quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Brasil levará ao G20 proposta para países contra subsídios agrícolas

Subsecretário, no entanto, diz não ter 'grande expectativa'. Reunião de cúpula do G20 ocorre nos dias 15 e 16 de novembro.

O Brasil vai apresentar ao G20 uma proposta para que os países do grupo se comprometam a não aumentar os subsídios domésticos e de exportação a produtos agrícolas em face na queda nos preços internacionais das commodities, mesmo sem esperanças de obter a aprovação dos países da União Europeia e dos Estados Unidos.

"Na situação atual de queda dos preços agrícolas é um compromisso que deveria ser feito, mas é polêmico com os países desenvolvidos”, afirmou subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, Carlos Márcio Cozendey.

“Não tenho grande expectativa de que vamos ter um bom resultado, mas é importante levantar essa questão. Nossa proposta é que o G20 deveria fazer um compromisso para evitar aumentar esses subsídios. Não é um compromisso legalmente vinculante, mas representa um compromisso moral", disse.

A reunião de cúpula do G20 ocorre nos dias 15 e 16 de novembro, na cidade de Antália, na Turquia.

A proposta brasileira foi levada à reunião de negociadores do G20 e não foi recebida com muito entusiasmo por parte da União Europeia, que preferiu alegar que o grupo não seria o fórum adequado para discutir os subsídios e que um debate já estava acontecendo na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Os países europeus eliminaram os subsídios à exportação em 2013, mas os transformaram em pagamento direto aos produtores. De acordo com dados da Comissão Europeia, o programa teve em 2014 60 bilhões de euros em 2014, distribuídos para os 28 países membros da UE.

O Brasil recebeu apoio, até agora, apenas de Argentina e Rússia, dois países que também têm boa parte das suas pautas de exportação apoiado nas commodities.

A alegação do Brasil é que, se os países mais ricos elevarem os subsídios para seus produtores e mantiverem os preços locais em um patamar mais alto, prejudicarão justamente a economia dos mais pobres, que já sofrem com a queda dos preços internacionais.

“É um compromisso moral que acreditamos que os países podem assumir, como já fizeram em outras questões, como na dos subsídios aos combustíveis fósseis”, afirmou o embaixador.

A proposta brasileira é mais uma forma de pressão do que algo que efetivamente pode se concretizar. Um dos pontos centrais da diplomacia comercial brasileira é tentar reduzir os subsídios agrícolas, que ferem diretamente as exportações do país.

O governo brasileiro alega que, quando os preços das commodities subiram demais, prejudicando os países mais ricos, a discussão foi levada ao G20 e se debateu uma forma de controlar a alta, mesmo que o assunto não tenha sido levado adiante. Agora, que os mais pobres seriam mais prejudicados, seria necessário também debater o tema.

Uma outra discussão, dessa vez vinculante, ocorre na OMC. O Brasil e outros países exportadores advogam por uma proibição nos subsídios à exportação de commodities.

“Esperamos que se consiga um acordo para a reunião de Nairóbi”, afirmou Cozendey, referindo-se ao encontro anual da OMC em dezembro, no Quênia.

Fonte: Globo Rural

Laranja Mombuca é rica em licopeno potente agente antioxidante natural que ajuda prevenir o câncer


Foto: Divulgação IAC
A laranja Sanguínea de Mombuca, desenvolvida pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, variedade de laranja de polpa vermelha, é rica em licopeno, carotenoide existente nos tomates e um dos mais potentes agentes antioxidantes naturais, pode ajudar na prevenção do câncer em razão da capacidade do carotenoide de proteger moléculas, incluindo o DNA, da ação de radicais livres. O IAC já desenvolveu 130 materiais, incluindo variedades-copa e porta-enxertos, todos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Apesar do nome, a Sanguínea de Mombuca não faz parte da família das laranjas sanguíneas. Ela compõe o grupo das laranjas de polpa vermelha. Enquanto as sanguíneas contam com polpa e suco de coloração parecida com a da beterraba, devido à presença da antocianina, as laranjas de polpa vermelha são de coloração intensa graças ao licopeno e de maiores teores de betacaroteno. “A variedade contém entre 0,5 e 3,1 mg de licopeno por litro de suco, enquanto no suco da laranja Pêra, não há este carotenoide”, afirma o pesquisador do IAC, Rodrigo Rocha Latado.

Estudos realizados no exterior (Agarwal, 2000; Michaud 2000) demonstraram que o licopeno, presente nos frutos da Sanguínea de Mombuca, pode ajudar na prevenção do câncer em razão da capacidade do carotenoide de proteger moléculas, incluindo o DNA, da ação de radicais livres.

