Foto: Divulgação Agrolink |
Representantes do setor vitivinícola apresentaram nesta terça-feira (16.02) uma pauta de reivindicações ao secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), André Nassar. O segmento enfrenta sérias dificuldades por conta da quebra na safra de uva no Rio Grande do Sul. De acordo com o diretor-executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Paviani, sem matéria-prima o produtor não terá como honrar seus compromissos. “Os números são reveladores, de uma quebra de pelo menos 50%, podendo chegar até 60%. Então nós estamos buscando refinanciar os créditos de custeio, porque o produtor sem uva, sem renda, não terá como pagar os financiamentos”, destacou o dirigente.
Outro item na pauta do Ibravin é a complementação do seguro agrícola. Segundo Paviani, pelo menos metade dos 15 mil produtores gaúchos não recebeu a subvenção do seguro. Já o coordenador institucional da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), lembrou que o governo federal não cumpriu o acordo firmado no final do ano passado por conta das negociações da Medida Provisória 690/15, que aumentou o IPI sobre as chamadas bebidas quentes, que inclui vinho, cachaça e outros destilados. “A presidente Dilma Rousseff acabou vetando a proposta de reajuste menor. Agora vamos trabalhar para derrubar este veto no Congresso e estabelecer os patamares acordados. Também podemos incluir o IPI menor numa outra MP”, destacou. Pelo acordo, ao invés de uma alíquota de 10% sobre a garrafa de vinho, o IPI incidente seria de 6% em 2016 e 5% em 2017.
O coordenador institucional da FPA disse ainda que será preciso fazer um trabalho técnico junto ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que tem subsidiado o governo com números que não batem com a realidade da perda da produção de uva. Segundo o órgão, a quebra no Rio Grande do Sul seria menor de 30% da safra. Jerônimo destaca a necessidade de se produzir um encontro estatístico para atualizar os dados, que servirão de base para a formulação das políticas de socorro ao setor vitivinícola. A audiência com os técnicos do IBGE já foi solicitada e deve acontecer no início de março, no Rio de Janeiro.
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