Uma greve de caminhoneiros argentinos marcada para a próxima terça-feira (19.07) deve impactar nos mercados de soja, milho e trigo nos próximos dias. A Confederação Argentina de Transporte Automotivo de Carga (CATAC) promete bloquear grandes portos como os de Buenos Aires e Santa Fe. Se não forem atendidos em suas reivindicações, anunciam que vão comprometer ainda os maiores portos de saída de grãos para exportações, como os de Rosario, Bahía Blanca e Necochea.
A entidade de classe dos caminhoneiros diz que “existe uma grande necessidade de aumentar as tarifas de frete”, mas há uma “grande resistência dos grandes empresários do campo”. O presidente da CATAC, Ramón Jatip, anunciou que fez reuniões para evitar conflitos, mas “não se chegou a um acordo”, informa reportagem de Luis Vieira para o Agriculture.com.
A gasolina já subiu 31% neste ano, além de um aumento de nada menos que 400% nos valores dos pedágios. Neste momento, a colheita de soja na Argentina está muito próxima do fim. Mas as vendas vêm sendo mais aceleradas do que o esperado e geram atrasos nos embarques de trigo de quatro a 12 dias nos portos de Santa Fé, Rosario, Bahía Blanca e Necochea.
Para Guillermo Rossi, Diretor de Informação e Estudos Econômicos da Bolsa de Comércio de Rosario, a greve poderia impactar mais sobre o milho do que sobre o óleo de soja ou farelo. A colheita do cereal alcançou 60% da superfície, com vendas de 24 milhões de toneladas da safra atual. Destas, 13 milhões de toneladas já foram exportadas e outras quatro milhões ainda devem ser embarcadas. Outras seis milhões de toneladas ainda não foram vendidas.
“Dependendo de como a colheita de milho avance, nós poderíamos ter ainda algumas complicações. Temos que ver ainda o tamanho real da greve”, resumiu Rossi.
Fonte: Agrolink
Autor: Leonardo Gottems
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