De acordo com Latado, quanto mais intensa a coloração, maior valor de mercado pode ser agregado à fruta e ao suco. “O custo de produção é o mesmo, mas o consumidor prefere o suco de cor intensa. É possível agregar valor à produção de laranjas e de suco no Brasil com o uso de laranjas de polpa vermelha”, diz o pesquisador do IAC.

O citricultor que optar pela Sanguínea de Mombuca não terá qualquer custo adicional nas lavouras. A variedade é precoce e tão produtiva quanto às laranjas chamadas claras, como a Pêra ou Valência. As técnicas de manejo usadas são as mesmas. Além disso, o fruto também é doce, de boa qualidade para o mercado consumidor e pode ser cultivado em qualquer região do Estado de São Paulo.

O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, ressalta que a pesquisa que gera novas variedades como esta são de fundamental importância não somente para o produtor, mas também para a população em geral. “Produzir alimento saudáveis e que podem gerar mais renda ao produtor é de fundamental importância e está dentro da linha de trabalho estabelecida pelo governador Geraldo Alckimin para a Secretaria de Agricultura”, destaca Arnaldo Jardim.

A laranja Sanguínea de Mombuca está sendo cultivada em plantios semi-comerciais e comerciais, ainda em pequenas áreas. Caso seja aprovada nos testes de processamento industrial de suco, possivelmente terá a área de plantio ampliada. “Uma vez que se tenham grandes plantações dessa variedade, possivelmente um excesso de produção anual deverá resultar na destinação de frutos ao mercado de frutos de mesa”, explica Latado.

Fonte: Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Aberta a temporada do abacaxi de Turiaçu, um dos mais doces do país

Cultivo do item é uma das principais atividades de Turiaçu, no oeste do MA.
Fruta tem sabor extremamente doce e quase não possui acidez.


(Foto: Reprodução/TV Mirante)
Ele viaja mais de 470 km para chegar a São Luís e é uma das frutas mais procuradas nas bancas espalhadas pela cidade. O abacaxi de sabor inconfundível, motivo de orgulho para os maranhenses, é cultivado no município de Turiaçu, no oeste do Maranhão.

O abacaxi tem sabor extremamente doce e quase sem acidez, sendo considerado um dos mais doces do país. Pesquisas afirmam que é a qualidade do solo, rico em potássio e magnésio, que faz com que o abacaxi de Turiaçu seja maior, mais amarelado e mais doce que os outros. Mas é mais caro também.

Na banca do Seu Ferreira, a unidade custa R$ 7,00, quase o dobro mais caro do que o abacaxi normal vendido no supermercado. Na promoção, sai três por R$ 10,00 e aceita até cartão de crédito. Tem consumidor que não se importa em pagar mais caro.

O comerciante Renê Jorge e conta que enxergou na fruta uma oportunidade de ganhar dinheiro. Hoje, ele tem dois funcionários e vende mais de 300 abacaxis por dia.

Na cidade onde é produzido, a plantação de abacaxi é uma das principais atividades econômicas. A fruta demora mais de um ano para ficar madura. Os mais doces são colhidos entre agosto e novembro. Um restaurante da cidade serve a fruta típica como sobremesa no cardápio.

Dicas
A cor do abacaxi indica a hora de comê-lo. Quando está verde, é garantia de que ainda dura uma semana em casa. Metade amarelo, metade verde, pode ser guardado por até três dias, mas fora da geladeira. E todo amarelo, está pronto para ser devorado. Uma das formas mais comuns de servir é descascar o abacaxi, cortar em rodelas e arrumar em um prato com raspas de limão e gelo.]

Fonte: G1 Maranhão

Fundecitrus promove evento de manejo regional do greening em Bebedouro


O Fundo de Defesa da Citricultura – Fundecitrus realiza um encontro com citricultores da região de Bebedouro/SP para falar sobre o manejo regional do psilídeo, inseto transmissor do greening (huanglongbing/HLB), nesta quinta-feira (12), às 18h, no Restaurante O Tropeiro.

O evento é gratuito e direcionado a citricultores, engenheiros agrônomos e administradores de propriedades de citros. As palestras irão mostrar como funciona o sistema de Alerta Fitossanitário – Psilídeo, desenvolvido pelo Fundecitrus, o controle regional do HLB, a tecnologia de aplicação e adequação do volume de calda que podem ajudar a combater a praga e a controlar a doença.

As vagas são limitadas. As inscrições devem ser feitas pelo site do Fundecitrus no endereço www.fundecitrus.com.br/cursos/inscricao ou pelo telefone 0800 112155.

