Produtos saudáveis, cultivados de maneira orgânica, com todo o cuidado, com qualidade e a preços justos. Esse é o objetivo da Feira da Agricultura Familiar e Urbana, que acontece toda sexta-feira, na Cidade Administrativa de Minas Gerais, coração do governo do Estado. O programa é coordenado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Agrário (Seda), em parceria com a Emater-MG, IMA, Fucam e Intendência.
Participam dez empreendimentos familiares, representando mais de 300 famílias que vivem e trabalham em municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte. São agricultores e agricultoras ligados à agricultura familiar urbana, à produção orgânica e à agroecologia e também a empreendimentos agroindustriais familiares.
Esses dez empreendimentos expõem hortaliças tradicionais, derivados do leite de cabra, ovelha e búfala, mel, pescado, café, entre outros produtos, toda sexta-feira, das 11h às 15h, no túnel do Prédio Gerais. Eles aproveitam que, por ali, circulam diariamente mais de 10 mil pessoas, população igual a muitos municípios mineiros.
Relatos emocionantes
Na última sexta-feira (11), esses produtores tiveram uma reunião com o secretário de Estado de Desenvolvimento Agrário, Glenio Martins, para discutir ações para o aprimoramento e ampliação do projeto. Integrantes da Frente da Gastronomia Mineira, o chef Eduardo Avelar e Márcia Martini, também acompanharam a reunião de trabalho, em que os feirantes tiveram a oportunidade de contar suas histórias.
“Fizemos uma opção de vida e estamos satisfeitos com a escolha. Essa feira é uma das principais fontes de renda da família e dependemos muito dela”, disse Daniela Leonel, da Emporium da Roça, especializada em orgânicos produzidos em Caeté.
“Trabalhar com produtos sem agrotóxicos não é fácil, porque muitos não valorizam, apesar do crescimento do mercado”, ressaltou Ciro Santos, que formou associação em Betim, onde mantém hortas comunitárias.
Já a agricultora Luzia Falcão conta que no bairro Cardoso, na região do Barreiro, 14 pessoas trabalham em uma horta comunitária, em terreno cedido pela Prefeitura de Belo Horizonte. “Só precisamos de um selo para provar que nossas verduras não tem agrotóxicos”, disse ela.
Durante a reunião, alguns relatos de feirantes chegaram a emocionar os presentes. E essas histórias também apontam caminhos. Um deles é que o esforço desses trabalhadores em acordar cedo todos os dias para semear a terra, cuidar da criação, colher e processar produtos, vem dando frutos.
É missão da Seda fortalecer a agricultura familiar. Para tanto, a Secretaria está estruturando o programa de apoio à produção sustentável, agregação de valor e comercialização. Denominado inicialmente de “Do Campo à Mesa”, o objetivo é executar nos próximos quatro anos ações para o fomentar o desenvolvimento da agricultura familiar e a produção rural sustentável.
Além disso
Pesquisa inédita realizada pela Seda, em parceria com os parceiros, aponta a satisfação dos servidores públicos com a feira livre.
A Feira da Agricultura Familiar e Urbana da Cidade Administrativa é aprovada por mais de 87% dos clientes, segundo o levantamento realizado pela internet, com os usuários da feira livre. Ao todo foram 1.053 entrevistados.
O dia e o horário da feira também foram aprovados pela maioria dos entrevistados. De acordo com a pesquisa, 75% estão satisfeitos com a realização da feira às sextas-feiras e 56,4% dos entrevistados responderam que o horário atende plenamente às suas demandas. Quanto à frequência, 52,1% acham que um dia é o suficiente, enquanto outros 42% afirmam que a feira deveria ocorrer duas vezes por semana.
Quase um terço dos entrevistados (32,5%) disseram que vão à feira quatro vezes por semana. Em relação aos produtos, 28,4% disseram que gostariam de encontrar na feira frutas e outras 20,3%, doces. Uma das dificuldades de quem não frequenta a feira, mas respondeu à pesquisa, é com o transporte dos produtos em ônibus e metrô.
O resultado da pesquisa está em sintonia com o cenário atual, em que o consumo de produtos orgânicos, sem agrotóxicos, cresce a passos largos, à margem da crise econômica”, avalia o secretário Glenio Martins.
Ele destaca ainda que ao vender seus produtos diretamente para os consumidores, sem a presença de atravessadores, os agricultores familiares tem a possibilidade de aumentar a renda.
Fonte: Hoje em Dia
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