Previsão foi dada nesta quarta pelo ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira.
Mais cedo, ministro da Fazenda havia falado em proposta realista para déficit.
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse nesta quarta-feira (29) que o déficit nas contas públicas em 2017 deve superar os R$ 100 bilhões. Isso significa que o governo deve gastar, no ano que vem, acima de R$ 100 bilhões a mais do que vai arrecadar com impostos.
Segundo o ministro do Planejamento, a proposta para o rombo fiscal do ano que vem, com o valor final, ainda não está fechada.
“A discussão está bem aprofundada. O cenário não é fácil, mas ainda não tem o número fechado. Não vou ficar conjecturando, mas será acima de R$ 100 bilhões”, declarou.
Oliveira informou a previsão ao ser questionado por jornalistas após participação em um seminário do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), em Brasília.
Valor realista
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que também compareceu ao evento, havia dito que o governo apresentará ao Congresso, na semana que vem, uma alteração no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017 para incluir uma estimativa "realista" para o rombo nas contas públicas.
O ministro da Fazenda não havia, porém, informado qual o novo valor para o déficit público a ser proposto.
Em abril, ainda sob o comando de Dilma Rousseff, a equipe econômica enviou ao Legislativo uma proposta para a LDO prevendo, para 2017, um novo rombo nas contas públicas de até R$ 65 bilhões.
O mercado financeiro, porém, já estima um buraco muito maior nas contas do governo em 2017, acima de R$ 100 bilhões.
"Nós estamos calculando cuidadosamente qual é uma estimativa realista para o resultado primário de 2017. E deveremos estar apresentando isso no início da próxima semana ao Congresso Nacional", disse o ministro da Fazenda a jornalistas após participar de evento no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).
"A nossa visão, e linha de ação, da mesma maneira que fizemos quando da apresentação e 2016, é que tudo começa bem quando começa com realismo e com a verdade", completou.
Depois de assumir o governo, resultado do afastamento de Dilma dentreo do processo de impeachment, a equipe econômica do presidente em exercício, Michel Temer, enviou ao Congresso um pedido para que o governo registre em 2016 um rombo fiscal recorde de até R$ 170,5 bilhões. A proposta foi aprovada pelo Legislativo.
Com a previsão de que um novo rombo acontecerá no ano que vem, serão quatro anos consecutivos de déficits nas contas públicas. Em 2014, houve um déficit de R$ 17,24 bilhões e, em 2015, um rombo recorde de R$ 114,98 bilhões.
Bolsa Família
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou ainda que o impacto do reajuste para o Bolsa Família, anunciado nesta quarta pelo presidente em exercício, Michel Temer, já estava previsto no orçamento do governo para este ano e, por isso, está dentro da estimativa de um rombo de até R$ 170,5 bilhões para 2016.
“Esse é aquele impacto que já havia sido anunciado pelo governo anterior, que teria o aumento. Havia já um orçamento para isso e havia toda uma expectativa em volta dessa questão. Foi mantido esse reajuste do Bolsa Família dentro do que estava previsto”, afirmou.
O ministro não soube dizer, porém, qual vai ser o impacto total nos gastos deste ano.
O aumento dado por Temer no valor pago aos beneficiários do Bolsa Família, de 12,5%, é superior aos 9% que haviam sido anunciados pela presidente Dilma Rousseff, pouco antes de seu afastamento, em maio.
Fonte: G1
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