O manejo conjunto do HLB é a melhor forma de combater a doença e minimizar seus prejuízos. Para isso é necessário a união de vários produtores de uma região para fazer o monitoramento e controle do psilídeo ao mesmo tempo e também eliminar as plantas doentes.

“O intuito do encontro é mobilizar os produtores para que identifiquem os momentos críticos de combate ao psilídeo e façam o controle conjunto. Esse passo é importantíssimo para manter a incidência do HLB em baixa”, afirma o engenheiro agrônomo do Fundecitrus Luis Henrique Scandelai.

No evento será apresentado o novo sistema do Alerta Fitossanitário, ferramenta que incentiva e facilita o manejo regional, seu funcionamento, os benefícios para a citricultura da região e o monitoramento do inseto.

O Alerta Fitossanitário monitora a população de psilídeo em mais de 138 mil hectares de citros do estado de São Paulo, por meio de 18 mil armadilhas georreferenciadas. O projeto tem o apoio da Bayer Cropscience, FMC, Ihara, Syngenta e Koppert.

Na região de Bebedouro são monitorados 33,3 mil hectares de citros, o que corresponde a 72% do total de árvores da região, em 18 municípios: Altair, Barretos, Bebedouro, Cajobi, Colina, Colômbia, Guapiaçu, Guaraci, Ícem, Monte Azul Paulista, Nova Granada, Olímpia, Onda Verde, Palestina, Severínia, Tabapuã, Taquaral e Viradouro.

O último levantamento de doenças feito pelo Fundecitrus, divulgado em agosto, mostrou que essa região do parque citrícola é a terceira mais afetada pelo HLB, com 6,81% das plantas doentes.

Rio São Francisco vive seca histórica, afetando produtores de frutas e vinhos

A crise hídrica que levou o rio São Francisco a uma das piores secas da história gerou duplo impacto na produção de frutas e vinhos no semiárido da Bahia e Pernambuco.

Produtores temem a possível falta de água no próximo mês para as culturas irrigadas no Vale do São Francisco. Entre as cidades afetadas estão Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), que, em plena crise econômica, estão no topo do ranking de geração de empregos formais este ano.

Além da apreensão com o mais baixo nível da história do reservatório de Sobradinho (3,6%), o principal do rio, o aumento das tarifas de energia elétrica elevou o gasto dos produtores da região.

Segundo agricultores, o sistema de bandeiras tarifárias -instituído pelo governo federal para diminuir o consumo de energia e preservar os reservatórios de hidrelétricas- fez o custo de produção de frutas irrigadas no semiárido nordestino aumentar em até 30%.

Segundo o diretor presidente da Upa Agrícola Limitada, Caio Coelho, o baixo volume de água faz com que as bombas consumam mais energia para levar a água aos pontos de irrigação.

"Para produzir normalmente, precisa irrigar de forma abundante", disse ele que tem 500 hectares de frutas irrigadas e 1.200 funcionários.

Reservatório de Sobradinho, na região de Casa Nova (BA), tem nível baixo por causa da estiagem
Foto: Jornal Floripa
Manga, Uva, Goiaba
O cultivo em perímetros irrigados existe desde a década de 1980 na região. Ela concentra 120 mil hectares de culturas de manga, uva, goiaba, coco verde e acerola.

Cerca de 70% da produção é destinada à exportação para os Estados Unidos, Canadá e países da Europa e Ásia. A alta do dólar seria comemorada caso os custos de produção não tivessem aumentado quase na mesma proporção.

A agricultura é o carro-chefe da economia do semiárido nordestino. Petrolina foi a cidade que mais gerou vagas formais no país entre janeiro a setembro, segundo o Caged: 4.836 novos postos. Juazeiro, com 2.205 novas vagas, ficou na sexta posição.

O Vale abriga seis vinícolas que formam o segundo maior polo produtor de vinhos do país, atrás do Rio Grande do Sul. Também nesse segmento os efeitos da seca são sentidos.

José Gualberto, sócio da Vinícola do Vale do São Francisco, que produz vinhos da marca Botticelli, se queixa do fim do desconto para consumo entre 21h30 e 6h, horário de maior volume de irrigação.
"Gastava cerca de R$ 20 mil por mês com energia. Hoje gasto R$ 45 mil", disse.

A empresa de vinhos Miolo, por exemplo, utiliza água da barragem de Sobradinho para irrigar sua vinícola em Casa Nova (BA), onde desde 2001 são envasados 2,5 milhões de garrafas de vinho e espumantes por ano.
Segundo o gerente da unidade, Flávio Durante, a empresa teve que gastar R$ 30 mil na aquisição de uma bomba e tubulações para captar rio mais acima.

