A queda prematura de frutos por conta de cancro cítrico está relacionada ao tamanho das lesões e à época de contaminação, de acordo com uma pesquisa realizada pelo engenheiro agrônomo Weber Marti, durante o Mestrado Profissional em Controle de Doenças e Pragas dos Citros – MasterCitrus, com orientação do pesquisador do Fundecitrus Franklin Behlau.
Durante a pesquisa, 91,3% dos frutos caídos apresentaram ferimentos grandes e 34,9% dos que tiveram a primeira lesão quando tinham em média 30 milímetros de diâmetro caíram. Os dados foram coletados em dois experimentos, implantados nos municípios de Guairaçá e Paranavaí, no Paraná. O primeiro avaliou a relação entre as características das lesões de cancro cítrico e a força necessária para remover os frutos das variedades ‘Iapar 73’ e ‘Valência’. O segundo observou a influência da época de surgimento e das características dos sintomas na queda de laranjas ‘Valência’.
As avaliações mostraram que quanto maior a proximidade da lesão ao pedúnculo, a quantidade de sintomas, a severidade e o tamanho das lesões, menor a força necessária para remover o fruto da planta e que sintomas pequenos, inferiores a cinco milímetros, não influenciam na força de remoção das laranjas.
Dos frutos que caíram, 91,3% tinham pelo menos uma lesão – superior a cinco milímetros –, enquanto que na parcela de laranjas colhidas esse percentual foi de 54,5%.
Sendo que nos frutos caídos, as lesões grandes estavam predominantemente mais próximas ao pedúnculo, em maior quantidade, com maior diâmetro e severidade do que as presentes nos frutos colhidos.
A pesquisa mostrou ainda que os frutos contaminados mais jovens têm maior tendência de queda. Nas laranjas em que o sintoma surgiu em outubro, 45 dias após o florescimento, quando estavam com cerca de 30 milímetros, o percentual de queda foi de 34,9%. Para os frutos em que a primeira lesão apareceu em novembro, 75 dias após o florescimento, o índice de queda foi de 16,3%. Não foi observada perda nos frutos que apresentaram a primeira lesão de cancro cítrico em dezembro, quando o tamanho era de 45 milímetros. Em janeiro, quando já tinham diâmetro médio de 50 milímetros, não foram identificados frutos com lesões. A queda das laranjas em que os sintomas iniciais apareceram em outubro começou em janeiro, se intensificou em abril e foi mais concentrada em setembro, pouco antes da colheita. Os de novembro, começaram a cair em abril e também apresentaram ápice de queda no mês de setembro.
De acordo com o pesquisador Franklin Behlau, uma das estratégias para minimizar os prejuízos de cancro cítrico em pomares muito afetados é a antecipação da colheita para evitar o período em que a queda é mais acentuada. Outra medida indicada é o planejamento das aplicações de cobre, de acordo com o destino das frutas: consumo in natura ou extração de suco. Os citricultores que têm pomares com a produção para a indústria, devem concentrar o controle químico até os frutos atingirem de 45 a 50 milímetros de diâmetro, com aplicações de cobre até quatro meses a partir do florescimento. “O objetivo é prevenir infecções quando o fruto está altamente suscetível, a fim de evitar ou diminuir a quantidade de lesões grandes e, consequentemente, a queda da produção”, diz o pesquisador.
Nos pomares que produzem para o comércio, no qual a aparência do fruto é importante, o controle químico deve ser estendido para evitar qualquer tipo de lesão. “O prolongamento do controle evita a depreciação da produção ou embargos comerciais devido à presença de lesões nos frutos”.
Foto: Fundecitrus
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