A laranja de Russas, uma variedade típica do Ceará, está renascendo.
Melhoramento genético ajuda produtor a evitar doença causada por fungo
Foto: Divulgação Globo Rural |
A laranja de Russas, uma variedade típica do Ceará, está renascendo. Depois de correr o risco de desaparecer, recuperou-se graças ao melhoramento genético.
Russas, na região do Jaguaribe, é conhecida também como terra da laranja. A cidade dá nome a uma variedade da fruta, que já foi a principal fonte de renda dos produtores. Hoje os pés estão carregados e é difícil até acreditar que durante muitos anos o plantio enfrentou uma crise.
O técnico agrícola Joãozito Paz lembra que duas grandes enchentes, a última em 1985, afetaram os pomares e destruíram 90% dos laranjais da região.
As inundações ajudaram a propagar a gomose, doença causada por um fungo, que não atinge diretamente a laranja, mas compromete a árvore da raiz aos galhos. “Os produtores não tinham conhecimento dessa doença, que é através de um fungo. Começam a perder a produção e começou a desistência dos agricultores”, conta o técnico agrícola.
A gomose começa como se fosse uma pequena ferida no tronco da árvore. Ela vai crescendo e comprometendo a produtividade. Se a doença avançar, uma fenda surge na raiz da árvore. O dano é profundo.
Preocupados com a situação, pesquisadores da Embrapa de Cruz das Almas, na Bahia, foram para o Ceará em 2012, colheram mudas que ainda não tinham sido afetadas pela doença e levaram para análise. Elas foram melhoradas com enxertos e deram início a novos pomares.
Os laranjais deixaram de ser plantados com sementes. "A ideia é que a gente possa aumentar novamente a oferta no mercado para que o consumidor possa novamente reapreciar essa fruta que foi, por muito tempo, muito apreciada na região", explica Leandro Loureiro, estudante de agronomia.
Hoje a região tem 30 pomares implantados. Cada um tem de 200 a 400 pés de laranja. Como a produção com as mudas melhoradas ainda está na fase inicial, a previsão é colher apenas 2.500 laranjas no primeiro semestre do ano que vem.
Fonte: Globo Rural
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