Volume Morto
Caso Sobradinho chegue ao volume morto, o que é previsto para dezembro, o nível da água estará abaixo do ponto de captação.

Resultaria na interrupção de fornecimento e perda de produção do maior perímetro irrigado de Petrolina, chamado Senador Nilo Coelho, com 23 mil hectares de frutas (área equivalente a cerca da metade da baía de Guanabara).

Segundo Edis Matsumoto, sócio proprietário da Fazenda Área Nova, que tem 74 hectares de uvas e mangas no local, um mês sem água resultará na morte das plantas frutíferas, que levam de dois a quatro anos para começar a produzir em escala industrial.

O Ministério da Integração Nacional promete concluir em dezembro a instalação de balsas flutuantes que permitiriam a captação em volume morto no lago de Sobradinho.

Produtores enfrentam o desafio de dobrar a produção sem desmatar

Meta é fazer a recuperação dos solos arenosos e aumentar a produção.
Objetivo deve ser atingido nos próximos dez anos.




Foto: Divulgação Globo Rural
Na segunda parte da reportagem sobre as três décadas do sistema lavoura-pecuária-floresta, o Globo Rural traz o desafio que a agricultura brasileira tem pela frente: dobrar a produção de grãos e de carne, sem desmatar, nos próximos dez anos.

A conquista do cerrado com a correção do solo e a criação de plantas adaptadas ao clima do Brasil, principalmente a soja, fez a explosão da agricultura brasileira para tornar o país um dos maiores produtores de carne e grãos do mundo.

Calcula-se em 30 milhões de hectares os pastos que precisam ser renovados só no cerrado. A área equivalente ao espaço hoje ocupado por toda a agricultura nacional. Recuperar essas terras seria como criar um novo Brasil agrícola ao lado do atual. Esse é um dos grandes objetivos da integração lavoura-pecuária-floresta.

Em cerca de três milhões de hectares já se usa o sistema de integração lavoura-pecuária no Brasil. Uma área difícil está sendo enfrentada agora: a recuperação de solos arenosos.

Em Paraguaçu Paulista, em São Paulo, 70% de toda área da região é formada por um solo de baixa fertilidade e com estrutura frágil, como dizem os técnicos. A falta tratamento adequado pode causar muito estrago na propriedade.

O estado de São Paulo tem nove milhões de hectares com pastagens degradadas. Quase a metade da área está na região Oeste, segundo o agrônomo Edmar Moro, do Grupo de Pesquisa Agropecuária do Oeste Paulista.

“O pecuarista é muito tradicional. Ele sempre explorou extensivamente a pastagem. Ele não olha para a pastagem como uma cultura. Ele só tira os nutrientes ano a ano, explorando com pecuária, e não repõe o que vai sendo levado embora do sistema através da carne”, diz Moro.

Mas, no meio dessa realidade, algumas propriedades chamando atenção por causa do vigor dos pastos depois que incorporaram o sistema lavoura-pecuária. A chave dessa mudança é a gestão, para produzir de forma intensa, o ano todo. Isso não depende nem de ser dono da terra. Há três anos, o agricultor Pedro Filippini arrendou 20 hectares em Paraguaçu Paulista para iniciar a integração. Hoje, ele já conta com cem hectares.

“Em uma área que antes eram produzidas 3,3 arrobas por hectare, hoje, no mesmo período, num ano, a gente produz 6,5 arrobas. Além disso, mais uma safra de soja com aproximadamente três mil quilos de grãos”, calcula o agrônomo.

O rodízio adotado na área respeita um determinado calendário. Em outubro, ocorre o plantio da soja. A colheita é feita em março do ano seguinte. Daí, o capim, entra em abril. Em junho, vem o gado, que permanece na área até setembro. Em outubro, o ciclo recomeça.

“Tem dinheiro para o agricultor financiar. Tem dinheiro para o pequeno produtor, médio produtor e grande produtor. Os juros oscilam entre 2,5% ao ano até 8% ao ano, dependendo do enquadramento do produtor”, diz Luiz Macedo, superintendente do Banco do Brasil em Presidente Prudente.

A Fazenda Campina, no município de Caiuá, já é bastante conhecida dos criadores de nelore por conta do avançado trabalho que faz com os animais sem chifre da raça, o chamado nelore mocho.

As pastagens do pecuarista Carlos Viacava, formadas há quase 30 anos, estão, aos poucos, sendo renovadas com a integração lavoura-pecuária. Anos passados, nessa época do ano, era tudo marrom. Aquela palha, o capim seco, sem comida para o gado. Agora, estamos cheios de pasto. É o progresso da integração”, diz.

