quinta-feira, 16 de julho de 2015

FAO apresenta boas expectativas para a agricultura familiar brasileira

Na próxima década, o Brasil será o principal exportador de alimentos do mundo e a agricultura familiar será imprescindível para garantir a segurança alimentar e nutricional do país. É o que prevê o relatório “Perspectivas Agrícolas 2015-2024” lançado nesta quarta-feira (15), pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em Brasília. Pela primeira vez, o documento traz um capítulo totalmente dedicado à produção agropecuária brasileira.

Segundo o estudo, os bons resultados já expressados pelo Brasil estão ligados aos investimentos governamentais para o setor, como crédito, assistência técnica e desenvolvimento de pesquisas para o meio rural, que aumentaram a produtividade nos últimos anos. O relatório aponta que, desde 1990, a produção agrícola dobrou e a pecuária triplicou no país. 

Para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, a próxima década é de consolidação do papel que a agricultura brasileira tem desenvolvido, dentro e fora do país. “Queremos investir na agregação de valor dos produtos, por meio das nossas agroindústrias; no cooperativismo, que é um importante instrumento de desenvolvimento dos produtores familiares e na comercialização”, destacou.

De acordo com o economista da Diretoria de Comércio e Agricultura da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Jonathan Brooks, os próximos anos serão favoráveis para os produtores familiares. “A agricultura familiar terá grandes oportunidades na produção de café, frutas tropicais, suínos e aves”, apontou.

O diretor da FAO, José Graziano da Silva, relatou que o crescimento previsto para o Brasil deve ocorrer com foco na preservação ambiental. “O relatório estima que o país continuará, nos próximos anos, fortalecendo a produção. Esse crescimento deverá ocorrer de forma sustentável, uma vez que o Brasil já é referência em iniciativas desse tipo em todo mundo. O documento mostra que estamos no caminho certo”, ressaltou.

Patrus explicou, ainda, a necessidade de se ter produtos em quantidade, mas também de qualidade. Alimentos que, efetivamente, promovam a saúde e a vida das pessoas. “A agricultura familiar cumpre um papel fundamental na segurança alimentar e nutricional do nosso país. O arroz, o feijão, as carnes, as frutas e as verduras que vão para as mesas dos brasileiros têm muito a ver com a agricultura familiar”, realçou.

Segundo o relatório, as propriedades familiares representam mais de 80% das unidades de produção. De forma geral, mais de 12 milhões de pessoas atuam em propriedades familiares.

Saiba mais

O relatório “Perspectivas Agrícolas 2015-2024” é uma publicação conjunta entre a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Diretoria de Comércio e Agricultura da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O documento, lançado todos os anos, traz as perspectivas agrícolas mundiais, com projeções para um período de dez anos. Em 2013, o documento trouxe informações sobre a produção agropecuária da China e, no passado, da Índia.

De acordo com o estudo, o Brasil é o segundo maior exportador agrícola mundial e o maior fornecedor de açúcar, suco de laranja e café. É ainda um grande produtor de milho, arroz e carne bovina – cuja maior parte é consumida no mercado interno.


Fonte: Ascom/MDA
por Gabriella Bontempo

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