As políticas públicas implementadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e pelo governo federal auxiliaram, e muito, a redução da pobreza e mudaram o Brasil rural. Esta é a constatação de Ricardo Paes de Barros, do Núcleo de Ciência para Educação - Cátedra Instituto Ayrton Senna no Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper). “Em dez anos, a extrema pobreza rural saiu de 30% para chegar em 12% em 2014. Isso significa uma redução de mais de 41%, no total da população extremamente pobre no meio rural”, destacou o pesquisador ao apresentar os números para a direção do MDA, nesta segunda-feira (15), em Brasília.
Ainda segundo o pesquisador do Insper, a redução do número de moradores pobres no meio rural também foi interessante. “Em comparação com a queda acentuada da extrema pobreza, o número de pobres também caiu, mas com uma intensidade menor, ainda assim muito relevante, com quase 30% de redução”.
Ao tomar conhecimento dos números, o ministro Patrus Ananias, saudou os bons resultados. “Além de garantirmos a efetividade da aplicação das políticas públicas, no MDA, também temos a preocupação em refletir sobre a melhoria dessas políticas. Neste sentido, o debate desta tarde foi salutar”, destacou o titular do Desenvolvimento Agrário.
Sobre a concentração da pobreza rural, os números apresentados por Barros para a direção do MDA, indicam que 91% dos extremamente pobres no meio rural estão concentrados no norte e nordeste, sendo 75% no nordeste e quase 50% nos estados do Maranhão, Ceará, Pernambuco e Bahia. Na outra ponta, na questão da redução da pobreza, o destaque fica por conta da melhoria de vida dos agricultores familiares do Piauí, que conseguiram ampliar a renda em todas as faixas da pobreza.
Ampliação de renda
Ao pontuar o avanço da renda dos mais pobres no meio rural, o pesquisador do Insper aponta um crescimento de 74% na renda entre 2004 e 2014, passando de R$ 309 para R$ 539 na média. Sendo que boa parte deste incremento na renda, cerca de 44%, está relacionada com a melhoria da remuneração do trabalho ocupado que passou de uma média de R$ 453 em 2004 para R$ 707, dez anos depois.
Na avaliação de Barros, é inegável a importância de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, no processo de redução da pobreza rural, mas as políticas de fortalecimento da agricultura familiar e de garantia de comercialização também contribuem para esse cenário. “O Bolsa Família tem papel ativo, mas quando associado a políticas, como o Pronaf e o PAA, tem resultados muito mais efetivos, pois articula a transferência de renda com a inclusão produtiva”, avaliou ao pontuar que o grande desafio, agora, com o ajuste fiscal, é garantir a inclusão produtiva dos 10% mais pobres do meio rural.
Ascom/MDA
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