Segundo o zootecnista da fazenda, Juliano Roberto da Silva, a estrutura dessas terras pode chegar a 95% de areia e apenas 5%. “Então, se plantar numa areia sem cobertura a planta morre degolada. Para tirar essa condição desfavorável para a planta tem que ter a palhada”, explica.

Depois de três anos intercalando lavoura e pecuária, o piquete da propriedade está pronto para mais uma etapa da integração. Ele ficará dois anos seguidos só com pasto.

O favorecimento ao meio ambiente é um ponto que anima os aplicadores da integração lavoura-pecuária. “O solo está vegetado o ano todo. Um solo vegetado é um solo que absorve carbono e não emite. Quem emite são os solos degradados. Outro detalhe também importante é que quando nós temos a árvores, a árvore de fato sequestra o carbono porque ela pega o carbono, tira do ar. Quando nós vamos para a indústria madeireira, nós estamos sequestrando definitivamente”, diz o agrônomo João K.

A integração lavoura-pecuária-floresta ganhou tamanha importância que foi criada uma Embrapa só para tratar do assunto. No, instalado em Sinop, no Mato Grosso, tem 72 hectares de pesquisas divididas em dez sistemas de produção. Os 25 pesquisadores trabalham em diversas áreas, mas o foco é o desenvolvimento da tecnologia da integração. Eles intensificam as pesquisas no campo e também nos laboratórios, alguns móveis.

Um trailer, por exemplo, é um equipamento usado para medir a emissão de gases que causam o efeito estufa. Ele abre e fecha automaticamente para capturar esses gases.

O eucalipto, que entra na integração lavoura-pecuária para render madeira, também contribui para o conforto animal e para o meio ambiente. O eucalipto é menos adensado no sistema para permitir a circulação do gado.

Outro aparelho foi instalado no pasto para medir a emissão de metano pelos animais, gás 32 vezes mais nocivo para o efeito estufa em relação ao gás carbônico. Sem contato com o pesquisador, o boi é atraído para o cocho com alimentação. Basta que ele permaneça na área por, no mínimo, dois minutos para fazer a medição.

Segundo a Embrapa, em uma pastagem de boa qualidade um boi produz 47 gramas de metano por quilo de animal vivo. Na pastagem degradada, a quantidade de gás metano sobe para 76 gramas.

O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, considera a integração lavoura–pecuária–floresta, muito mais do que uma simples tecnologia.

"O Brasil está aqui produzindo a próxima revolução da agropecuária. Quando a gente imagina um futuro em 2050, que o mundo terá que produzir uma quantidade muito maior de alimentos porque a população segue crescendo, não dá para fechar a conta sem uma revolução agrícola no cinturão tropical do globo e nós estamos construindo a base dessa revolução no brasil", diz.

A integração lavoura-pecuária-floresta é um conceito mais próximo de quem faz agricultura e um pouco distante de quem só cria gado. Mesmo assim, essa tecnologia que inova no plantio e integra os setores do campo, está presente em todas as regiões do país. Para João K, já é hoje a fazenda do futuro do Brasil.

“Eu defino esse sistema como o mais perfeito de todos os sistemas. Ele é agronomicamente eficiente, socialmente justo, ambientalmente preservador e economicamente rentável. Esses atributos são os atributos necessários para um processo de produção agrícola, que não só privilegia o produtor, mas a sociedade e o ambiente de modo geral”, conclui João K.

Fonte: Globo Rural

Estiagem castiga plantações de caju em propriedades do Ceará

Agricultores registram perdas de mais da metade da safra.
Sindicato dos produtores calcula que a safra deve ser de 40 mil toneladas.



Foto: Divulgação Globo Rural
A produção de caju cai ano após ano no Ceará. Um dos maiores problemas é a estiagem que castiga os pomares.

São 470 hectares de cajueiros nas terras do agricultor Evilázio Dantas em Cascavel, na região metropolitana de Fortaleza, no Ceará. Mas, praticamente não há cajus. Os pés estão todos secos. Este ano, ele perdeu 70% da safra.

“Em épocas boas nós colhemos 205 toneladas. Esse ano, não vamos colher nem 30”, calcula Dantas.

O agricultor Almir Gomes, que mora em Caucaia, perdeu 90% da produção. “Era uma média de 50 caixas naquela época. Agora, diminuiu para cerca de 20 a 30”, diz.

O sindicato dos produtores calcula que a safra deste ano deve ser de 40 mil toneladas, com redução de 11 mil em relação à safra anterior.

