A previsão do mercado financeiro para a inflação oficial do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), recuou para 9,29% na semana passada, contra 9,32% na semana anterior. Foi o primeiro recuo após 17 estimativas de alta. Os números foram divulgados nesta segunda-feira (24), pelo Banco Central.
Para 2016, a projeção de inflação é menor do que a deste ano, mas subiu pela terceira semana seguida, ao passar de 5,44% para 5,50%. A meta de inflação é 4,5%, com limite superior de 6,5%. Essa meta é definida pelo Conselho Monetário Nacional, formado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do BC. Cabe ao BC manter a inflação dentro da meta estipulada e quando isso não acontece, o Banco Central tem de enviar carta ao Ministério da Fazenda, explicando o que levou o índice a extrapolar a meta.
Na tentativa de trazer a inflação para o centro da meta, o BC elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes seguidas. O Banco Central prevê que a inflação vai convergir para a meta em 2016 e indicou que não deve elevar mais a Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em setembro. Segundo o BC, os efeitos de elevação da Selic levam tempo para aparecer.
Para as instituições financeiras, a Selic deve permanecer em 14,25% ao ano até o fim de 2015 e ser reduzida em 2016. A projeção mediana, que desconsidera os extremos da estimativa, para o fim de 2016 passou de 11,88% para 12% ao ano.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
Demais projeções
A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que passou de 7,67% para 7,69%, este ano. Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa permanece em 7,74%, em 2015. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), este ano, também não foi alterada (9,23%).
Na sexta piora seguida, a estimativa para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) – soma dos bens e serviços produzidos no país – passou de 2,01% para 2,06%, este ano. Há quatro semanas, a estimativa estava em 1,76%. Para 2016, a expectativa de retração passou de 0,15% para 0,24%, no terceiro ajuste seguido.
Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve apresentar retração de 5,20% este ano, contra 5% previstos na semana passada. Em 2016, a expectativa é de recuperação do setor, com crescimento de 1%, a mesma estimativa anterior.
Fonte:Jornal doBrasil
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