O preço médio das terras agrícolas subiu 308,1% entre 2002 e 2013 no
Brasil e alcançou R$ 10.619,77 o hectare, conforme estudo realizado
pela assessoria de gestão estratégica do Ministério da Agricultura em
parceria com o pesquisador Flavio Botelho, da Universidade de
Brasília (UnB).
De acordo com informações divulgadas no último dia 2 pelo
ministério, no mesmo período o IGPDI da Fundação Getulio Vargas
(FGV) atingiu 121,9%.
Em larga medida, esse aumento superior à inflação pode ser
creditado à mudança de patamar das cotações internacionais de algumas commodities fundamentais para o
agronegócio brasileiro, como soja, milho, café, açúcar e suco de laranja.
Ainda que atualmente estejam sob
pressão, em parte por conta da valorização do dólar, os preços desses produtos, cuja demanda por parte de países
emergentes como a China cresceu significativamente, seguem bastante acima das médias históricas que davam o
tom nos mercados até meados da década passada.
Segundo o levantamento, no CentroOeste a valorização média das terras no período foi de 444,6%, a maior entre
as cinco regiões do país. No Norte, chegou a 383,5%. Mas as terras com preços mais elevados ainda estão
localizadas no Sul. Na região, o hectare alcançou, em média, R$ 21.738,39 em 2013, com destaque para o Paraná
(R$ 30.137,42), como realçou José Garcia Gasques, responsável pelo departamento de gestão estratégia do
ministério.
Entre os Estados, o que registrou maior a valorização média das terras entre 2002 e 2013 foi Tocantins (698,5%),
seguido por Mato Grosso do Sul (586%), Sergipe (578,3%), Mato Grosso (514,1%), Pará (452,2%) e Piauí (415,8%).
Também houve altas acima da média nacional em Pernambuco (385,1%), no Rio Grande do Sul (362,4%), no
Espírito Santo (362,4%), em Minas Gerais (361,0%), no Amazonas (349,8%), em Roraima (344,7%) e em Goiás
(323,6%).
Segundo o ministério, a terra, cujo preço é terminado sobretudo pela expectativa de ganhos que oferece,
representa, em média, 70,5% do valor dos bens de um estabelecimento agropecuário no Brasil. O restante é
dividido entre prédios, instalações e benfeitorias, lavouras permanentes e temporárias e matas, entre outros
ativos como veículos e animais.
Segundo os dados compilados pelo ministério a partir de diversas fontes, cerca de 60% do valor das terras do país
está em estabelecimentos com mais de 200 hectares. No mais recente Censo Agropecuário do IBGE, de 2006,
foram identificadas 252,4 mil propriedades desse porte.
Fonte: Valor Econômico
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