No ano, o indicador acumula alta de 2,47%. IPP mede a evolução dos preços de produtos 'na porta de fábrica'.
A inflação ao produtor desacelerou de 1,86% para 0,31% em abril, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o mesmo mês de 2014, os preços aumentaram 5,63%. No ano, o indicador acumula alta de 2,47%.
O IPP mede a evolução dos preços de produtos "na porta de fábrica", sem impostos e fretes, de 23 setores das indústrias de transformação.
Segundo Manuel Campos Souza Neto, técnico do Índice de Preços ao Produtor do IBGE, o resultado do IPP deste mês foi “muito causado pela evolução do dólar”. “De fevereiro para março, a evolução do dólar foi 11,4%, de março para abril, ficou -3,1%. Em um ano, a evolução do dólar foi 36,3%. Isso influencia bastante os resultados.”
Além da influência do dólar, o especialista do IBGE ressaltou outras duas influencias nos preços ao produtor.
“Nós tivemos problema do aumento de custo, a parte de energia elétrica, influenciando bastante a metalurgia. Existe um mercado chinês que inunda o mercado mundial e dessa forma, o setor metalúrgico começou a vender para a parte automotiva e a parte automotiva, você aí, os veículos aumentando os preços.”
Em abril de 2015, na comparação contra o mês anterior, 14 das 23 atividades apresentaram variações positivas de preços, com destaque para outros produtos químicos (3,50%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-3,14%), produtos de metal (2,83%) e fumo (-2,41%).
No ano, as maiores variações partiram de outros equipamentos de transporte (12,15%), fumo (10,88%), madeira (8,57%) e papel e celulose (7,72%).
Em abril, os preços do setor de alimentos recuaram 0,91% em relação a março, exercendo o maior impacto negativo no resultado global. Os produtos em destaque, em termos de influência, na comparação com o mês anterior, foram "carnes e miudezas de aves congeladas", "resíduos da extração de soja", "óleo de soja refinado" e "açúcar cristal".
“Alimentos foi influenciado por carnes congeladas, pelo consumo interno mesmo, sucos concentrados de laranja, que é quase tudo exportação, óleo de soja refinado e açúcar cristal.”
“O fumo sofre influência do dólar, a maioria é para exportação. Equipamento de informática não é do dólar, é conjuntural. Metalurgia, o que está afetando esse preço é o alumínio. Porque a gente segue a bolsa de Londres, que está em queda. Papel e celulose segue preços de exportação. Dólar cai, preço do papel cai”.
“A variação do dólar esse ano foi de 15,3% e aí a gente vê que quem teve a maior variação foi outros equipamentos de transportes, aviões, produtos ferroviários e navios e motocicletas. Com grande parte disso, os preços são cotados em dólar”.
Fonte: G1
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