quinta-feira, 14 de julho de 2016

Projeto de EMATER-MG e UFLA pode inserir novas variedades de marmelo em Minas Gerais

Uma parceria entre a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e a Universidade Federal de Lavras (UFLA) pode garantir a inserção de novas variedades de marmelo em Minas Gerais. Tudo vai depender do resultado de um trabalho conjunto entre as instituições em seis municípios mineiros.

A experiência vai envolver a implantação e o acompanhamento de unidades de demonstração e observação da cultura a partir de sete tipos da frutífera, que serão plantadas inicialmente, em áreas rurais do Sul, Campo das Vertentes e Norte do Estado. O primeiro passo foi dado. A Ufla já distribuiu cultivares de mudas de marmelo a produtores dos municípios de Cambuí, Arantina, Marmelópolis, São João do Paraíso, Santo Antônio do Retiro e Montezuma.

Cada um dos produtores selecionados por extensionistas da Emater-MG, receberam em média um kit de 14 mudas de marmelo das variedades Portugal, Smyrna, Mendoza, Provence, Fuller, Pera e Alongada. “Alguns produtores receberam mais, pois têm áreas de plantio maiores”, ponderou o coordenador técnico regional de Fruticultura da Emater-MG, o engenheiro agrônomo Deny Sanábio.

Segundo o coordenador, toda a marmelocultura do estado mineiro está concentrada na produção da variedade Portugal, o que justifica o interesse em desenvolver novas cultivares da fruta. “Contar só com uma variedade traz risco para a atividade. Então de posse do desenvolvimento de novas variedades, a universidade nos procurou para testar o comportamento de outros tipos, em diferentes condições de clima, solo, e região”, explicou.

De acordo o coordenador, os produtores já estão preparando as covas para o plantio que deverá ocorrer até o final de julho ou começo de agosto. “Depois de preparadas, as covas devem ficar pelo menos um mês para curtir o adubo e esterco que foram colocados”, ressalta, acrescentando que “a produção de frutos deve ocorrer a partir do terceiro ano pós plantio, por se tratar de uma muda de desenvolvimento mais lento”.

Ainda segundo o engenheiro agrônomo, durante o período de crescimento das mudas, os tratos culturais serão mantidos pelos agricultores, sob a supervisão dos extensionistas. Os técnicos vão usar as unidades para promover dias de campo e outros eventos. “As propriedades deverão estar com a porteira aberta para fazermos visitas, acompanhamentos, anotações e levar outros produtores. As observações e demonstrações serão repassadas aos professores para análises e posterior envolvimento deles no processo. Vamos avaliar peso, rendimento e produtividade. Testar qual fruto tem o ponto e liga melhor para a fabricação de doce, uma vez que o marmelo tem, prioritariamente, essa finalidade”, informou.

Para o coordenador da Emater-MG, as unidades demonstrativas e de observação vão beneficiar todos os participantes da pesquisa. “O produtor vai receber as mudas, cuidar delas e a produção vai ser dele para comercializar. A universidade vai ganhar com a extensão, já que vamos testar em campo as variedades. E para o extensionista da Emater também vai ser bom, pois ele vai ter o respaldo dos resultados do experimento e assim poderá indicar o que for melhor para a formação de pomares na região.

Produção em Minas

Apesar do ponto de estagnação em que se encontra, a cultura do marmeleiro antecedeu em importância econômica à do café, constituindo o primeiro produto de exportação paulista, ainda nos tempos coloniais. Dados da Emater-MG, tendo por base a safra agrícola estimada para 2016, apontam que Minas Gerais tem uma produção anual de 339 toneladas de marmelo, ocupando uma área total de 47,5 hectares. A fruta tem como centro de origem o Oriente Médio, de clima temperado, e bastante exigente em tratos culturais. O plantio é feito por estacas enraizadas dos cultivares eleitos para exploração.

Os frutos raramente são consumidos in natura, sendo industrializados para a produção de marmelada, mas podendo ser usados em geleias, sopas, licores, xaropes e em pratos salgados finos. Um dos seus componentes do marmelo, a pectina, pode ser empregada em produtos farmacêutico e de perfumaria.

Outras frutas

Deny Sanábio explica ainda que o trabalho da Emater-MG e Ufla não vai ficar restrito ao cultivo do marmelo, mas também a outras frutas de clima temperado. “Iniciamos com o marmelo, mas nossa intenção é pesquisar outras cultivares. Já está combinado que os mesmos sete produtores que receberam as mudas de marmelo vão receber em novembro, mudas de pera. À medida que for tendo interesse dos pesquisadores e professores das universidades, a gente vai estendendo para outras culturas”, revela o coordenador da empresa mineira de extensão rural.

Fonte: Emater - RS

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