Devem ser colhidas 244 milhões de caixas, 1,9% a menos do esperado.
Em setembro, a estimativa divulgada foi de 249 milhões de caixas.
O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) de Araraquara (SP) divulgou nesta segunda-feira (12) estimativa de queda da safra de laranja 2016/2017. O excesso de calor em setembro e outubro afetou o desenvolvimento dos frutos e diminuiu a produtividade dos pomares.
Devem ser colhidas 244,20 milhões de caixas. O número é 1,9% menor em relação ao divulgado em setembro, de 249,04 milhões de caixas, e 0,6% comparado à estimativa inicial publicada em maio, que foi de 245,74 milhões de caixas.
Segundo o Fundecitrus, a safra de laranja deve ter uma queda de 18% na comparação com o ano passado e vai ser a menor dos últimos 25 anos.
“As laranjeiras tiveram um florescimento exuberante, muito bom, mas cerca de 60 dias depois as temperaturas atingiram patamares muito elevados. Com isso, a queda de frutos foi muito intensa, diminuindo a produtividade das laranjeiras e reduzindo a safra sensivelmente”, disse Juliano Ayres, gerente do Fundecitrus.
Produção menor
Em uma fazenda de Descalvado (SP) com 300 mil pés de laranja a produção diminuiu. “Eu devo produzir aproximadamente 600 mil caixas em 600 hectares, portanto, mil caixas por hectare. E isso é uma queda de 20% em relação ao ano passado”, disse o citricultor Roberto Jank.
Com a oferta menor e o dólar valorizado, o preço da caixa de 40 quilos subiu. “No nosso pomar, o custo de produção é em torno de R$ 15 por caixa e o que a gente está recebendo esse R$ 17, R$ 18 reais por caixa não tem do que reclamar, mas por um motivo muito ruim, que é a escassez da fruta, que não ajuda ninguém. Nem produtor, nem consumidor, nem indústria. Então nós estamos num momento bom, por conta de uma situação ruim, que é a escassez da fruta”, disse.
Revisão
Segundo o Fundecitrus, a revisão para uma safra menor deve-se à adequação do fator de correção (que calcula os desvios da safra) que foi atualizado.
Anteriormente, o fator utilizado levava em consideração a média dos últimos dez anos, mas necessitou ser revisado para se adequar a realidade atual dos pomares, levando-se em consideração o manejo de HLB que vem alterando a configuração dos pomares com a eliminação de árvores doentes e substituição por mudas sadias, resultando na formação de subconjuntos de plantas mais novas com produtividade menor do que as do plantio original em um mesmo talhão.
O impacto desses subconjuntos é significativo na safra atual que teve baixa produtividade, visto que, as plantas mais jovens tiveram menor pegamento dos frutos. A pesquisa de estimativa de safra é realizada pelo Fundecitrus em cooperação com a Markestrat, FEA-RP/USP e FCAV/Unesp. O relatório completo está disponível na internet.
Fonte: G1 e Fundecitrus
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