Há alguns anos, o estado produzia 170 mil toneladas. A seca, as pragas, os ventos fortes e a grande quantidade de cajueiros antigos contribuíram para a queda. Hoje, dos 350 mil hectares que a cultura ocupa no estado, em 300 mil os pés são velhos e dão menos frutos, segundo o sindicato dos produtores de caju.

“Tem que se pensar em cajueiros mais resistentes, mais adaptados a essa região. A única solução que tem seria a renovação dessas áreas”, diz Walter Gadelha, agrônomo do Sincaju.

A previsão do IBGE para a safra de caju é de mais que o triplo. Mas, segundo os organismos locais do estado, a estimativa está desatualizada.

Fonte: Globo Rural

Vinícolas paranaenses driblam crise econômica

Foto: Divulgação Folha Web

As vinícolas da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) ainda não foram tão afetadas pela crise econômica do País e esperam fechar o ano, ao menos, com estabilidade na produção. Esses pequenos produtores também têm buscado alternativas para driblar o mau momento que vive a economia brasileira. A maior concentração das vinícolas na RMC está nos municípios de Colombo e São José dos Pinhais, que totalizam 21 estabelecimentos.

A Vinícola Franco Italiano de Colombo, com 50 anos de atividades, é um dos estabelecimentos da região. Produz 100 mil litros de vinho e espumante por ano. Também fabrica grappa (bebida feita da casca da uva), suco de uva e limoncello (bebida à base de limão siciliano). Da produção total, 80% são vinhos coloniais e 20% vinhos finos. De acordo com a gestora operacional e sommelière da marca, Tháys Ferrão, a produção teve um crescimento de 15% a 20% entre 2009 e 2014. Para este ano, é esperado um crescimento de 6% a 7%.

Uma forma encontrada para atrair mais clientes foi a abertura de um restaurante de gastronomia italiana e francesa na vinícola em setembro. "Abrimos o restaurante e muita gente está vindo para conhecer. Ainda não percebemos a crise."

Além disso, a vinícola tem outras ações para atrair os consumidores como visita guiada e minicursos de vinhos. A marca tem desde vinhos coloniais a R$ 10,50 a garrafa até um vinho fino com uva shiraz tinto seco que custa R$ 98.

Para as festas de final de ano, a expectativa é de crescimento nas vendas ou, ao menos, empatar com o mesmo período de 2014. Segundo ela, o consumidor da vinícola faz parte das classes A, B e C e tem faixa etária entre 30 e 60 anos.

As uvas usadas na produção são principalmente do Rio Grande do Sul, mas também são utilizadas as do Paraná e Santa Catarina. Do cultivo paranaense vem uvas de Porto Amazonas e de Bateias, em Campo Largo. "Hoje, 90% da produção de uvas do Brasil está no Rio Grande do Sul", informou Tháys.

Os produtos são vendidos apenas na vinícola, que já tem como administradores a quarta geração da família. A marca também lançou, em setembro, a linha de vinhos finos Paradigma Rotto, com três rótulos, o espumante Viognier envelhecido por 48 meses, o vinho tinto da uva Shiraz pacificada e envelhecida por 24 meses em barricas de carvalho, e a união entre três regiões do Brasil, em que a uva Teroldego representa a divisa com o Uruguai, a Tannat da Serra Gaúcha e a Cabernet Sauvignon da Serra Catarinense, envelhecidas por 24 meses. As garrafas foram numeradas em uma edição limitada.

A Vinícola Fardo de Quatro Barras produziu o primeiro vinho em 2009 e iniciou a comercialização em maio de 2014. A sócia Justina Fardo comentou que, com a crise econômica, as pessoas estão indo menos a restaurantes e comprando vinho para beber em casa durante o jantar. Para o Natal, ela também prevê um aumento de cerca de 20% nas vendas.

A Fardo produz vinhos, espumantes, suco de uva e grappa. A uva vem do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina nas variedades cabernet sauvignon, tannat, merlot, malbec e malvasia. São produzidas 30 mil garrafas por ano de vinho e 3 mil de espumante. "A criação da vinícola é um sonho do meu marido Ambrosio", contou. Os preços dos vinhos variam de R$ 17, com uva bordô colonial, a R$ 51 com uva tannat.

A vinícola conta com seis rótulos e tem 1,6 mil metros quadrados de construção erguida em pedra basalto e estilo arquitetônico que lembra o medieval. Os proprietários do espaço são o casal gaúcho Ambrosio e Justina Fardo, radicado na região de Curitiba desde 1975. Justina explicou que o sonho de Ambrosio em consumir um vinho de qualidade, feito por ele mesmo, é que deu vida ao projeto. "Somos descendentes de famílias italianas que trabalharam muito com vinho. Mas foi a própria tradição a nossa fonte inspiradora no momento de criar a Família Fardo Vinícola", explicou Ambrosio.

