A crise hídrica atinge uma das regiões mais acostumadas a conviver com a seca no Brasil. No sertão de Pernambuco e da Bahia, produtores rurais estão preocupados com a diminuição da vazão do Rio São Francisco, principal via de abastecimento das cidades e da agricultura nos dois estados. O setor produtivo local está se reunindo associações, representantes políticos e de empresas para organizar um manifesto para ser encaminhado à Brasília.
Segundo a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), o volume que vaza para consumo do “velho Chico” é metade do que entra diariamente no lago de Sobradinho, onde fica armazenada toda a água disponível para geração de energia e consumo da população local.
“Atualmente entram 600 metros cúbicos por segundo e saem 1.800. Com isso o lago está hoje com 17% da sua capacidade e a tendência é que chegue em março a 14%”, afirma João Bosco, superintendente da Codevasf de Petrolina (Pernambuco). A diminuição do nível das águas é atribuída à falta de chuvas em toda a bacia do São Francisco, especialmente em Minas Gerais, onde está a principal fonte do rio, explica ele.
Em janeiro deste ano, choveu 9% do esperado para o mês, conforme dados levantados pelas estações meteorológicas locais. A média pluviométrica anual para a região de Petrolina (Pernambuco) e Juazeiro (Bahia) é de 400 milímetros.
O quadro acende o sinal de alerta para a atividade agrícola regional, predominada pela produção de frutas e vegetais em pequenas áreas. Praticamente todo o plantio sobrevive da irrigação nas plantas. Portanto, dependendo da fase de desenvolvimento das culturas, cada dia sem água significa prejuízo. O sertão da Bahia e Pernambuco é o principal polo de produção de frutas do Brasil. Quase toda a manga exportada pelo país sai da região. Além disso, lá estão concentrados um dos maiores e mais sofisticadas produção de uvas finas e vinhos.
Fonte: Revista Globo Rural
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