terça-feira, 30 de agosto de 2016

Reavaliação do acefato traz lições sobre registro de agroquímicos no Brasil

O caso da reavaliação do acefato, solicitado pela Arysta Lifescience, traz uma série de ensinamentos acerca do processo de registro de agroquímicos no Brasil. O Portal Agrolink conversou com exclusividade com a Gerente de Registro da empresa, Dr. Liria Sayuri Hosoe, que contou detalhes e lições aprendidas.

O Brasil consome entre 25 a 30 mil toneladas de acefato por ano, mas a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu o produto no Brasil, alegando que a molécula já era banida em outros lugares do mundo. A Arysta então moveu processo que durou oito anos, provando que o defensivo não representava perigo e que nos Estados Unidos, por exemplo, simplesmente não havia interesse comercial nesse agroquímico. 

A revisão toxicológica promovida pela Arysta provou à Anvisa que o acefato não era cancerígeno e nem mutagênico. “Foi uma reavaliação, de certa forma, única, de sucesso, porque revertemos uma situação de banimento. Tivemos muito suporte de agricultores, assim como de pesquisadores, o que foi muito importante”, relembra Liria.

Ela alista uma série de lições tiradas do caso. A primeira é de que o cenário regulatório muda a todo o tempo, e é preciso trazer as novas informações até os órgãos regulatórios. Foi possível perceber, segundo a especialista, que a Anvisa passou a aceitar a discussão científica, mas para isso é preciso apresentar estudos toxicológicos de qualidade, criando uma força tarefa cooperativa com a Agência.

De acordo com a Gerente de Registro da Arysta, a reavaliação do acefato levou a Anvisa até mesmo a rever seus próprios processos internos. Liria conclui que foi fundamental, ainda, mostrar que a indústria está disposta a ensinar, educar e treinar para o uso correto e sustentável dos produtos.

Fonte: Agrolink

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