Fonte: Folha Web

Seca no ES causa prejuízo de R$ 1,2 bilhão na agropecuária

Um levantamento divulgado pelo governo do Espírito Santo na manhã desta segunda-feira (9) aponta que a seca já causou um prejuízo de aproximadamente R$ 1,2 bilhão para a agropecuária capixaba. Os números são referentes às culturas do café, fruticultura, olericultura, cana-de-açúcar, leite, feijão, milho e mandioca. Os dados levam em consideração a produção e o rendimento médio esperados para este ano. “Desde 2009 não tínhamos uma perda tão significativa”, disse o secretário de Agricultura, Octaciano Neto.

De acordo com o governo, as perdas podem ser ainda maiores, chegando a R$ 1,5 bilhão, já que o levantamento não incluiu a produção dos setores de avicultura, suinocultura, pecuária de corte, silvicultura e pimenta-do-reino, que ainda precisam ter seus dados consolidados.

O levantamento mostra uma previsão de queda de 12,8% na produção agrícola em relação ao que era esperado para 2015. Quanto ao rendimento médio, a previsão é de redução de 12,7%. Cafeicultura, olericultura, fruticultura e produção de leite amargam as piores perdas.

Na cafeicultura, a previsão de queda é de 22,6% na produção, com menos 2,8 milhões de sacas colhidas, e de 20,9% no rendimento médio, totalizando um prejuízo de R$ 824 milhões. Com relação à pecuária de leite a expectativa é que as perdas cheguem a R$ 33 milhões.

Para a fruticultura, a previsão é de redução de 10% na produção e queda de 10,8% no rendimento médio, o que representa uma perda de R$ 101 milhões. Para a olericultura a previsão é de redução de 8% na produção e queda de 18,2% no rendimento médio, totalizando um prejuízo de R$ 255 milhões.

Com relação à cana-de-açúcar a previsão é de redução de 12,5% na produção e queda de 12,7% no rendimento médio – perdas que chegam a R$ 19 milhões. No que se refere ao milho, a estimativa é de redução de 41,9% na área colhida e queda de 51,2% na produção. Para a mandioca a previsão é de redução de 51,9% na área colhida e queda de 51,2% na produção.

Rio Doce seca em região do Espírito Santo
 (Foto: Luciane Ventura/ A Gazeta)
Perda bilionária
A estimativa de valor da produção para os produtos avaliados é de R$ 5,4 bilhões. Comparando esse número com o valor da produção desses mesmos produtos no ano passado, houve um decréscimo de 15,4%.
O secretário de Estado da Agricultura, Octaciano Neto, ressaltou que as perdas são muito significativas. Desde 2009, quando o estado também sofreu com os impactos de uma estiagem, a agropecuária capixaba não amarga um prejuízo tão expressivo.

“No ano passado tivemos uma produção agropecuária de quase R$ 8,5 bilhões e este ano devemos fechar com uma produção em torno de R$ 7 bilhões. Desde 2009 não tínhamos uma perda tão significativa como estamos tendo este ano. É só imaginar que cada produtor do Espírito Santo vai receber, na média, de 15 a 20% a menos este ano e isso impacta e muito a vida dessas famílias”, afirmou.
Octaciano Neto destacou que o governo trabalha em duas frentes principais para minimizar os impactos da estiagem na vida dos produtores e garantir o aumento da reservação hídrica nos próximos anos.
“Uma delas é o programa de reflorestamento e de proteção e recuperação de nascentes. Na outra frente estamos trabalhando para a construção de barragens e caixas secas que vão ajudar a diminuir os impactos futuros causados pelas adversidades climáticas. Também estamos estudando formas de implantar um mecanismo de seguro agrícola no Estado para que os produtores possam ter uma alternativa para minimizar seus prejuízos em decorrência de eventos climáticos adversos”, pontuou.

Construção de barragens
O Governo do Estado anunciou, recentemente, a construção de 32 barragens para o armazenamento de água no interior do Estado, com capacidade de armazenamento de 19,5 bilhões de litros de água e potencial de abastecimento de até 360 mil pessoas por ano.

Os editais de licitação pública para construção das barragens começam a ser lançados em novembro e representam um investimento da ordem de R$ 20 milhões. As obras começam já no início do próximo ano.

