Brasil é o maior produtor mundial de frutas tropicais. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a colheita da safra 2012/2013 de abacaxi no Brasil foi de 1,5 milhões de toneladas. Mato Grosso do Sul corresponde a 17ª posição, com 5 mil toneladas produzidas em 2013. Apesar de distante dos maiores produtores, o Estado possui solo e clima propícios para a fruticultura. Considerando o potencial produtivo de Mato Grosso do Sul, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul (Senar) oferece capacitação em Plantio e Manejo de Pomar - Cultivo de Abacaxi em Bataguassu e Antônio João, de 10 a 13 de agosto.
Segundo assessoria do Senar, no curso são ensinados os diversos aspectos da abacaxicultura, como as variedades mais procuradas pelo consumidor, tamanho e coloração de fruto, quantidade de açúcar, diferentes tipos de mudas, épocas de plantio mais adequadas, espaçamento mais adequados. “Ensinamos também todos os tratos culturais, desde controle de ervas daninhas até controle de doenças e adubação. Enfim, tudo que faz um produto de qualidade”, afirma o produtor de abacaxi e instrutor do Senar/MS, Carlos Alberto Salgueiro. Para ele, qualidade é a palavra-chave no mercado de frutas e, para isso, o desenvolvimento do segmento necessita qualificação. Segundo o educador, o abacaxi em bom tamanho tem entre 1,5 kg e 2 kg, dependendo da variedade, e pode ser vendido de R$ 1 a R$ 1,40.
Salgueiro explica que os solos de Mato Grosso do Sul são mistos e arenosos e o clima é quente, ideal para a abacaxicultura. “O abacaxi não gosta de frio, de terra argilosa e de escuro. É uma fruta do calor e que se adapta muito bem à falta de água”, explica. Devido à alta produtividade o cultivo de abaixo gera retorno econômico, ainda que o custo inicial de produção seja relativamente alto. “O investimento é em torno de R$ 10 mil por hectare. As mudas são o que mais têm custo, sendo quase 40% do valor. Podem-se plantar desde 15 mil até 35 mil mudas por hectare. Mostramos como conduzir mudas de qualidade em curto espaço de tempo”, detalha Carlos Alberto.
As variedades mais tradicionais no Brasil são Havaí e Pérola. A primeira possui maior teor de acidez, enquanto a segunda tem o sabor mais doce. “Nós apresentamos também as novidades, como o Abacaxi Vitória, que é o cruzamento entre essas duas variedades”, ressalta Salgueiro. As variedades exploradas no cultivo também dependem do interesse do produtor, do mercado e da região. A grande vantagem é que o número de mudas é multiplicado pelo menos por cinco, dependendo da variedade do abacaxi. O produtor pode vender in natura para grandes mercados, aumentando sua renda a cada produção.
Os cursos acontecem na Fazenda Amor e Vida em Bataguassu e na sede do Sindicato Rural em Antônio João. O objetivo do curso é realizar o plantio e manejo de pomar no cultivo de abacaxi por meio de práticas corretas na implantação da cultura. “É dada uma visão empresarial ao pequeno produtor sobre a cultura do abacaxi. Geralmente eles têm uma produção pequena e nós mostramos as possibilidades de entrar no mercado, produzindo com escala e volume, que é o que o mercado exige”, explica o instrutor do Senar/MS. O consumo crescente da fruta, tanto pela população quanto pela indústria, possibilita renda ao produtor rural.
A capacitação será oferecida até o final do mês em Anastácio, de 26 a 29 de agosto, na comunidade terapêutica Lar da Bethânia, localizada no distrito de Camisão, 18 km de Aquidauana. O Senar oferece 31 qualificações em Mato Grosso do Sul entre 10 a 15 de agosto, com 658 produtores inscritos. Para mais informações, acesse o site www.senarms.org.br ou entre em contato pelo (67) 3320-9700.
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