Já para os agropecuaristas a alta do dólar é negativa, diz presidente.
Impacto da valorização está ligado ao grau de dependência de cada cadeia.
O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, afirmou ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que a disparada recente do dólar tem efeitos opostos nas diversas cadeias produtivas do setor.
O impacto da valorização está ligado ao grau de dependência de cada cadeia à moeda norte-americana e ainda da participação brasileira no mercado mundial das commodities, disse Carvalho.
"Não podemos generalizar. Para a soja, cuja oferta brasileira é quase 50% exportada e para o suco de laranja, que tem quase 100% da produção negociada no exterior, o dólar valorizado é positivo e corrige a queda nos preços (praticados em dólar)", disse. "Por outro lado, para o açúcar o dólar valorizado é ruim porque o Brasil tem mais de 50% do mercado mundial e há uma correlação direta entre a alta (na moeda) e a queda nos preços (em dólar)", completou Carvalho.
Há pouco, na Bolsa de Nova York (ICE Futures), o contrato do açúcar com vencimento em outubro, o mais negociado, operava estável em 10,60 cents de dólar por libra-peso, queda de 42,86% em 12 meses e de 32,3% em 2015. Já o dólar apresentava valorização de 36,8% em 2015, aumento de 60,3% ante igual período do ano passado, cotado a R$ 3,63. "Não é possível, portanto, pensar que todas as cadeias exportadoras vão ser beneficiadas pelo dólar", disse.
Já para os agropecuaristas a alta do dólar é negativa, segundo Carvalho, pois pressiona preços de insumos como fertilizantes e defensivos, grande parte deles importada. Além disso, de acordo com o presidente da Abag, o insumo mais consumido no setor, o diesel, não teve os preços reduzidos em reais na esteira da queda do petróleo. "Hoje o diesel é vendido a um preço do barril de petróleo em US$ 75 enquanto o valor real é de US$ 40", concluiu.
Fonte: Estadão Conteúdo
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