Dentre as barragens anunciadas, cinco delas tiveram projetos elaborados pela Sedurb, sendo as seguintes: Barragem de Santa Júlia, na localidade de Agrovila, em São Roque do Canaã; Barragem de Floresta, localizada em Lajinha de Pancas, município de Pancas; Barragem Graça Aranha, em Colatina; Barragem Liberdade, localizada no município de Marilândia; e a Barragem de Cupido, na cidade de Sooretama. Os locais foram definidos pois já registram conflitos entre usuários pelo uso da água, além de já contarem com projetos prontos.

Além destas, outra barragem de grande porte anunciada é a de Pinheiros. A obra, que inicialmente era tocada pela prefeitura de Pinheiros em parceria com o Governo Federal, teve início em 2003 e sofreu com inúmeras paralisações. Como forma de dar agilidade ao processo de conclusão da barragem, o Governo do Estado assumiu a responsabilidade pela conclusão da obra. Trata-se da maior barragem do estado.

Com o fechamento dessa barragem, que tem 12 quilômetros de comprimento, serão 268 hectares de área inundada, com um acúmulo de 17 bilhões de litros de água armazenada, sendo que o entorno do barramento terá 31 quilômetros de extensão. A barragem atenderá à população dos municípios de Pinheiros e Boa Esperança, garantindo maior segurança hídrica para as atividades produtivas, além de representar um atrativo turístico para a região.

Também serão construídas 26 barragens de uso coletivo localizadas em assentamentos estaduais de trabalhadores rurais capixabas no Norte do Estado, com projetos contratados pela Seag. Serão construídas nos municípios de Ecoporanga, Montanha, Nova Venécia, São Mateus e Conceição da Barra.

Além das barragens anunciadas, o Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), irá construir, até 2018, outras 32 barragens de pequeno e médio porte no interior capixaba, totalizando investimentos da ordem de R$ 60 milhões. Todas essas barragens são classificadas como de uso múltiplo, ou seja, poderão ser usadas para várias finalidades, como abastecimento humano e animal, irrigação e uso industrial.

Foto: G1

MG: Frutifica Minas em Maria da Fé destaca o cultivo de oliveiras


Produtores, interessados no cultivo de frutas como nova opção de renda, técnicos e extensionistas, participaram da etapa de Maria da Fé do Circuito Frutifica Minas, realizada no dia 5 de novembro no Campo Experimental da Epamig. A programação, proposta por pesquisadores da Epamig, buscou, em cinco estações de campo, apresentar alternativas para a fruticultura de montanha.

Os pesquisadores Luiz Fernando de Oliveira e Pedro Moura falaram sobre o cultivo da oliveira na região, com foco na escolha da área; plantio, condução e manejo; colheita e processamento de azeitonas para produção de azeite; mercado e custos. “A oliveira é uma opção a mais para pequenos produtores de frutíferas. É uma cultura que demanda poucos tratos e que tem um produto final, azeite, com alto valor agregado”, destacou Luiz Fernando.

O casal de produtores João Paulo Ramalho e Gisele Stuchi iniciou no começo de 2015, o cultivo de oliveiras, em um sítio em Alagoa-Sul de Minas. Junto com o sócio Cláudio Alberto Juarez, eles adquiriram 500 mudas de oliveira e agora estão interessados na produção de pequenas frutas. “Gostei muito da palestra sobre o tema, o Rodrigo mostrou várias visões para comercializar e agregar valor”, disse João Paulo, referindo-se a apresentação do engenheiro agrônomo Rodrigo Veraldi, proprietário do viveiro Frutopia, na região de Campos do Jordão (SP).

O evento abordou ainda Manejo Integrado de Pragas (MIP) e de Doenças (MID) e aspectos técnicos para o cultivo da atemoia na região da Serra da Mantiqueira. “O Frutifica Minas busca levar conhecimento aos produtores e assim aumentar os números e a qualidade da produção de frutas no Estado. Como fizemos aqui em Maria da Fé em parceria com a Epamig”, afirmou o gerente regional da Emater de Pouso Alegre, Alexandre Augusto Kurachi. A Emater-MG é a responsável pela criação e realização do Circuito Frutifica Minas.

Próxima edição
No próximo dia 19 de novembro, será realizada no município de Lavras, mais uma etapa do Frutifica Minas. Na oportunidade o coordenador técnico estadual de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio e o pesquisador da Epamig Sul José Clélio de Andrade apresentarão o tema “Mercado Estadual e local de frutas”, e os pesquisadores Júlio César de Souza e Rogério Antônio Silva, também da Epamig Sul, falarão sobre “Controle de Mosca das Frutas”.

O evento acontece a partir das 12h30, no pomar da Universidade Federal de Lavras (Ufla). As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no local do evento. Mais informações: (35) 3821-0020.

Fonte: Epamig