A nova legislação estabelece medidas para o controle do cancro cítrico em todo o Brasil
O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, se reuniu com representantes da cadeia produtiva de citricultura para debater as mudanças na legislação para o controle do cancro cítrico em propriedades paulistas, permitindo adotar novas estratégias que não seja exclusivamente a erradicação da planta doente. O encontro foi realizado na tarde da quarta-feira, 24 de novembro, em São José do Rio Preto.
O workshop “Sistema de Mitigação de Risco (SMR) para o Controle do Cancro Cítrico”, realizado pela Secretaria em parceria com o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), reuniu mais de 150 participantes entre produtores rurais, engenheiros agrônomos, técnicos da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), pesquisadores dos institutos mantidos pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) e representantes da indústria para entender e criar medidas estabelecidas pela Instrução Normativa (IN) nº 37, publicada no dia 6 de setembro de 2016, pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que permitirá fazer mitigação de risco em produção de citros.
A nova legislação, que entrará em vigor em março de 2017, estabelece medidas para o controle do cancro cítrico em todo o Brasil, abrindo a possibilidade para Estados com a incidência da praga, como São Paulo, fazerem a mitigação de risco, permitindo adotar novas estratégias de controle que não seja exclusivamente a erradicação da planta doente.
Na prática, os produtores localizados em áreas afetadas poderão comercializar frutas in natura, tanto no mercado interno como no mercado internacional que reconhecem o SMR como medida fitossanitária, desde que adotem as medidas previstas pela legislação, devidamente atestadas em um Certificado Fitossanitário De Origem (CFO). “O importante neste processo é que haja a certificação das propriedades, sendo que a intenção é que até fevereiro de 2017, os produtores possam cadastrar as suas informações pelo sistema de Gestão de Defesa Animal e Vegetal (Gedave)”, disse o coordenador-adjunto da CDA, Mário Sérgio Tomazela.
O secretário Arnaldo Jardim ressaltou que o Governo do Estado já vem colocando em prática uma série de ações para reforçar o controle de doenças como o cancro cítrico, principalmente envolvendo a questão legal, além de discutir pesquisas nas áreas de fitossanidade e medidas preventivas voltadas à educação sanitária e comunicação com a cadeia produtiva. “Somente com essas medidas teremos sucesso em relação a esse novo sistema. Essa é a orientação do governador Geraldo Alckmin”, disse.
Atualmente, a conduta estabelecida pela CDA é a eliminação da planta contaminada e pulverização com cobre das plantas no raio de 30 metros – procedimento que deve ser repetido a cada brotação. O citricultor deve realizar, no mínimo, uma vistoria trimestral em todas as plantas de citros da propriedade, com o objetivo de identificar e eliminar aquelas que apresentem sintomas da doença. Estas inspeções deverão ser informadas à Pasta, por meio de relatórios semestrais, assim como já é feito para o greening (HLB).
Tomazela, ressaltou que a mudança exigirá uma atenção maior de todos os elos da cadeia produtiva para as questões fitossanitárias, independente do sistema a ser utilizado. “É preciso monitorar cada etapa, desde a produção, passando pelo Packing House, a certificação da produção por profissionais credenciados, até chegar nas auditorias da CDA e do Mapa”, acrescentou.
A transferência de conhecimentos por meio dos workshops foi comemorada pelo setor produtivo. Para o citricultor Orlando Miranda dos Santos, de Urupês, “essa divulgação é muito importante para orientar os produtores a compreender as novas normas e buscar meios de evitar a doença nos pomares”, disse.
O próximo workshop “Sistema de Mitigação de Risco (SMR) para o Controle do Cancro Cítrico” será realizado em Araraquara, no dia 29 de novembro de 2016, na sede da Fundecitrus, localizado na Av. Adhemar Pereira de Barros, 201 – Vilha Melhado. Saiba mais clicando aqui).
O primeiro registro de cancro cítrico em São Paulo foi em 1957. A doença é causada pela bactéria Xanthomonas axonopodis e ataca todas as variedades e espécies de citros, provocando lesões em folhas, frutos e ramos, e quando em altas severidades pode provocar a queda de frutos e folhas com sintomas. As lesões podem ter variações nas suas características, podendo ser confundidas com outras doenças e pragas.
Fonte: Secretaria de Agricultura - SP
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