Na avaliação do economista Alexandre Cabral, da NeoValue Investimentos, já é perceptível que a inflação brasileira está “entrando no eixo”. Segundo ele, o principal motivo é que o aumento dos preços dos alimentos “começou a acalmar”, numa combinação entre clima favorável para aumento da produção, queda no consumo e Real valorizado frente ao Dólar – o que barateia a compra de insumos.
O especialista cita como exemplo dois dos produtos mais consumidos no Brasil: leite e feijão. “Com preços elevados, várias famílias diminuíram o consumo [de leite], fazendo com que os produtores ficassem com estoque grande na mão. Ao mesmo tempo, as chuvas em várias regiões levaram ao aumento da produção. Essa combinação de estoque elevado e aumento de produção fez os preços caírem. Em setembro, o recuo foi de 7,89%, contra uma alta de 2,52% em agosto”, comenta.
Sobre o feijão, Cabral aponta que choveu menos que o esperado ou em condições normais nas regiões produtoras, favorecendo o aumento da safra. “Mas ainda está muito longe do ideal. Alguns produtores dizem que os preços só vão se normalizar no primeiro trimestre de 2017”, ressalta o economista.
“Com essa união de clima ajudando e recessão da economia, os preços dos alimentos estão começando a entrar no eixo. Assim, inflação de alimentos está sob controle. Acho que não é mais preocupação para o governo. O dólar calmo está ajudando na diminuição do custo de produção. Portanto, podemos concluir que a valorização do Real está ajudando a segurar a inflação”, conclui.
Considerando essa tendência de arrefecimento nos preços, Cabral sustenta que “o Banco Central deveria baixar [a taxa básica] de juros em 0,50 ponto percentual ao ano, e eu não seria mais agressivo do que isso em outubro. Com isso, o BC jogaria o problema no colo do Temer/Congresso, passando o seguinte recado: ‘eu fiz a minha parte. Agora é com vocês. Vão me ajudar? Espero que sim’”.
Fonte: Agrolink
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