O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes, destacou a importância da ciência para o Brasil colher uma supersafra de grãos. “O país apostou em um modelo de agricultura baseado em ciência e é isso que está nos destacando no mundo”, disse durante o anúncio do sétimo levantamento da produção grãos 2015/2016, na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília.
Lopes lembrou que hoje os produtores colhem durante o ano inteiro, o que aumenta o desafio de se driblar os efeitos climáticos. “A colheita hoje ocorre durante os 365 dias, diferentemente do passado, quando se concentrava em períodos de chuvas melhor distribuídas. Na medida em que o Brasil faz uma agricultura ao longo do ano, a ciência, a pesquisa e a inovação devem estar muito atentas ao clima”, avaliou. O presidente da Embrapa disse que o país desenvolveu um modelo de agricultura resiliente, ou seja, capaz de superar obstáculos, com práticas de cultivo com variedade de ciclo curto, plantio direto e sistemas integrados (lavoura-pecuária-floresta).
A divulgação da safra de grãos contou também com a participação da secretária-executiva do Ministério da Agricultura, Maria Emília Jaber, e com o diretor de Política Agrícola da Conab, João Marcelo Intini. A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de uma safra recorde de 209 milhões de toneladas, que representa um aumento de 0,6%, em relação ao ciclo passado. A soja novamente é o destaque, com cerca de 99 milhões de toneladas, 2,9% a mais do que na safra passada.
Na comparação com o levantamento do mês passado, entretanto, a oleaginosa teve uma diminuição de 2 milhões e 198 mil toneladas. De acordo com Intini, isso se deve à estiagem na região do Matopiba. O Piauí teve redução de 27,8% na produção, o Tocantins, 17%, o Maranhão, 9%, e a Bahia, 11%.
“Temos que dar uma atenção especial a esses estados, onde ocorreram as maiores quedas de produção”, acrescentou Marcelo Cabral, secretário interino de Política Agrícola do Mapa. Ele adiantou que a Conab, a Embrapa e o Instituto de Meteorologia (Inmet) vão fazer uma análise mais detalhada do Matopiba por causa das variações climáticas.
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