600 mil em Santa Catarina e aproximadamente 200 mil toneladas na região de Fraiburgo.
O governador Raimundo Colombo destacou o trabalho dos produtores e disse que o bom resultado da safra ajuda Santa Catarina a enfrentar o período de crise econômica brasileira. “A produção das grandes e pequenas propriedades tem sido um vetor importante de dinamismo econômico que nos mantém fortalecidos diante das dificuldades”, disse o governador. Colombo afirmou que medidas como a isenção do ICMS e o subsidio de parte do seguro agrícola auxiliaram o setor a superar prejuízos e dificuldades que vinham se acumulando e enfraquecendo a atividade no estado.
Aliado ao bom desempenho da safra agrícola catarinense, o governador reforçou a importância de não aumentar impostos como forma de manter o estado competitivo e o nível de emprego como um dos melhores no país. “Infelizmente, no Brasil, a taxa de desemprego já passa de 13%, enquanto que em Santa Catarina estamos na faixa dos 6,2%. É um indicador social que pauta o trabalho de qualquer agente público, e é por isso que optamos por arrecadar menos, é evidente, mas por proteger a sociedade catarinense”, argumentou Colombo.
Segundo o governador, o efeito positivo da decisão em não aumentar impostos deverá se acentuar no futuro, quando a crise for superada. “Teremos um dos melhores cenários para os novos investimentos que virão depois de superada essa fase complicada em nosso país”, completou.
Também participou do evento, o presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Gelson Merisio e o secretário adjunto da Agricultura e da Pesca, Airton Spies.
Qualidade da safra em 2017 e a produção local
O diretor executivo da ABPM, em Fraiburgo, Moisés Lopes de Albuquerque explica que as condições climáticas foram fundamentais para uma safra maior e de melhor qualidade. “A maçã é uma fruta de clima temperado e que precisa de muitas horas de frio para se desenvolver. Esse ano, além de um inverno rigoroso tivemos uma primavera, na época da florada, de baixa umidade, foi essa combinação que formou frutas de casca lisa – sem problemas fitossanitários -, coloridas e graúdas”, comemora.
Depois de décadas de trabalho dedicadas ao cultivo de maçãs, o produtor de Fraiburgo Dirceu Dias conta que nunca havia colhido frutos de tão boa qualidade. “Numa primeira classificação, conseguimos enquadrar 86% das maçãs que colhemos em categoria 1, isso nunca havia acontecido, é um resultado excepcional”, afirma. De acordo com o produtor, categoria 1 é quando as maçãs atingem o nível máximo de qualidade tanto para o mercado nacional como para o de exportações.
Dirceu renovou todos os pomares e, esse ano, deve colher 800 toneladas em cerca de 20 hectares de área plantada. A fruta da variedade Gala é a primeira a ser colhida e o produtor só tem a comemorar esse início de colheita. De acordo com ele, a qualidade das frutas garante melhor preço ao produtor. Nos pomares de Dirceu, pelo menos 30 pessoas já estão trabalhando na colheita das maçãs.
O município de Fraiburgo, conhecido nacionalmente como Terra da Maçã, é hoje responsável por 20% da produção nacional, este índice, segundo a ABPM, sobe para 30% quando se fala em comercialização da fruta. Isto porque as empresas produtoras trazem o equivalente a mais 10% da produção nacional de outras regiões, para armazenagem, beneficiamento e venda no mercado interno e externo.
A colheita da variedade Gala, que responde por 70% do volume de produção em Fraiburgo, deve se intensificar a partir do dia 23 de janeiro. Em março, inicia-se a colheita de variedade Fuji. Ambas representam cerca de 95% da safra fraiburguense.
Fraiburgo, com uma população de pouco mais de 36 mil habitantes, é considerado o berço da moderna pomicultura brasileira. O cultivo da maçã representa diretamente 35% da economia do município. Mas se for considerado o volume de empregos gerados no comércio pela cadeia produtiva, essa participação pode subir para pelo menos 50%.
Além de movimentar a economia local, a colheita da fruta, realizada de janeiro a maio, é responsável por atrair cerca de 10 mil turistas por ano. Em Santa Catarina, Fraiburgo é o segundo maior produtor da fruta, atrás apenas de São Joaquim.
No Brasil e no Estado
A Cadeia Produtiva da Maçã, considerando todo o seu ciclo, proporciona anualmente ao Brasil cerca de R$ 6 bilhões em riquezas, e gera 58,5 mil empregos diretos e outros 136,5 mil empregos indiretos.
O Estado de Santa Catarina é o maior produtor nacional de maçã. Segundo informações da Associação Brasileira de Produtores, a maçã catarinense responde por 50% da safra brasileira.
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