terça-feira, 11 de agosto de 2015

Prevendo prejuízos com crise hídrica, produtores cobram flutuantes

Produtores estão preocupados com burocracia para início de obras.
Codevasf deu prazo de 91 dias para execução.


Agricultores do Vale do São Francisco, especialmente do Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho, em Petrolina, no Sertão pernambucano, reuniram-se na manhã desta terça-feira (11) com equipes de engenharia da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). A preocupação deles é em relação à implantação dos flutuantes para captação de água no volume morto do Lago de Sobradinho-BA.De acordo com o gerente-executivo do Distrito de Irrigação Nilo Coelho (DINC), Paulo Sales, a vinda de representantes da Codevasf foi para esclarecer como está o processo burocrático para a instalação dos equipamentos que deverão auxiliar na irrigação do Vale. “Cerca de 40 dias atrás tivemos reuniões com o ministro e autoridades e eles disseram que os recursos já tinham sido liberados. O valor da obra era de R$ 39 milhões, mas houve um aumento posterior e excedeu R$ 40 milhões”, disse o gerente-executivo do DINC.

A reunião ocorrida no dia 26 de junho teve a presença do Ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, em que foi anunciado um investimento de R$ 34 milhões para que a Codevasf pudesse fazer as obras necessárias para garantir o abastecimento de água nos perímetros. Somente para o Distrito Senador Nilo Coelho existem R$ 25,5 milhões liberados para o projeto, além de R$ 2 milhões por parte da prefeitura municipal.

O projeto apresentado pela Codevasf é composto por três módulos. O primeiro é a construção de um canal paralelo com orçamento em torno de R$ 16 milhões. Os outros dois módulos são os sistemas de flutuantes e o sistema de adução, o que compõem os R$ 40 milhões. “Como o governo liberou R$ 25,5, eles priorizaram a construção dos 100% do canal paralelo e o restante eles iriam reduzir o número de conjuntos. Isso não é bom para nós, porque terá uma vazão reduzida. Precisamos de 14 m³ por segundo”, explicou Paulo Sales.

O coordenador da Câmara de Fruticultura Irrigada em Petrolina, Henrique Holtrup, disse que a preocupação dos agricultores é em relação à demora da burocracia. “A nossa preocupação é que não se fez nada até agora. A gente sempre bate na mesma tecla. Houve reunião com o ministro prometendo a solução e agora com tudo conseguido, não deslancha”, disse Henrique Holtrup.

O coordenador da Câmara de Fruticultura Irrigada destacou ainda que a projeção do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é que no dia 30 de novembro o nível do Lago de Sobradinho chegará a 8.8%. Atualmente o lago opera a 15%. “Vai ter um colapso se não chover mais tarde. Sem água não se produz. Nós temos aqui lavouras perenes como manga e uva. Se morrer, começa tudo do zero e não dá nem para imaginar uma coisa dessas”, enfatizou Henrique Holtrup.

O engenheiro e analista de desenvolvimento regional da Codevasf, Márcio Adalberto Andrade, explicou que até o final do mês de agosto serão publicados os dois editais que darão início às obras. O valor de R$ 39 milhões disponibilizado pelo Governo Federal é para atender 12 perímetros irrigados, oito deles no submédio Vale do São Francisco. O prazo para a execução da implantação dos flutuantes é de 91 dias, segundo a Companhia.

Fonte: G1


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