Em reunião com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, realizada na última quinta-feira (7), em Brasília, o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Citricultura, Lourival Carmo Monaco, também presidente do Fundecitrus – Fundo de Defesa da Citricultura, levou as principais demandas do setor citrícola ao Governo Federal. Todas estão relacionadas ao cancro cítrico e ao HLB (greening), as duas principais doenças da citricultura no Brasil.
Considerada a doença mais devastadora para a citricultura em todo mundo, o HLB é responsável pelo aumento do custo de produção e pela erradicação de 42,5 milhões de pés de citros em São Paulo (CDA, 2015) e pelo encolhimento do parque citrícola que no último ano perdeu 6% de sua área plantada. Atualmente, a doença está presente em 17% das plantas do estado.
As infecções de HLB praticamente dobraram no Paraná entre 2015 e 2016. Segundo a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), nas regiões onde o índice de plantas contaminadas era de 5% em 2015, hoje é de 10%. Onde era de 9%, saltou para mais de 15%. A Adapar registrou nos cinco primeiros meses de 2016 mais notificações do que todo o ano de 2015. Desde 2007, o Paraná arrancou 1,75 milhões de árvores por causa da doença.
Em Minas Gerais, outro importante produtor de citros, sobretudo tangerinas, a doença foi identificada em 2005 e vem se espalhando por todas as regiões do Estado.
Em decorrência da importância da doença, o setor citrícola solicita ao Ministério da Agricultura atenção aos pomares abandonados, focos do inseto que transmite a bactéria causadora do HLB e uma legislação nacional que preconize ações de prevenção e controle em todo País.
Outra preocupação do setor é com o cancro cítrico, doença presente nos pomares da região Sul do País, e que tem avançado por São Paulo e Minas Gerais. Também já houve relatos no Mato Grosso do Sul, Roraima, Ceará, Maranhão e Goiás. É solicitado desde meados dos anos 2000, uma mudança na legislação, que permita aos citricultores cuidar melhor dos seus pomares.
A citricultura é uma das mais importantes cadeias agrícolas do Brasil, está presente em mais de 3 mil municípios e ocupa quase 800 mil hectares (IBGE, 2014).
Movimenta R$ 47,5 bilhões por ano e gera R$ 613 milhões em impostos para o País e gera exportações na ordem de US$ 2 bilhões. Além disso, tem uma importante contribuição social, sendo uma das culturas que mais emprega. Para se ter uma ideia, para cada pessoa necessária em um hectare de cana, são precisos quatro para a citricultura. Atualmente, a cadeia é responsável por 150 mil empregos diretos e indiretos.
São Paulo é o principal produtor de citros do País. O estado tem 460 mil hectares plantados, em 11 mil propriedades, espalhadas por 399 municípios. Somente de laranjeiras são 192 milhões de pés que este ano gerarão uma produção estimada em 245,8 milhões de caixas ou 11 mil toneladas da fruta. É responsável por 77% da produção nacional.
A cultura tem se espalhado por outras regiões do País e se tornado importante no Paraná, Rio Grande do Sul e crescido na Bahia, Sergipe e Minas Gerais.
Fonte: Fundecitrus
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