A região Norte é, decididamente, a nova fronteira do agronegócio brasileiro. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgados na semana passada, mostram que a região foi a onde o setor mais cresceu no país. Em 2015, a alta da produção de grãos na região Norte foi de 22,1%, enquanto no Centro-Oeste foi de 8,3%. No Sul, o avanço foi de 7%. O Nordeste cresceu 5,4% e o Sudeste, 5%.
A estimativa de crescimento da safra é positiva para todo o Brasil. Segundo o IBGE, a safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas fechou 2015 com uma produção recorde de 209,5 milhões de toneladas, superando em 7,7% a de 2014. Já para 2016, o terceiro prognóstico indica uma produção de 210,7 milhões de toneladas, superando em 0,5% o número do ano passado.
No caso da Região Norte, especialistas da área afirmam que o Pará é a nova frente de produção, em especial as regiões Sul do Estado, Nordeste, Baixo Amazonas e o Arquipélago do Marajó, que despontam na produção de grãos como soja, milho e arroz. “São quatro polos produtivos que não existiam até cinco anos. Antes, o Pará só importava. Agora está produzindo esses produtos”, explica o zootecnista Guilherme Minssen, consultor de agronegócio.
Vantagens geográficas
A explicação para tanto crescimento do agronegócio no Pará vem da natureza. Além de possuir terras mais baratas do que em outras regiões, o estado, assim como toda a Amazônia, concentra água doce em abundância, chuvas o ano inteiro e luminosidade permanente - aspectos que ajudam na produção de grãos. Nesse cenário, o setor acredita que o crescimento tende a permanecer em alta para os próximos anos, o que vai contribuir para a estabilização socioeconômica do Brasil.
No entanto, manter a matriz positiva em ascensão no norte do País requer políticas que possam manter o homem no campo, uma vez que um terço da economia da produção nacional está na zona rural. Além disso, o setor ainda precisa vencer obstáculos como a modernização tecnológica da produção e estudos de aproveitamento do solo. Outro problema histórico enfrentado pelos produtores rurais é a insegurança jurídica da terra e melhorias na logística de transporte de estradas e portos. Minssen ressalta que a falta de regularização fundiária, como a titularidade da terra, ainda causa receio ao produtor que, em geral, teme a invasão das propriedades.
22,1%: foi a alta de produção de grãos na região Norte. O centro-oeste teve aumento de 8,3%. O sul cresceu 7% e o Nordeste cresceu 5,4%, enquanto o sudeste avançou 5%.
209,5 milhões de toneladas: foi o desempenho da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas no Brasil em 2015.
Fonte: Jornal Diário do Pará de 17/01/2016
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