Por causa da dimensão territorial e da área produtiva, que abrange diversos climas e tipos de solo, a principal característica da agricultura familiar de São Paulo é a diversidade de produção, inclusive em regiões litorâneas. As disparidades climáticas permitem que o estado produza frutas de clima tropical, como a manga, e de clima temperado, como maçã e pêssego.
O Brasil é atualmente um dos maiores cultivadores de frutas do mundo, produzindo mais de 41 milhões de toneladas por ano, segundo o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf). Nosso país é o maior produtor de laranja no ranking mundial. O estado de São Paulo é considerado um polo citrícola com produção de laranjas, limões e tangerinas.
A banana ocupa também posição de destaque no ranking mundial, já que é a segunda maior produção entre as frutas. Atualmente no Brasil 505.655 mil hectares são voltados para o cultivo de banana, e o estado que entrega o maior volume é São Paulo (60% da produção nacional), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com elaboração do Ibraf.
Outros produtos cultivados no estado são milho em grãos, arroz com casca, mandioca, feijão e leite. Cadeias produtivas como a piscicultura, pecuária de corte e leiteira, olericultura, apicultura e avicultura também são referências nacionais. Além disso, a tecnologia é um fator regional importante. Cada vez mais presente nos campos paulistas, máquinas e equipamentos modernos contribuem para impulsionar a produção agrícola, reduzir os custos e melhorar a qualidade dos produtos.
Em números
A agricultura familiar paulista ocupa cerca de 66% da área do estado, com 328.177 agricultores, de acordo com o último Censo Agropecuário do IBGE. Impressiona a diversidade que reúne pequenos e médios produtores, índios, quilombolas, ribeirinhos, pescadores artesanais e extrativistas.
Para melhorar a renda e vencer possíveis obstáculos, muitos agricultores utilizam o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que permite acesso a recursos financeiros, facilita a execução de atividades agropecuárias e ajuda na aquisição de equipamentos modernos, proporcionando mais qualidade de vida no campo.
A agricultura familiar paulista movimentou no último Plano Safra (2015/2016) o total de R$ 932.025.746,07 em crédito rural com contratos nas categorias Custeio (R$ 407.098.202,66) e Investimento (R$ 524.927.543,41) do Pronaf. O Governo Federal destinou um total de R$ 28.900 milhões para financiamentos neste período. Para este ano, são R$ 30 bilhões para todos os estados da federação.
O suporte aos agricultores em São Paulo é executado pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) que promove a capacitação para a inovação, contribui para a elevação dos níveis de emprego e renda e introduzir melhorias na assistência técnica e extensão rural com foco, por exemplo, na administração, higienização e transporte dos alimentos. Planos de negócios e pecking-house são atuações de destaque nesta conjuntura.
A capital do figo roxo
Valinhos é considerada a capital do figo roxo. O município tem a maior produção de figos de mesa do país. São 2,7 milhões de caixas colhidas por ano, sendo que 35% são para a exportação. Outro grande destaque da região é a goiaba de mesa, com mais de 10 milhões caixas por ano, das quais 5% são exportadas.
A Organização de Cooperativa Brasileira (OCB) contabilizou no estado 600 técnicos no sistema de cooperativas que garantem aos agricultores familiares o fortalecimento e crescimento do setor. Uma delas é a Associação Agrícola de Valinhos e Região (AAVR), que desenvolve ações para diminuir em até 30% as dificuldades encontradas pelos produtores.
O presidente da AAVR, Pedro Pellegrini, diz que os maiores desafios encontrados pelos agricultores familiares de Valinhos são a comercialização e escassez de mão de obra. Uma ação promovida pela associação foi a criação de uma central de compra e venda de produtos que faz a cotação e a aquisição do insumo e embalagens com os melhores preços para os produtores. “Com isso, apoiamos e agilizamos o processo de comercialização, do retorno financeiro. Também facilitamos o acesso dos agricultores à programas de linhas de crédito com redução de taxas. Além disso, atuamos na recuperação de áreas degradáveis e no controle de doenças e pragas”, afirma Pellegrini.
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